POTI TEM UM NOVO AMIGO
O indiozinho não encontra motivo para se divertir, mesmo na grande Festa de Farturas que a sua tribo estava bancando. Eles ficam a noitinha, ao redor da fogueira e todos comem e dançam embalados pela musica folclórica. Nesse intervém, o índio se aproveita do tempo que seus pais estão tomados com os convidados e se afasta de todos.
Seu pensamento estava na escola que nunca deu certo. Seu interesse em aprender a ler não era normal para os curumins de sua aldeia. Eles não estavam envolvidos nessa esfera, afinal já tinham habilidades suficientes para sobreviver, foi o que seus pais lhes ensinaram desde cedo.
Poti ficara abaixado, rabiscando na areia e de repente é surpreendido por alguém que se aproxima, e pergunta pelo seu nome. Poti ficara inerte. Não poderia ser! Um menino branco! E agora? Como se defender? Seu pai sempre lhe ensinara a ficar preparado para enfrentar o homem branco, e agora Poti não sabia o que fazer. Sua expressão mudara a fisionomia, seu peito agitava-se apressadamente, logo apanhou a sua flecha que usava na capanga e apontara para o menino ruivo. O garoto ficou com medo de Poti. De repente o menino grita:- Por favor, não me machuque! E vagarosamente se afastava do curumim. Poti ficou sem entender. Foram tantas as armadilhas! O menino já tinha se preparado para aquela fera chamada homem branco. A sua vida toda ele ficara planejando a lutar com todas suas forças por causa dessa casta. Sua tribo daria tudo para que esse momento fosse aproveitado, e o curumim sairia vitorioso por tamanha façanha. Mas... Não foi assim. Poti nada fez, pelo contrário, teve receio de machucar aquele fulano tão frágil e sem nenhuma intenção de molestá-lo.
Poti chega mais próximo ao menino branco e tenta mostrar que nada irá fazer. Entendendo dessa forma, o garoto já não sente tanto pânico de Poti e pergunta-lhe com ousadia: O que faz aqui? Está perdido? O curumim consegue se comunicar com o garoto branco e minutos depois estão conversando e sorrindo.
Era hora de voltar pra casa, pensou o garoto, pois estava passeando quando procurava sua cadelinha que se perdera no caminho. Os dois se despediram, mas prometeram-se conversar mais vezes. Sabiam que entre eles não seria possível uma amizade duradoura, afinal pertenciam a povos diferentes, mas eles não estavam preocupados com isto.
QUEBRA DE TEXTO
Professora trabalhe com seus alunos a confecção de Ocas e aldeias. Cada equipe monta seu cenário e encenarão após treinarem o vocabulário exposto neste texto.
Mal chegara á sua oca, Poti foi logo ouvindo as reclamações de sua mãe. O curumim havia se afastado muito da tribo e ela não ficou sabendo exatamente o porquê da demora do pequeno índio. Mas o curumim não se aquietou enquanto não confessou que tinha se deparado com um menino branco. A mãe de Poti ficara indignada coma reação do filho e repensou sobre a falha que tivera ao explicar ao membira que não existia possibilidade de comunicação entre brancos e índios. Porém Poti não pensava mais dessa maneira, ele tinha certeza que o seu amigo, menino branco, não era exatamente como seu pai pintava dessa categoria. O curumim sentou-se numa velha rede e balançou-se com muita força. Queria acabar com a antiga sensação de desânimo. Mais uma vez as lágrimas banhavam seu rosto e o índio não entendia por que dos seus olhos saiam água e no seu peito havia tanta tristeza. Ter um amigo branco? Sim, e porque não? Ele era um garoto normal, nele não havia nada que seus pais desaprovassem... Só por que ele não era um índio?As pessoas não podem ser diferentes? Perguntou o indiozinho a si mesmo. Será por que eles falam outra língua? Frequentam a escola? ...Isto sim, esse seria um motivo justo pra querer ser igual a um menino branco; concluiu o indiozinho pensativo.Ӡ�#'3
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o indiozinho que queria aprender a ler
AdventureNuma forma lúdica, a autora conta-nos a historia de um pequeno índio que desejava aprender a ler. No desenrolar dos fatos ela desperta nas crianças o gosto pelo saber, sejam elas de qualquer nacionalidade, raça ou cor.o É uma...