Dedicado a @Rutygoli
Quando senti seu punho próximo ao meu rosto, a única coisa que senti foi um calafrio em saber que poderia estar com o rosto machucado naquele momento, se Felipe não tivesse parado o soco.
Mas particularmente, não sei o que estou sentindo. Quando éramos adolescentes, por impulso eu fugi dele em um único Beijo que havia me dado de surpresa, mas depois que parei pra pensar no que tinha acontecido, eu sabia que o amava, eu não tinha como negar, mas tudo aquilo aconteceu tão rápido, no mesmo dia em que minha mãe sofreu um enfarto e foi hospitalizada, que não deu nem tempo de raciocinar, e tive logo o choque de vê-lo com outra pessoa naquele hospital.
Lembro-me quando estávamos em sua casa, quando deitavámos pra descansar, e sabia que ele estava acordado quando deitava e alinhava a cabeça sobre meu peito, e então só depois de sua cabeça está devidamente alinhada ele adormecia, e eu não me importava, porque sabia que ele era frágil emocionalmente, e se sentia protegido comigo.
Mas logo após ter me beijado, ele se jogou nos braços de uma outra pessoa. Acho que ele poderia ter esperado e conversado comigo, invés de falar apenas "que aquilo não iria mais acontecer", ainda por cima no hospital com minha mãe em estado grave e podendo morrer.
Apesar de tudo, eu não quis ninguém, e também comecei a trabalhar pra ajudar minha mãe logo depois do incidente. Um ano depois, quando eu já estava firme na loja, entrou um rapaz como vendedor, que se interessou por mim alguns meses depois. Ele era bonito, e se parecia muito com Felipe, o que me maltratava demais. Eu cheguei a chorar nas primeiras noites. Em algumas noites chorava pela minha mãe, e em outras, porque o fardo que eu carregava parecia muito mais pesado sem ele comigo pra me abraçar.
Depois disso, Carlos, o rapaz que entrou pra trabalhar na loja, conversou comigo, uma conversa bem direta. Ele disse gostava de mim e me beijou, eu correspondi ao Beijo. Mas em seguida, me senti beijando o Felipe, e fiquei tão envolvido que chamei pelo nome dele (Felipe).
Aquilo foi triste, porque já havia passado um ano, e depois de muitas perguntas que Carlos me fez, eu disse a ele que não queria que ele chegasse perto de mim se não fosse a trabalho, o que fez com que ele pedisse demissão. Não achei que fosse pra tanto, mas...
Sou acordado de meus devaneios com um grito de Diana, quando vê Guga virando um soco no meu rosto, que com minha distração e a força do impacto, caio no chão.
Então Felipe grita:
- Que porra você fez Gustavo!- Disse ele colocando as mãos atrás da nuca, demonstrando preocupação.
- Que caralho foi isso que tu fez? você não conhece ele porra, porque ter essa consideração? Eu fiz o que era pra você ter feito, mas nossa conversa vai ser depois.- Falou o Guga olhando como se fosse dono de Felipe.
Com todos distraídos, Christian acaba virando uma cotovelada no rosto de Guga, que visivelmente fez cortes no interior da boca dele, pois jorrou sangue e ele se ajoelhou no chão por algum motivo.
Começou um grande tumulto, os seguranças pegaram o Gustavo, o príncipe, que por coincidência ou não, era o Felipe; Christian, Diana e eu.
Aquele restaurante virou a um Hing de boxe, sem falar na gritaria e quantidade de pessoas cochichando sobre o que acontecia.
Uma voz alta ecoava de algum lado, não sabia dizer de onde, pois eu estava zonzo, então a voz diz:- Todos para os seu lugares, ou para suas salas!
Quando ela chegou próximo, disse:
- O que aconteceu aqui Diana? Meu Deus, olha os rostos desses meninos! Levem esses três pra enfermaria Moisés, e depois leve-os para minha sala.- Disse ela num tom autoritário ao segurança próximo a mim.
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Ao seu lado
RomanceEm meio a correria do dia-a-dia, William, um garoto humilde que luta para ajudar a mãe, que se esforça para lhe dar uma boa educação, encontra Felipe, um garoto que embora de classe média alta é um garoto simples que mora com a mãe, os dois acabam e...