Capítulo 14

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Olá, leitores!
Escrevi esse capítulo com um carinho enorme, então, me deixem saber o que acharam, ok?
Estou esperando os comentários.
Beijos e ótimo início de semana!

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Alicia

Passaram-se seis dias. Seis dias que eu ligava e mandava mensagens para André, e ele não me retornava. Evitava-me. Ignorava-me. No aplicativo WhatsApp era possível saber quando a pessoa visualizava suas mensagens, e ele visualizava todas. TODAS!

Eu estava possessa. Não sabia o que havia feito de tão ruim para que eu não merecesse no mínimo uma resposta monossilábica vinda dele. Quanto mais os dias passavam, mais eu ansiava em resolver logo a adoção do Pipoquinha pelos tios e prima da Gabriella. A irritação em mim era tão grande que, se eu o encontrasse, seria capaz de dizer poucas e boas.

- Eu não aguento mais te ver nesse celular, menina! Você escutou tudo que eu disse? O churrasco é daqui a dois dias e você ainda não comprou nada! - Disse vovô irritado e eu parei de andar de um lado para o outro para encará-lo com o celular em mãos.

- Aquele inspetor é um mal educado. Será que o senhor pode dizer a ele que-

- Não. Resolva suas pendências com o Novaes sozinha. - Respondeu de forma grosseira.

- Mas vovô, eu preciso-

- Já disse que não. Não tenho tempo para coisas banais, Alicia.

- Mas o Pipoca não é uma coisa banal! - Defendi.

- Alicia. - Ele bufou. - Eu tenho um assassino, um estuprador, e um estelionatário me aguardando na delegacia. Você acha que eu tenho tempo ou disposição para resolver picuinhas suas com o meu investigador, sobre um cachorro que foi batizado de Pipoca? Faça-me o favor! - Reclamou.

Ele estava irritado, e achei melhor não provocá-lo. Por mais que vovô nunca tivesse levantado um dedo para mim, eu preferia não arriscar. E também, eu sabia o quão estressante era o seu trabalho na delegacia e não achava justo sobrecarregá-lo com meus problemas. Além disso, ele tinha razão. Eu tinha quase vinte e um anos e precisava resolver minhas pendências sozinha.

- Desculpe. Onde está a lista do mercado?

Ele apontou a mesa e eu fui até ela para pegá-la e resolver aquilo mais tarde.

- A Heloísa vai te ajudar, tudo bem? Tome cuidado e não ande com as janelas do carro escancaradas. - Alertou com o dedo em riste, pegando a jaqueta de couro que estava pendurada na cadeira.

- Sim, senhor. E por falar na Helô... - Eu disse em um tom de sugestão e ele encarou-me.

- Nem uma palavra, Alicia. Nem uma palavra.

Soltei um risinho e fingi fechar a boca com um zíper, mas, depois que ele virou as costas, eu me permiti sorrir.

Ah vovô, o senhor não tem jeito.

Recebi uma mensagem da Gabi apressando-me para pegar o Pipoca, pois a prima dela estava adoecendo por conta do cachorro e os pais da menina tinham pressa. Suspirei frustrada. Se quem estava com o cão, que era o André, não me dava nenhuma posição, o que eu poderia fazer?

Então, uma ideia me surgiu. Se ele achava que podia ignorar-me como estava fazendo naqueles últimos dias, e eu não faria nada, estava muito enganado. No final do dia, ele teria uma surpresa.

[...]

- Você jura que me perdoou? Não está nem um pouquinho magoada? - Arthur perguntava fazendo um sinal com o indicador e o polegar, como se quisesse dizer o quão "pouquinho" ele se referia.

Sob a Mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora