CAPÍTULO II

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Vivo em uma queda interminável... hoje quando acordei, minha mãe estava dormindo, havia comprado pão e preparado café para o meu pai, sim, infelizmente ele existe, não gosto de falar sobre ele, lembrar-me do que ele já me fez, atormenta as feridas do meu coração, então é melhor deixar quieto.
Tomei meu café tranquilamente, sozinha como sempre, e pelo incrível que pareça, hoje eu não estava atrasada. Meu caminho pra escola é longo, pego o metrô e um ônibus, por isso tenho que acordar cedo, infelizmente. Coisa que me deixa irritada.
Estudo em uma escola estadual, não é a melhor de todas, mas é a única perto de onde eu moro, e olha que não é tão perto assim, mas tudo bem, me divirto as vezes nessa ida e volta pra casa.
Pego o metrô exatamente as 06:40 e paro na estação dois, até chegar meu ponto, me entrego a uma envolvente aventura pelos sons da música eletrônica, Pop Rock e outros gêneros, os únicos que eu não consigo realmente ouvir são o funk e o sertanejo, mas infelizmente quase todas pessoas que conheço só gostam desse estilo, que eu me recuso a escutar, mas por uma questão social, tenho que aceitar.
Desço na estação 2 e pego o ônibus que para pertinho da escola. Enquanto o ponto não chega, pesquiso algumas manobras de skate, pois tenho que treinar bastante, vou participar do torneio regional, e preciso atingir meu objetivo que é ganhar. Mas não sei como vou fazer, pois meus pais são super contra a esse esporte, eles falam que é coisa de menino, e nesse mundo atual existe essa diferenciação menino e menina? Lógico que não, mas meus pais não conseguem entender. Posso até desobedecer meus pais, mas vou lutar sempre pelos meus sonhos.
As 07:00 chego na escola, não gosto de faltar da aula, matérias novas me instigam, mas matemática é meu monstro interior, não consigo resolver nem os problemas da minha vida, imagina da matemática.
A primeira aula é de Sociologia, desvendar os mistérios da sociedade, transformar as pessoas em cidadões criticos e participativos. Gosto muito dos debates e discussões, tirando a parte que eu não consigo me expressar.
Logo após, fui para a biblioteca, sim, eu amo ler e me esconder entre os livros, nesse horário, seria aula de matemática, mas não tenho nem ânimo pra resolver cálculos, hoje estou com um sentimento tão ruim, como se algo fosse acontecer, será que vai? Não sei, mas pressinto, meus mais sombrios medos e lembranças estão rondando minha mente como redemoinhos.

A Leitora OcultaOnde histórias criam vida. Descubra agora