Capítulo dez - Parte dois

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Scarlett

Quando finalmente acordei, não consegui enxergar nada. Havia algo tapando meus olhos e prendendo meus pés e minhas mãos. Um carro. Eu definitivamente estava em um carro. Meu corpo dava cambalhotas para todos os lados. Os bancos deviam ser de couro e cheiravam a perfume barato. Estava tocando uma música, mais especificamente um violino. Um frio percorreu todo o meu corpo e o medo se instalou imediatamente. Como eu sairia dali? E se eu não estivesse mais viva para contar alguma historia?

Tate

Eu sabia que ele havia mandado alguém para me vigiar. Eu precisava sair dali. Olhei uma última vez para Scarlett pensando em que explicação eu daria a ela. Ele não me faria abandona-lá, eu não irei fugir de novo, essa seria a última vez.

Já era tarde da noite e meu celular começou a tocar desesperadamente, deveria ser Scarlett, óbvio. Quando o peguei vi que era um número desconhecido, um calafrio percorreu em meu corpo e fiquei em dúvida se eu deveria atender, mas atendi. Uma voz desconhecida começou a falar no telefone;

- Scarlett está com você? - Perguntava

- Não, achei que ela tivesse ido para casa... - Respondi

- É mas ela não veio - Gritou a voz do outro lado da linha.

- Quem é você? - Perguntei

- Eu sou o... - Ele pareceu pensar no que iria responder - O primo dela. Aonde você viu ela pela última vez?

- Em um bar que a gente estava, aí eu tive que sair e...

- Não quero saber se você teve que sair. Aonde fica esse bar?

- É um bar de estrada, Hudson's Bar

Ao dizer isso ele apenas desligou. Eu deveria saber que Justin iria atrás dela, fui estúpido e idiota. Sempre fugindo, sempre mudando de país, estado e identidade.

Scarlett

Me senti sendo arremessada a um chão frio e duro, de concreto talvez. Uma mão grande arrancou a venda de meus olhos e me deparei com um lugar pequeno e frio. Uma cama, um balde e uma pia. Ótimo, vou adorar viver aqui. Um homem enorme veio em minha direção, agarrou meus pés e os prendeu na cama. Alto, cabelos louros até o ombro e olhos azuis.

Eu definitivamente não tinha coragem para dizer nada. Meu corpo se paralisou e meu medo dominou todos os meus pensamentos me fazendo ter vagas lembranças dos momentos felizes que tive com as pessoas que eu amo.

- A senhora pegou meu carro naquela noite e eu o encontrei todo sujo de lama. Você vai limpar.

- O que? Não Ian! Minhas pernas estão doendo, não abuse.

- Isso não é problema - Respondeu Ian enquanto vinha em minha direção e me pegava no colo e me deixava de cabeça para baixo.

- Se você não me soltar agora...

- A única coisa que você vai fazer quando eu te soltar é lavar o meu carro, e está calor.

Ele me colocou no chão e eu o encarei tentando mostrar meu total desprezo.

- Ah vai, nem vai ser tão difícil assim! - Falou enquanto me jogava um jato de água em meu rosto.

- Seu infeliz, cretino, idiota, ridicu... Quer saber, você vai ver só - Peguei a mangueira de sua mão e corri atrás dele. Ele derrapou de cara no chão e eu comecei a rir.

- Toma distraído! - Ao dizer isso ele jogou mais um jato d'agua em mim.

Quando fui dar um passo escorreguei na poça que se formou ali na minha frente. Ele me segurou a tempo e eu só pude encarar seus olhos. Eu gostava da forma que eles ficavam no Sol, mais intensos e brilhantes. Pude sentir que ele estava gostando daquele momento, e isso fez com que meu corpo ficasse totalmente arrepiado.

Fui acordada de minhas lembranças ao escutar pela primeira vez a voz do homem que aparentemente havia me sequestrado.

- Scarlett, não é? - Perguntou num tom ameaçador.

- O que você quer de mim? - Perguntei sem fazer esforço para esconder meu nojo por ele.

- Ah Scarlett, meninas como você sempre caiem nos charmes de caras como seu namoradinho - Disse parecendo achar graça da situação.

Não aguentei e cuspi em seu rosto levando todo meu ódio e medo junto. Péssima coisa a se fazer.

- Acha que eu estou brincando, garota? - Gritou enquanto pegava sua faca que por sinal estava bem afiada e a posicionava em meu pescoço - Eu poderia te matar agora mesmo.

- Então mate! - Gritei ao mesmo tom.

- Corajosa, gostei. - Falou e logo depois num movimento rápido passou a lâmina da faca pela minha perna me fazendo gemer de dor.

- O que você quer comigo? - Gritei já chorando.

- Não é com você, querida. Só preciso de você como uma moeda de troca. Ryan costuma escolher muito bem seus brinquedos, ele não deixaria eu fazer alguma coisa com você sem tentar impedir.

- Ryan? Quem é Ryan? - Perguntei deixando todo meu medo ser invadido pela minha curiosidade e confusão.

- Você vai saber quando ele vier atrás de você, querida.

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Olá, olá. Voltei! Com este capítulo broxante para vocês!

Meu twitter: @euemnarnia

SIM EU MUDEI A CAPA E A SINOPSE. SEI QUE A CAPA ESTÁ horrorosa MAS É TEMPORÁRIO!


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