Capítulo 1 o indiozinho potí

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QUEBRA DE TEXTO


Professora pesquise com as crianças os utensílios usados pelos índios, e trabalhe com seus alunos o respeito da cultura indígena.



O INDIOZINHO POTÍ

Aqui mesmo, no estado do Maranhão, cerca de 400 índios viviam na área da Reserva Biológica que era administrada pelo Instituto Chico Mendes. Numa delas, morava um indiozinho cujo nome era Potí.

Seu maior divertimento era banhar no rio com os outros curumins da sua idade. Ele passava o dia banhando, pegando peixes com suas próprias mãos. Cada chefe das tribos levava seus membiras para brincar no rio todas as tardes e ensinavam-lhes a pescar, usar suas flechas, lanças e diversas formas de sobrevivências.

Os indiozinhos eram ensinados desde pequenos a permanecerem nas matas num período de tempo para aprenderem a se defender das feras, armadilhas e principalmente do homem branco. Os chefes dos índios conduziam a aldeia determinando as tarefas á todos. A mulher tinha a tarefa de cuidar da oca, dos índios pequenos e da roça. O homem era responsável pela caça e coleta de alimentos na floresta. Quando a noite chegava, eles acendiam fogueiras e dançavam ao som dos tambores enquanto os mais adultos pintavam todo o corpo com urucu. As índias dançavam adorando a lua que para elas era um verdadeiro deus. O chefe das tribos já tinha ensinado tudo aos índios pequenos, mas para Poti não bastava. Ele queria muito mais. Seu coração estava abatido porque não tinha ainda realizado seu sonho: O indiozinho queria aprender a ler! Um dia ele ouviu alguém falar em escola e logo procurou saber o que queria dizer aquela palavra tão interessante: ES/CO/LA. O indiozinho repetia várias vezes esta palavra. Logo ficou sabendo que escola era um local onde as pessoas aprendiam a ler.

Professora, você poderá encenar com suas crianças enfatizando a cultura, os costumes, crenças e modo de vida dos índios.

Quando estava sozinho, o indígena ficava imaginando como seria uma escola, mas muitas vezes era impedido de falar do assunto porque seu pai não aceitava a ideia dever seu membira na escola, lá ele encontraria crianças brancas e poderiam fazê-lo esquecer dos seus costumes que desde cedo ele aprendera. Enquanto sua mãe pensava diferente, o que ela mesma queria era ver seu filhinho aprendendo coisas novas, isto só ajudaria, o indiozinho ficaria mais esperto e saberia se defender de todas as dificuldades que aparecesse em seu caminho, finalizava a cunhã.

O indiozinho estava preocupado com todos os curumins de sua aldeia. Ele passava horas pensando sobre essa escola que nunca acontecia. Será que vou morrer assim sem conhecer essa tal de alfabeto? Já ouvi dizer que é por meio dele, que a gente aprende a ler! Considerava o curumim angustiado.

O inverno chegou. A chuva caia molhando as plantações. Para toda aldeia, era uma grande alegria a chuva enviada por Nhará, o deus do inverno, cultuado pelos índios. A mãe de Poti estava deitada numa rede, feita por ela. Poti já estava acostumado a ver sua mãe empenhada nessa arte de fazer redes; primeiro ela plantava o algodão, depois esperava sair os botões, em seguida fazia uma limpeza, puxando fios bem finos para confeccionar as redes. Todo esse trabalho ela tinha. Ficava o menino a pensar sobre as artes e a cultura que dava pra sobreviver, mas o curumim queria muito mais que isso, ele até já havia pedido a deusa Acutí, que lhe ensinasse a arte de escrever!

Não era preciso á mãe de o indígena conhecê-lo tanto, para saber o que se passava naquela cabecinha. Ela acordou e levantou-se da rede para prosar com o indiozinho. Desde cedo ele fora muito caprichoso em seus afazeres. Na caça, sempre se saia bem, só faltava-lhe coragem para matar qualquer animal, mas isto ele iria aprender se caso precisasse para continuar a viver, acrescentava seu pai. A família do curumim estava ciente de que Poti um dia seria um grande índio, quem sabe, até um Tabajara!

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o indiozinho que queria aprender a lerOnde histórias criam vida. Descubra agora