My two bosses

Day to day

A luz invadiu o quarto devagar, me acordando, clareando cada ponto do quarto antes escuro. Abri os olhos e encarei o teto, que dia é hoje? Espreguicei-me e bocejei, indo em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e encarei meu próprio reflexo no espelho, quando eu ia voltar a dormir direito? Meus olhos estavam contornados com uma fina linha roxa, vermelhos e inchados, íris ficando escuras estranhas e sem vida. Meu rosto pálido e cansado. Suspirei. Despi-me e tomei um banho gelado, finalmente despertando. Saindo do banheiro, reparei que minha cama não estava vazia. Quem era aquele garoto ali deitado? Eu não me lembrava dele. Analisei melhor o cômodo, e percebi que as roupas daquele moço estavam no chão, assim como as que eu havia usado na noite passada, e não foi preciso mais do que essa observação para que eu lembrasse o que havia acontecido. Ontem à noite eu fui novamente a um pub desconhecido e voltei pra casa com esse bonitinho, acho que o nome dele é Salsicha, Scooby... Fred! Esse é o nome dele, Fred. Eu fiquei meio sem graça para acordá-lo, mas eu não podia deixar que ele ficasse dormindo em minha casa enquanto eu teria de ir para o trabalho.

- Hey. - Eu tentei acordar o loirinho, coloquei minhas mãos sob suas bochechas brancas. - Querido, acorde, eu tenho que ir para o trabalho.

- Hum? - Ele abriu os olhos devagar e sorriu ao me ver.

- Tome banho, se vista. Eu vou pedir para que Maria prepare alguma coisa pra você, tá? Tenho que ir pro trabalho.

- Tá bom, meu lindo. - Ele falou segurando o meu queixo. Eu tirei a sua mão e sorri fraco, fui para o closet me arrumar. Decidi vestir uma calça vermelha, blusa branca com listras pretas e um all star. Depois do que aconteceu entre mim e Robert, meu... Ex-alguma-coisa-que-durou-quatro-anos, eu fiquei tão arrasado que acabei num pub bêbado, me agarrando com o primeiro 'broto' que vejo em minha frente. Pelo menos o garoto era realmente um broto e pelo menos eu lembrei o nome dele no outro dia. De um modo ou de outro, eu fui fraco e otário, pra variar. Acabando de passar o gel em meu cabelo, fiquei pronto.

Pedi à Maria, a empregada, que fizesse um bom café da manhã pro tal Fred e comi uma maçã na velocidade da luz, com a intenção de não me esbarrar novamente com o garoto. Afinal, eu mal lembrava o que havia acontecido entre mim e ele na noite passada e não queria lidar com uma conversa estranha a essa hora da manhã. Aliás, eu não queria lidar com conversas estranhas nunca, obrigado. Em pouco tempo, eu estava no trabalho. Sou design de uma revista com uma relativa fama, toda e qualquer ilustração que aparece na revista passa por minhas mãos, isso quando não é feita por mim. Minha exaustão era tremenda que eu não consegui sequer responder aos cumprimentos de meus colegas. E eu sei que eles perceberam minha indisposição e eu aposto como o Styles vai bater na minha porta daqui a 5, 4, 3, 2, 1...

- Sr. Tomlinson?

- Pode entrar, Styles.

- Chegou cedo, qual o milagre? - Ele comentou com aquela cara descarada de sempre. Harry Styles é o meu chefe; o chefe dos chefes era ele e Liam, aliás, a revista é deles. Harry é um pedaço de mal caminho, devo admitir, e acho que ele já dormiu com metade da redação, mas ninguém sabe disso ou, pelo menos, todos omitem.

- Eu não lhe diria o que realmente seria um milagre. - Falei revirando os olhos e esvaziando a minha pasta - O senhor está precisando de alguma coisa ou veio me incomodar como sempre?

- Calma Tomlinson! Não precisa ser tão grosso. Eu só vim saber se você está bem, o pessoal disse que você entrou com uma cara estranha.

- Hum... Eu to bem, só um pouco cansado.

- Também, deve ter passado horas pra escolher as roupas. - Eu arqueei uma sobrancelha.

- Era só isso que você queria me dizer? - Eu perguntei, com escárnio.

- Sim. Agora vá trabalhar e tire essa cara enfezada.

- Que... - Eu ia xingar, mas me segurei. Styles entra na minha sala, fala coisa inúteis baseadas em fofoquinhas e espera que eu tenha algum agrado por ele? Faça-me o favor. Eu observei meu chefe passar pelas mesas das secretárias e vi algumas suspirarem. Eu o pegaria se não fosse tão idiota, rabugento e metido. Eu o pegaria se não fosse pelo vazio dentro de mim a cada homem que eu beijava ou me interessava se não fosse por um coração perdido e cansado. Eu o pegaria se... Não existisse Liam Payne.

Payne estava de costas para a minha porta, conversando com o Niall, meu secretário. Eu sei que se ele me desse um pouquinho só de ousadia, eu não pensaria duas vezes antes de arrancar alguns suspiros pesados dele ou de arrancar aquele perfume forte do seu pescoço maravilhosamente cheiroso. Definitivamente, ele realmente merece tudo isso. Liam também era famoso pela redação, famoso por ser lindo e intocável e por... Ter uma namorada morena insuportável. Isso é broxante. Muito broxante. Broxante o suficiente para me fazer tirar os olhos daquele Deus Grego e me concentrar no trabalho. Hoje não seria um longo dia, eu só precisava organizar a capa e a contracapa e fazer um logo novo para a coluna da morena insuportável do Payne, Lauren Jauregui.