Não. Não era possível. Eu estava em território da MM. Se eu fizesse algum som, eles fariam algo comigo. A arma. Era isso. Eu precisava sair desse lugar. Os pães. Ótimo. Eu estava planejando um plano um pouco improvisado. Peguei um pão e joguei nos fundos da padaria. Distração. Eles foram na direção. Era a hora. Mirei a arma em um deles. Estavam de costas. Dei um tiro certeiro na cabeça do jovem. Os outros dois sacaram as armas na minha direção. Eu sou um burro. Me rendi. Não havia o que fazer. O que parecia mais novo pego uma algema e prendeu meus pulsos um ao outro, pelas costas.
-O que vão fazer comigo?
Eles ignoraram e saíram da padaria, me levando junto. A arma tinha ficado lá. Eu estava indefeso e talvez eu iria ser morto e enterrado a 7 pés da terra. Era meu fim. Lisa e os outros garotos. Eu nem sabia o nome dos dois. Eles tinham que sobreviver. Eram a única esperança. Eram minha única esperança. Olhei em volta pela cidade enquanto eles me levavam. Eu estava indo para a minha antiga casa. A base da MM.
Pararam em frente a casa e bateram na porta. Um garoto de uns 9 anos abriu a porta. A casa estava muito diferente. Estava mais sombria, com diversos adesivos da MM pela parede. Não. Não eram adesivos. Eram marcas feitas com sangue.
-Quem é você?
Uma voz vindo de trás da poltrona do meu pai. Era o trono do líder deles.
-Sou Lucas. E essa é minha casa.
-Sua casa? Interessante... Então você deve saber tudo sobre aqui dentro.
Faço que sim com a cabeça. Eu não queria morrer. Se ele não pedisse pra matar a Lisa ou os outros dois, eu obedeceria pra ganhar sua confiança.
-Ótimo. Eu quero te dar uma missão.
A poltrona se virou e um menino de uns 11 anos, com uma coroa prata (parecia uma coroa feminina), apareceu diante de mim.
-Quero que você vá no centro da cidade. Lá vai ter um homem grisalho de uns 40 anos. Novo pra ter cabelo branco. Lógico que pintou. Ele estará com uma maleta cinza. Quero que traga pra mim. Senão...
-Entendi.
Eles me jogaram pra fora da casa. Agora eu não sabia o que fazer. Saí correndo até o prédio, sem saber o que fazer. Eu precisava contar isso pra alguém. Mas eu poderia ser morto. Será que estavam me seguindo? Olhei pra trás. Nada. E se na mala tivesse uma bomba prestes a explodir? E se o homem grisalho fosse um assassino? E se Lisa não estivesse bem? Eu precisava agora ir até o prédio. Cheguei lá com duros pisos.
-Lisa! Cadê você?
-Lucas?
Corri até sua voz e dei um enorme abraço nela, como se nada tivesse ali perto. Queria que não acabasse nunca.
-Estamos correndo perigo.
Me assustei com o que ela tinha falado. A soltei e fiquei em silêncio. Havia um eco de passos pelo prédio. Umas 5 pessoas estavam aqui. Os dois garotos tinham sumido. Como eu iria contar pra ela que eu tinha sido sequestrado? Só me restava cumprir a ordem.
-Tenho que ir.
-Aonde?
-Preciso receber uma encomenda. Pedido da MM.
-Você está do lado deles, Lucas?
Não contei da melhor forma. Ela não iria entender.
-Não. Não estou.
-Então por que você...
-Estou sendo obrigado.
Ela teria um surto de raiva agora, como sempre, misturado com um pouco de tristeza e dó. Eu não entendia muito bem.
-Você está dizendo que... Você foi ameaçado?
Ela falou com muita ênfase quando perguntou se fui ameaçado. Concordei com a cabeça.
-Vou junto. E não recusa!
-Não. Fique aqui.
-Lucas. Não temos armas. Não temos como nos defender. Está vendo isso?
Ela me mostrou um dos facões. Estava manchado de sangue.
-Foi isso que restou dos nossos aliados. Fomos atacados. Não temos comida. Nada!
Não adiantava discutir. Ela tinha razão. Não podíamos nos separar. Talvez a maleta iria nos ajudar. Logicamente, fomos até o centro. O homem tinha cabelo pintado. Como eu iria reconhecer isso? Todo cabelo branco poderia ser de verdade ou não. Talvez ele estaria em um beco, esperando. Um homem com uma maleta não iria andar com uma mala daquele tipo no meio da cidade. Aliás, a MM não dominava o centro. Então seria muito mais difícil achar.
-Está com fome? Quando estava fora, eu e os garotos conseguimos algumas frutas.
-Mas você não disse que tinha perdido tudo?
-Era o estoque reserva. Guardamos antes do ataque.
-Poderia ter falado antes.
-É... podia. Mas não falei. Simples.
Eu não iria recusar. Tinha saído por conta de pães. E não comi nada. Então peguei uma maçã, que estava meio amarelada. Não era um ótimo lanche para a tarde. Mas iria servir.
°°°
Procurei por toda a cidade o homem. Nada. Já não tinha esperanças. Lisa já estava cansada. Estávamos andando a horas.
-Lucas!
Lisa gritou do meu lado. Me virei pra ela. Um homem de capuz e segurando uma mala preta estava segurando ela ao meu lado. Não conseguia ver seu rosto. Seria o homem que eu esperava?
-Solte ela.
-Trouxe o que pedi?
O líder da MM não me falou nada sobre ele ter pedido algo. Ele poderia estar mentindo sobre o tal pedido. Mas seria arriscado arriscar. Seria um teste?
-Você não pediu nada.
-Exato.
Ele jogou Lisa no chão e a maleta do seu lado e saiu correndo de perto. Era a encomenda. Mas algo estava errado. A cor da maleta. Era diferente. Era pra ser uma maleta cinza e não uma preta. Ajudei Lisa a levantar antes de abrir a mala. Seu rosto tinha ralado um pouco quando caiu no chão mas nada que passasse rápido.
-Vamos abrir.
Era minha idéia. Seja o que for, deve ser muito importante. Então a ficha caiu. E se fosse uma armadilha da MM para nos matar. Lisa já estava tirando as trancas. Não era difícil fazer isso.
-Solta a mala.
-Lucas, temos que abrir. Agora.
-E se for uma armadilha? E se explodir? E se acontecer alguma coisa de ruim quando você abrir?
-Confie em mim. Não vai acontecer nada disso.
Eu confiava nela. Mas não queria ver nada de ruim a ele. Ela abriu a mala e eu esperei o pior. Mas nada aconteceu. Seria uma mala qualquer com uma encomenda simples?
-O que tem aí?
-Venha ver. Você não vai acreditar nisso.
Seu rosto esboçava um enorme sorriso. Parecia ser algo bom. E eu esperava boas noticias depois do que aconteceu. Fui até ela é olhei a mala por dentro. Era incrível o que tinha.
°°°
Desculpa a demora por novos capítulos. Estou meio sem tempo. Mas não ficarei mais tanto tempo assim sem postar. Novos capítulos o mais rápido possível
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MM - A Máfia
General FictionMM. Era assim que o bando de arruaceiros poderosos se apresentavam. Eram poucos no começo. "São só alguns jovens". Mas o famoso líder da MM conseguiu o que queria. Conseguiram dominar a cidade. Por completo. Quem se contrariasse, morria a sangue fri...