O tempo havia esfriado naquela manhã, após tomar o café subi até o quarto a procura de um agasalho. Revirei o guarda-roupas e encontrei uma jaqueta preta com algumas tachas prateadas. Segui em direção à escrivaninha a procura da minha mochila, que estranhamente, estava
na cadeira e não na mesa como eu havia deixado. Dei de ombros e a abri, recarreguei meu par de HK USP encaixando-as uma de cada lado do cinto coldre e vestindo-o logo em seguida. Fechei a mochila e segui em direção do primeiro andar da casa. Carl estava sentado no sofá lendo algo no qual eu não fazia questão de saber enquanto Rick me aguardava escorado na porta.- Estou pronta, podemos ir?
- Sim. - Rick respondeu me entregando uma mochila vazia.
- Tomem cuidado. - Carl disse se referindo à nos dois.
- Sempre tomo. - Rick e eu respondemos juntos o que me fez rir pelo nariz.
Seguimos para fora da casa nos despedindo de Carl. Não sei que tipo de pai deixa o filho sozinho quando há mortos-vivos vagando por todos os lados, provavelmente o tipo do Rick.
- Você não fica preocupado em deixar Carl sozinho? Sabe, alguém pode aparecer alguém por lá...
- É claro que eu me preocupo... Mas foi necessário. - respondeu. - Além do mais, Carl me pediu um voto de confiança... estou dando.
- Se você diz... Para onde vamos?- Não muito longe, Carl vasculhou algumas das casas do bairro então não há muito pelo que procurar por aqui, vamos até as outras quadras, espero encontrarmos suprimentos por lá.
Diferente do dia de ontem, Rick não parecia ligar muito para as coisas, principalmente para as que eu dizia. Mas eu sabia, sabia que ele só estava esperando nos afastarmos de casa para começar o seu questionário. Caminhamos em silêncio durante todo o caminho para fora do bairro, levamos uns 10 minutos até chegarmos ao bairro vizinho. Havia alguns walkers por ali matamos todos usando nossas facas. Visitamos as primeiras casas ainda em silêncio e eu juro que aquilo já estava me incomodando.
- Aqui moravam adolescentes. – disse pegando um porta-retrato com a foto da família. – Eu vou subir e pegar algo para nós três vestirmos.
- Você não vai a lugar nenhum. – travei. – Até nós conversamos. – se eu pudesse travar duas vezes seguidas, eu teria travado.
- T-tudo bem. – disse me sentando na mesa. Se alguém mais estivesse ali pensaria que éramos pai e filha e que eu estaria recebendo uma bela bronca por conta do boletim escolar. – O que quer saber? – perguntei.
- Quem é você? De onde você veio? Como sobreviveu até agora sozinha? Onde conseguiu as armas? – Rick parecia uma metralhadora, perguntava sem parar.
- Ei, calma! Uma coisa de cada vez. – disse acabando com a sua euforia.
- Foi mal. – ele disse abrindo a geladeira. – Me conte um pouco sobre você, não tivemos tempo de nos conhecer melhor. – ele disse balançando duas garrafinhas d'água e me entregando uma. Fala sério, a quanto tempo eu não bebo água filtrada.
- Eu perdi meus pais algumas semanas antes de tudo acontecer, por isso, tive que enfrentar tudo sozinha, mas talvez tenha sido melhor assim, eu não aguentaria vê-los sendo mortos por conta desses canibais. – disse olhando pela janela e tomando a água. - Minha mãe era enfermeira e meu pai sargento do exército e se eu sobrevivo até hoje foi graças a eles, apesar de quase não vê-los por conta de seus trabalhos nós éramos uma família muito unida, eu costumava dizer que o melhor presente na noite de natal era tê-los ali comigo e era verdade. – suspirei. – A única pessoa que eu tenho é o meu avô... da última vez que nos falamos ele disse que esperaria por mim. – sorri. – faz muito tempo mas espero que ele esteja cumprindo com a sua palavra.
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Purpose - The Walking Dead (Fanfic)
FanfictionNão importa o quão duro ele tente ser, ele não pode fechar o seu coração para sempre. E no minuto que ele abri-lo, nunca saberá o que vai entrar. Mas quando isso acontecer, Carl só terá que ir para ela! Porque se ele não fizer isso, não haverá senti...