Capítulo dezesseis (Parte II)

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Melissa

Sinto algo me segurar,tento me soltar mas é mais forte do que eu.Começo a ficar agitada,minha respiração fica cada vez mais ofegante,tudo está escuro e ouço um barulho ensurdecedor.Me viro para todas as direções a procura de alguma coisa que nem mesmo eu sei o que é.

Estou perdida!!Olho em todas as direções e não consigo enxergar nada,o barulho aumenta e levo minhas mãos a orelha tentando proteger minha audição,mas o barulho começa a machucar minha cabeça e grito caindo no chão logo em seguida.Olho para o mesmo e vejo o asfalto a minha frente,o barulho diminui e não sinto mais nada me segurar,forço minhas pernas a se levantarem e olho em volta,reconheço esse lugar.

Vejo a árvore a minha frente e no chão uma rosa,estendo minha mão para pegar-lá mas no mesmo instante ela some e uma mão puxa a minha,sinto como se meu corpo estivesse caindo dentro de um abismo e que tudo estivesse a desaparecer aos poucos,tento grito mas não consigo tenho a sensação que existe uma fita na minha boca ao qual me impedi de falar.

O desespero começo a tomar conta de mim e fecho meus olhos,então vejo o rosto da minha mãe,ela sorri para mim e me chama com a mão,sorrio para ela e caminho em sua direção,olho em seus olhos e vejo que eles estão vazios e sem vida,a olho intrigada então vejo o rosto da minha mãe desaparecer e no lugar,uma máscara surgi.Não é mais a minha mãe e sim o homem que me drogou e atacou,caminho para trás e ele avança na minha direção em passos largos.

Seus olhos estão escuros e vejo maldade em seu rosto,o medo cresce dentro de mim e não sei como agir,tento andar mas sinto minhas pernas travarem no chão.Quero correr mas minhas pernas continuam paradas,quero que elas me obedeçam mas não consigo mover um músculo,então percebo que ele vê meu desespero e se aproxima sorrindo,seu sorriso é sombrio e sinto todo meu corpo se arrepiar.

Nossos corpos estão centímetros de distância e ele começa subir sua mão,sinto ele acariciando meu braço e a cada toque dele meu corpo tenta se afastar um pouco,mas ele me segura mais forte,quero gritar com ele,quero fugir dele,quero bater nele.Mas o meu corpo não reagi,a merda do meu corpo não reagi.

Seus dedos estão no meu ombro e sobem para meu rosto,sinto raiva de mim por não o impedir.Mas assim que seu dedos tocam meu rosto,vejo seu sorriso sumir e todo se torna escuro novamente.Tento pedir por socorro mas é em vão.

Estou dentro do carro,mas não sei porquê corro tanto,tento pisar no freio mas sinto como se meu corpo estivesse no automático,como se agisse por conta própria.Vejo o rosto da minha mãe surgi na minha frente como um flash,e o mesmo flash me cega por alguns instantes,e como num ato de desespero,viro todo o volante e em segundos só vejo o carro capotando várias e várias vezes,o vidros vem em minha direção tento me proteger,mas é em vão,só vejo tudo parar quando sinto minha cabeça bater com força no volante e tudo escurecer novamente.

Sinto alguém sacudir meu corpo e chamar pelo meu nome,a voz vai ficando mais alto e clara.É o Bryan!!!

Abro meus olhos e o abraço desesperada,era só mais um pesadelo,mas me parecia tão real.

—Meu amor está tudo bem—Ele diz afagando meus cabelos enquanto tenta me passar tranquilidade e segurança,sinto uma gota de suor escorre pelo meu rosto e aperto com força as suas costas,meu corpo parece cansado,mas minha mente está em choque,não consigo demostrar qualquer emoção.Sei que o Bryan está preocupado comigo,mas não consigo dizer á ele que estou ficando melhor,que por mais que seja difícil acreditar,mais estou começando a me acostumar com esses pesadelos.

Respiro fundo e o solto,Bryan olha para mim e vejo seus olhos arregalados—Fiquei tão preocupado,tentei te acorda mais você não reagia,você estava agitada parecia desesperada.—Sua voz de preocupação e medo,me faz sentir culpada.Ele não merece passar por tudo isso,sinto que está sofrendo tanto quanto eu.

Vou esperar por ti - Obra Pausada/sem previsãoOnde histórias criam vida. Descubra agora