Cap.12: Quase... quase...

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Pov. May

  Eu estava feliz. Mesmo lembrando que Leo Valdez tentou atear fogo em mim. A plateia vibrava de emoção. Eu até senti um pouco de pena do garoto. Claro, conte com o fato que eu lutei com ele de maneira diferente. O que foi como uma luta injusta.

  -Parabéns. - sussurrou Percy em meu ouvido. Virei pra ele e sorri gratificante. Pronunciei um 'obrigada' inaudível. Voltei às arquibancadas e sentei ao lado de Nico, que logo comentou minha vitória.

  -Nossa, eu não sabia que você lutava tão bem assim. - falou ele e Leo o interrompeu:

  -Eu deixei ela ganhar. Machuquei minha perna com o ursinho de pelúcia dela. - Leo disse rindo.

  -Qual ursinho de pelúcia? - pergunta Piper franzindo a testa.

  -A arma dela, não lembra? - disse Leo sério. Piper colocou as mãos no rosto tentando lembrar de algo e então falou.

  - Ursinho de pelúcia?

  -Piper, você caiu de novo na besteira dele. - Disse Annabeth revirando os olhos cinzas tempestuosos.

  -As minhas armas são adagas, Piper. - falei mostrando a minha adaga... espera, cadê a outra? - Ai! Eu esqueci a outra lá em baixo! Melhor eu ir pegar.

  Levantei. Mas alguém segurou meu braço.

  -Eu vou com você. Aproveito para mostrar o Acampamento. - disse Nico. - Vocês vem?

  Leo, Piper e Annabeth balançaram a cabeça negativamente. Descemos as arquibancadas. Campistas nos olhavam curiosos. Chegamos no meio da arena, ganhando a atenção de todos. Corri meus olhos pelo local e avistei minha adaga fincada ao chão. Caminhei e peguei a adaga de Ouro Imperial. Nico já estava saindo da arena, então eu o segui. Ele me olhou e rapidamente desviou o olhar, fazendo seus cabelos negros e lisos balançarem em seus olhos, também negros. Ele me mostrou cada canto do acampamento, a casa grande, os chalés, o refeitório, a arena, os campos de morangos, a Árvore de Thalia, a casa do Oráculo, ou sei lá o quê...

  -O que tem naquele lugar? - perguntei olhando para um pequeno casebre.

  -Er... Se quiser pode ir lá. São os estábulos, os pégasos não gostam muito de mim. - disse Nico passando a mão pelos cabelos.

  -Depois eu vejo. - falei.

  -Vem, falta ainda. -ele me puxou e corremos até uma praia. As ondas estavam calmas, e a brisa que passava assanhava meus cabelos. Sentei na areia, e logo Nico fez o mesmo.

  -Ainda não te conheço direito, me dá algumas informações. Tipo, poderíamos ser amigos. - pedi.

  Ele meio que hesitou, como se pensasse como seria se tivesse uma amiga. Ou se contaria mesmo sua história para uma estranha.

  -Bem, meu nome é Nico di Angelo, eu tenho 85 anos e...

  -OITENTA E CINCO?! - perguntei me engasgando.

  -É, que eu passei oitenta anos no Cassino Lótus. Lá, as pessoas nunca envelhecem. - falou ele gesticulando com as mão e olhando nos meus olhos... Eu já falei que eu odeio isso? - Foram os piores e melhores dias da minha vida. Se eu soubesse que o tempo estava passando tão rápido, eu teria fugido com Bianca muito antes...

  -Agora eu entendi. Mas ainda é estranho. - falei sorrindo. Ele retribuiu. Eu não sabia quem era Bianca, mas achei melhor não perguntar, não queria ser chamada de Invasora de Vidas.

  Ficamos um tempo olhando um para o outro. Já estava escurecendo. Nico chegou um pouquinho mais perto, ainda olhando nos meus olhos, hesitando. Sofri um impulso de chegar mais perto também. Seus lábios rosados roçaram nos meus. Eu estava lentamente caindo no embalo de sossego.

  Ouviu-se um toque, o mesmo do almoço. Esse agora indicava o jantar. Me afastei rapidamente, ele estava corando e eu sentia meu rosto queimar, com certeza eu estava parecendo um tomate bem vermelho. Engoli em seco e levantei. Nico levantou-se também e caminhamos até o refeitório para o jantar. No caminho, o silêncio era constrangedor. Nico ainda estava vermelho e creio que eu, o mesmo.

  Dessa vez, sentei com Jason, na mesa de Zeus. Ele me fitou com aqueles olhos azuis glaciais.

  -Onde estava? - perguntou.

  - E-eu estava na praia... conversando... com o Nico. - gaguejei. Jason me olhou desconfiado, mas logo aceitou o que eu tinha dito.

  Comi minha refeição normalmente. Joguei o resto para Zeus.

  -Er... Obrigada, pai, por me reclamar, mesmo sendo muito estranho, e eu nunca ter te conhecido, que eu me lembre. Hãã... Eu te amo. Ah! mantenha minha mãe em segurança, Cloe Parcker.

* * * * *

  Estávamos na fogueira, a chama crepitava alta e amarelada, todos pareciam de bom humor, até os filhos de Ares. As filhas de Afrodite estavam duelando com os filhos de Apolo. Leo chegou sentando ao meu lado e fazendo uma voz de locutor de rádio.

-Boa noite, queridas! - disse para Piper que estava abraçada com Jason. - Agora, deixa eu ver... Rainhas da Beleza Vs Arqueiros Medicinais. - comecei a rir. Os filhos de Afrodite começaram a cantar. Mas os filhos de Apolo interromperam-nos e começaram com uma música ainda mais forte. Era muito engraçado ver as caras das filhas de Afrodite, menos Piper estava perplexa. Nico chegou e sentou ao meu lado, uma vergonha me abateu, mas logo me acostumei, certamente acho que ele esqueceu do que aconteceu. Me associei com os filhos de Apolo e comecei a cantar também.

A União dos Três Grandes | Operação Mães em Apuros (#1)Onde histórias criam vida. Descubra agora