— Mille eu acho que não tenho chance com o Leo. — Falei tristemente enquanto saíamos da faculdade.
Hoje foi nosso último dia de aula. Finalmente, depois do stress das provas finais, entramos de férias.
Eu não via a hora de poder descansar um pouco. Fazer medicina era bem cansativo.
— Por que pensa assim? Está na cara que vocês se gostam. Só um cego que não vê amiga.
— Eu também pensava assim, principalmente depois daquela tarde que passamos juntos antes da sua viagem para o Rio. Foi um dos melhores dias que passei ao lado dele. Juro que achei que finalmente iríamos ser mais do que amigos, mas me enganei completamente.
— Duda não fica assim. — Mille me abraçou quando viu uma lágrima escorrer pelo meu rosto. — Você mesmo disse que o Leo anda trabalhando muito. Talvez seja por isso que ele anda distante.
— Será?
— Tenho certeza que sim. Por que você não conversa com ele e diz o que sente?
— Eu não sei. Tenho medo do que vou ouvir. E se ele disser que gosta de mim somente como amiga?
— É um risco que terá que correr. Por que não aproveita que vão passar o natal juntos e conversa com ele?
Dentro de alguns dias seriam as festas de fim de ano. Rafa havia me dito que iríamos passar o natal na casa dos pais da Alice.
Eu fiquei super empolgada com a notícia. Só a ideia de ficar as férias todas sem ver meu príncipe me apavorava.
— Você tem razão. Vou falar tudo o que venho guardando aqui dentro — coloquei a mão sobre o coração — desde que o conheci.
— É assim que se fala amiga! Tenho certeza que vocês vão ficar juntos. Não há possibilidades de ele recusar uma gata igual a você.
— Boba. — Mostrei a língua para ela. — Agora eu preciso ir. Já estou atrasada. Combinei de ir ao shopping com a Ritinha antes de viajarmos para São Paulo. Não sei por que não posso esperar pelo meu irmão aqui. O Rafa tem hora que é um pé no saco. — Bufei.
— Normal de todos os irmãos. Não vê o meu que fica achando que é meu pai. Só por que é mais velho. Tenho dó da minha sobrinha quando crescer. Ele com certeza só vai deixá-la namorar depois dos cinquenta anos. — Rimos.
Caio era tão ciumento e protetor quanto o Rafa. Nem mesmo morando no Canadá parava de pegar no pé da minha amiga.
— Tadinha da Nina. — Rimos. — Depois eu te ligo. A Ritinha já está me ligando.
— Ok! Manda um beijo para ela e para o seu irmão. — Assenti e dei-lhe um abraço. — Feliz natal antecipado. Eu não te verei antes disso. Embarco depois de amanhã.
— É mesmo, tinha esquecido que você vai passar as férias na casa do Caio. Vê se não vai sair pegando todos os Canadenses que conhecer viu mocinha. — Brinquei.
— Eu? Eu sou uma santa. — Rimos — Prometo que só pegarei os bonitos.
Me despedi da Mille e entrei no carro enviando uma mensagem para a Ritinha avisando que estava a caminho.
Os dias em São Paulo foram mais do que entediantes. Tirando a parte que eu saia com a Manu e a Mari. Elas eram divertidíssimas. Eu havia confessado a elas sobre meus sentimentos em relação ao Leo. Deram-me o maior apoio.
— Vocês são muito fofos juntos. Só quero ver a cara do Rafa quando finalmente vocês se assumirem. — Mari falou rindo.
— Mari, Leo e eu, infelizmente, somos somente amigos. Esqueceu? — Falei com pesar.