Stripper

Capítulo 16

     
Breno pov.

      
        Olhei para aquele revólver em minha frente,  sorri vitorioso mais uma vez. Lembrar daquele dia me fazia estremecer de prazer, fui mais bruto do que eu pretendia, mas eu sabia que ela estava gostando. Seus olhos diziam isso.
       Esfreguei meu queixo com o dedo indicador antes de me levantar e torna a guarda aquela arma. Ajeitei a gola da minha camisa e sai de casa.
       Não havia muita pessoas na rua naquela noite fria. O vento estava suave e gélido, caminhei lentamente pelo campus antes de entrar na minha antiga fraternidade.  Joey, Paul e Brandon se encontravam em uma das típicas partidas de poker. 
        -- Ei cara! - gritei.  -- Aceitam mais um jogador? 
        -- Tava na hora da nossa putinha dar as caras !- comemorou Brandon.
        --Mais respeito comigo,  ou sua mãe  não  vai gostar nadinha de saber disso. - sorri ao me juntar ao grupo,  recebendo vários tapas na nuca.
         -- Tava na hora de aparecer mesmo. - Joey sorriu e bebericou o uísque com gelo-- Você e o Cam já se acertaram?
        --Ainda não. - suspirei.  Cam que se foda, pensei. -- E a tal stripper?  Tem visto ela?
        -- Algumas vezes na aula de exatas, outras vezes na biblioteca. - comentou Paul com a atenção voltada para o jogo. -- Apesar de uma stripper ou sei la o que, ela me parece estar atrás de outra vida.
        -- Hum... -murmurei.
        -- Porquê o interesse? - olhei para o olhar desconfiado  que somente o Paul tinha. Aquele cara era capaz de saber tudo só  entrando em sua mente,  fazia o jogo virar e te fazer sentir um completo idiota. -- Você está interessado nela? 
       -- Não. - neguei sorrindo. Babaca! -- Apenas curiosidade.
       -- Você nunca foi curioso, Breno. - retrucou me olhando sob as cartas, enquanto apostava mais fichas ao jogo.
        -- Touché. - me levantei. -- Vou indo nessa,  minha Clarinha está a minha espera.

Lissa pov.

     Sorri ao encerrar a chamada,  estava feliz por saber que as coisas em casa estavam bem. Clara estava debruçada na cama lendo algum livro. Me senti completamente aliviada por ouvir a voz do meu pequeno príncipe.
        -- Ei,  e o Cameron? - perguntou ela,  repentinamente tirando a atenção do livro.
         Aquela era uma boa pergunta,  nem mesmo eu sabia a resposta. À semanas eu não via ele, não recebia nenhuma ligação sua. Balancei a cabeça negativamente.
       --Eu...não faço ideia. - murmurei,  afagando as orelhas  do meu lindo gato gordo e preguiçoso.
         -- Estranho ele sumir desta maneira,  não  o vejo mais em lugar algum. - comentou e eu suspirei. --Talvez tenha algo haver com a gravidez da Roberta.
      Oi?
      --Roberta? - indaguei.
      --Sim,  a ex dele. - sorriu e sentou-se de imediato. -- Soube que ela está grávida,  exibe o teste de gravidez pra todo mundo cheia de orgulho.
        --Eu não fazia a menor ideia de que ele e ela ainda mantinham relações. - senti aquele aperto em meu peito. Disquei o número do Miguel,  digitando em seguida a mensagem.
     "Vamos sair? ",enviei e recebi a mensagem de imediato. " Chego ai em 10 mins. ".
        -- Clara,  vou sair com o Miguel. Não sei que horas voltarei. - avisei pegando minha jaqueta de couro preta. Desci as escadas com calma. Ainda não podia acreditar que Cameron e a ex dele, ainda mantinham uma relação.
       -- Que saudade, Cherry. - gelei por completo. Olhei para o sujeito que subia os degraus lentamente. Sua mão acariciou meu rosto e tudo que senti foi uma ânsia muito forte. -- Aquela sua ameaça... - fez questão de se aproximar do meu ouvido. - ...só me deixou ainda mais atiçado.
         -- Você não passa de um pedaço de bosta. -rosnei e ele riu. -- Não pense que...
         -- Acho melhor você tomar cuidado. - estreitou os olhos ao apertar meu queixo entre seus dedos. -- Você ainda não viu do que sou capaz. - sorriu, e continuou a subir as escadas. --Boa noite, Cherry.
          Senti que o lanche que comera mais cedo subia. Respirei fundo e continuei meu caminho,  assim que cheguei ao lado de fora. Agradeci mentalmente ao vento que soprava, lembranças daquela noite surgiram em minha mente, algo tinha que ser feito! Ele não poderia sair impune.
         Ouvi o ronco de um motor e forcei um sorriso para o sujeito moreno que sorriu ao retirar o capacete. Miguel trazia o melhor de mim, me fazia sentir segura, protegida e o melhor de tudo me fazia esquecer o meu passado. Quem eu era, o que eu fazia e o melhor o que ocorreu. Envolvido meus braços em torno do seu corpo recebendo um beijo leve na testa.
       -- Alugueis uns filmes.- acariciou meus cabelos enquanto avaliava meu rosto. -- Posso fazer cozinhar algo...- levantei a sobrancelha e ele riu.--...nada muito sofisticado, assistir alguns filmes e se quiser pode dormir comigo tbm.
       -- Posso pensar no seu caso.- sorri.