Bom diaaaa!!!
Segue a segunda parte do capítulo. Esta é narrada pelo André.
Boa leitura, lindonas.
***
André
Deitado em meu sofá, eu jogava a bolinha de Pipoca na parede da minha sala e a pegava de volta após a colisão que fazia com o concreto. Afogado em pensamentos, repeti o movimento diversas vezes. Incansavelmente.
Graças á Deus Camila estava tendo sucesso no tratamento, e, apesar de ainda me preocupar com uma possível recaída, aquele era praticamente um problema a menos em minhas costas, já que minha irmã estava verdadeiramente determinada a conseguir. E eu tinha certeza de que ela iria. Camila era osso duro de roer. Além do que, a garota que eu praticamente criei não seria burra o suficiente para percorrer aquele caminho (muitas vezes) sem volta. Naquele momento, eu tinha absoluta certeza disso, já que ela conseguiu enxergar que Rodrigo apenas á levou á beira da ruína.
Falando nesse otário, soube por fontes seguras de que virou "mocinha" na cadeia. O boato de que ele estuprou uma garota rolou solto entre os presos – o que não procurei saber se era verídico – e os caras deram a ele uma boa lição. Bem feito. Por mim, eu teria o matado naquele mesmo dia e o enviado direto para o inferno.
O delegado Barros andava mais nervoso do que o normal, e deduzi que o motivo era ninguém menos que Alicia. Ou, a ausência dela. Contudo, começou a afundar-se no trabalho de maneira jamais vista. Aquela garota estava fazendo um verdadeiro estrago em nossas vidas, e mal deveria saber qual era o nível da catástrofe que causara.
Á pedido de Álvaro cortei os cabelos e fiz a barba. Depois de escutar do próprio que ele não poderia ter como investigador um mendigo, tomei vergonha na cara e decidi fazer o mínimo para manter minha aparência decente. E, apesar de o mau humor ter virado rotina, ninguém era obrigado a o aguentar. Eu vivia os piores dias da minha vida, mas finalmente consegui compreender que o mundo não tinha culpa disso. Aliás, todos sabem quem é o verdadeiro culpado aqui.
Em um dos momentos em que a bolinha voltou para minha mão e Pipoca correu em minha direção para inutilmente tentar pegá-la, meu celular tocou em cima da mesinha de centro. Eu não costumava recusar nenhuma ligação, principalmente quando esta era do chefe.
– Fala Barros!
Gritos femininos e histéricos demais me chamavam do outro lado da linha. Definitivamente, não era o Barros falando. Era Heloísa, e eu não conseguia entender nada do que aquela mulher dizia, ou tentava dizer. Por isso, respirei fundo e tentei acalmá-la para compreender suas palavras ininteligíveis até então.
– Dona Heloísa, por favor, tente se acalmar. Eu preciso entender o que está realmente acontecendo, e para isso preciso que fale devagar e tente não chorar enquanto faz isso, tudo bem?
– O Álvaro está passando mal, Novaes! Preciso de ajuda!
Atordoado, sentei no sofá imediatamente.
– Já ligou para uma ambulância? – Perguntei tentando manter a calma para não desesperá-la ainda mais. Alguém deveria agir com sensatez.
– C-claro. – Continuava a chorar e arfar.
Com o celular apoiado entre a orelha e o ombro, calcei os sapatos, coloquei a carteira no bolso de trás da calça e alcancei as chaves do carro no aparador rapidamente.
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Sob a Mira do Amor
Storie d'amoreAlicia Dufour de Barros é uma garota de vinte anos, meiga, sossegada e que, apesar da pouca idade, é completamente responsável e dedicada aos estudos. A garota acaba sendo vítima de um sequestro, onde o objetivo do celerado está longe de ser dinheir...