Sete dias se passaram, desde que destruíram minha vida. A sete dias atrás eu esperava pelo amor dele, e o que recebi foi a notícia de sua morte. Confesso que os dias tem sido insuportáveis, minha casa não é mais a mesma, Leonor vive chorando pelos cantos, mas esconde a própria dor e angustia para acalentar meu choro e desespero.
Não entendo muito o que aconteceu. Depois daquela ligação. Eu desmaiei, acordei minutos depois numa ambulância, foi quando entrei em desespero e comecei a me debater, queria saber o que tinha acontecido. Mas tudo parecia estar contra mim, fui sedado, só recuperei a consciência depois de algumas horas no hospital.
Quando abri meus olhos eu estava numa cama de hospital, com Leonor chorando do meu lado, segurando minha mão. Ela disse:
- Por favor, apenas ouça. Não faça dessa situacao pior do que já está.
Olhei com cara de desespero e choro para ela. Eu estava a ponto de entrar em colapso e com a cara de quem estava segurando o último choro de sua vida.
Ela estendeu a mão sobre meu rosto e falou:
- Não há mais nada a se fazer. Agora só é nós dois.- Finalizou deixando as lágrimas caírem sobre sua face sem expressão.
Tudo que veio à acontecer depois que ela falou isso é uma incógnita pra mim, pois não lembro. Só o que sei é que as consequências do que aconteceu naquele momento deixaram meu corpo cheio de hematomas e algumas fraturas nos dedos.
Não consigo imaginar outra dor tão grande quanto a de perder alguém. Já perdi meus pais, confesso que meu mundo acabou naquele instante, mas hoje é mais que isso, eu perdi meus pais e perdi o grande e único amor da minha vida.
Quando você esta apaixonado por alguém, você sente uma felicidade plena. Quando você esta namorando a pessoa por quem esta apaixonado é a sensação mais maravilhosa do mundo, mas agora pense na pessoa por quem você esta apaixonado, e ela esta falando que não te ama, que na verdade ama outra pessoa. Imagine essa dor. É... ela é insuportável, não é?
Acredite, essa dor não é nada em comparação a perder alguém que ama.
☆☆☆
Nesse momento acabei de chegar em casa.
Vim da missa de sétimo dia de Osvaldo, Susan e William.
Há três dias comecei um tratamento. Pois desde que tudo aconteceu, eu venho tendo fortes crises de desespero, isso acontece quando eu realmente percebo que tudo o que aconteceu foi real, no momento eu sinto que William esta aqui, por isso me sinto tão bem. Mas quando percebo que isso não é verdade eu tenho essas reações inesperadas, que faz com que eu me fira e seja um risco para mim mesmo. Além disso, adquiri uma espécie de gastrite nervosa, que me faz ficar com enjoos com muita frequência. O médico diz que eu tenho que continuar com todo o tratamento, para que eu passe por toda essa dor sem causar danos a meu corpo.
Acho que todas essas sensações ruins que estou tendo é pelo fato de ele ter tido uma morte trágica, carbonizado. A única coisa que pode ser reconhecido foi o seu Rolex.
Isso faz aumentar minhas crises.
Todas as minha malditas frustrações começaram naquele maldito día. Leonor foi reconhecer o corpo e me disse que estava irreconhecível, e que o identificou pelo relógio que eu havia dado de presente a ele.
Mas essa história era muita estranha, havia três mortos, um deles era William e os outros dois eram Osvaldo e Susan, eu não consigo compreender, já que os dois estavam na festa e eu os tinha visto saindo. Eu durmo sempre pensando nos porquês de tudo isso.

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Ao seu lado
Roman d'amourEm meio a correria do dia-a-dia, William, um garoto humilde que luta para ajudar a mãe, que se esforça para lhe dar uma boa educação, encontra Felipe, um garoto que embora de classe média alta é um garoto simples que mora com a mãe, os dois acabam e...