Prólogo

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IMPORTANTE: Essa obra é um rascunho de algo maior. Tudo escrito aqui será desconsiderando na versão oficial encontrada na minha lista de obras. Eu avisei.

Link para a versão oficial: http://tinyurl.com/nemesisessencia

Cinco anos atrás

O gramado estava úmido, tanto pela intensa chuva que percorria o céu noturno quanto pelo sangue que era derramado pelos cortes nos corpos empilhados do lado de fora.

Ao todo, 52 pessoas acabaram de ser assassinadas enquanto estavam dormindo. Crianças que estavam sonhando com futuras adoções, mesmo que quase sem esperanças. Funcionários que faziam o orfanato funcionar, mesmo com um salário abaixo da média. Pastoras que pregavam um futuro melhor, com paraísos aguardando após a morte terrena. Porém, nesta noite, todos estavam no mesmo grupo. Não havia diferença. Não havia hierarquia. Não havia mais sonhos. Não havia mais esperanças. Só havia uma pilha de cadáveres do lado de fora do orfanato chamado Filhos do Vento.

Naquela local, apenas duas pessoas ainda estavam respirando. A primeira: o assassino. Um homem grande e com os músculos esticando a jaqueta camuflada manchada de sangue, touca que cobria todo o rosto e uma faca de caça que refletia a luz do luar. Ele estava exausto, mas continuava empilhando os corpos sem vida, um depois o outro. A outra pessoa estava deitada próximo aos seus antigos colegas de trabalho. Um rapaz caído no chão, com os braços abertos e hematomas na cabeça. Ele usava o mesmo uniforme dos outros funcionários, mas era o único deles que não tinha sido transformado em cadáver, ainda.

Finamente todos os corpos são colocados do lado de fora. Um suspiro de satisfação é dado pelo homem de jaqueta camuflada, como quem termina aquele último relatório em uma sexta-feira á noite. Momentos depois, o grande homem caminha em direção ao rapaz que está começando a se recompor lentamente.

O rapaz solta alguns gemidos incompreensíveis. Um pequeno cantil com algum perfume forte é aberto e o líquido é colocado na grande mão do carrasco, que se mistura com o sangue das vítimas de minutos atrás. A mesma mão é colocada no rosto do rapaz, que acorda segundos depois com a passagem de ar sendo interrompida.

- Arghh... - resmunga o rapaz, tentando afastar o rosto - mas que p**** é essa?!

Ele tenta se levantar, mas é impedido pelas mãos do grande homem sobre ele. Os olhos tem dificuldades para focalizar o que está acontecendo, mas o cheiro de sangue já é familiar para o rapaz, que imediatamente sente o desespero subindo pela sua espinha.

- Shhhh... - o assassino coloca a faca verticalmente nos lábios, enquanto segura o rapaz - eu não posso te matar, mas posso te machucar bastante, então se comporte.

Ele para de se debater, entendendo que é inútil devido a grande força do homem em cima dele. Erguendo a cabeça com dificuldades, o rapaz enxerga uma forma irregular que nunca havia visto no quintal do orfanato. Era grande, um pouco circular mas bastante desajeitada. A escuridão da noite deixava qualquer tentativa de distinguir o que era aquilo quase impossível. Até que um relâmpago iluminou tudo o que ele nunca mais vai esquecer. Rostos familiares pálidos e vazios. Corpos que ele sempre observou correndo de felicidade, agora estão inertes e distorcidos. Pessoas que ele considerava sua família, sua única família, banhadas pelo sangue que escorria do topo para o gramado.

- Não... - disse o rapaz, a única palavra que ele conseguiu pronunciar, ainda com os olhos fixos no monte de corpos.

- Sim... - responde o assassino - agora seja bonzinho e durma de novo. O rapaz no chão já havia inalado bastante do estranho líquido, mas seu desespero o mantém com os olhos vem abertos.

O terror do rapaz é substituído pela irá e ele volta a se debater debaixo do grande homem, porém, por mais nervoso e descontrolado, não é páreo para o carrasco.

- Porque?! - grita o rapaz, lutando para se desfazer das grandes mãos do assassino - Porque não me matou também?!

- Porquê faz parte do acordo deixar alguém vivo - responde o assassino, segurando as mãos do rapaz, mantendo-as sob controle mesmo com os movimentos bruscos buscando o contrário - alguém precisa ser o vilão para que os heróis existam.

Antes que o rapaz pudesse absorver o que foi dito, com a outra mão do enorme assassino, o punho é fechado e mergulha violentamente contra o rosto perplexo do homem no chão. O som do impacto e do nariz sendo quebrado ecoa pelo jardim, deixando-o inconsciente no mesmo instante. A faca banhada de sangue é implantada na mão molhada do rapaz, que também é vestido com a jaqueta camuflada, mesmo tendo quase o dobro do seu tamanho.

O grande homem saca um celular do bolso, joga todo o seu peso na grama sentando ao lado do inerte rapaz e disca uma série dígitos, aguarda alguns segundos encarando a chuva que molha os corpos empilhados e diz:

- Está feito. Agora soltem a minha filha.

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Saudações!

Prólogo bem misterioso? Essa é a intenção mesmo :3

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Forte abraço e Carpe Diem!



Projeto Nêmesis #01 - A Essência (RASCUNHO)Onde histórias criam vida. Descubra agora