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Prólogo - Dez Anos Atrás

A história que vou contar aconteceu no feriado de 7 de setembro de 2000. Eu nunca vou esquecer essa data. Tudo aconteceu há mais de dez anos, e não me esqueço de um só detalhe. Lembro-me de cada cena daqueles dias horrendos; elas estão gravadas na minha mente.

Na época eu tinha apenas vinte e um anos; era mais jovem. Não que agora seja velho, pois ainda tenho muitos anos pela frente. Em 2000, eu era apenas um assistente em um escritório de advocacia, na Oliveira Costa Associados, e ficava o dia todo tirando xérox para os advogados, e eventualmente indo até a padaria da esquina. Não posso negar que foram bons tempos

Levei todos esses anos para sentar na frente de meu computador e fazer o que estou fazendo. Sempre quis imortalizar essas memórias, mas nunca o fiz. Sempre achei que tinha coisas mais importantes a fazer, e toda vez que ameaçava escrever, eu adiava. Agora é diferente. Essas lembranças estão me atormentando de forma terrível. Cada vez mais, desde uns meses para cá. Passei algumas noites em claro, apenas organizando minhas memórias, e agora está tudo pronto em minha cabeça.

Eu já contei essa história para outras pessoas, e a grande maioria fingiu que acreditou, soltando aquela máxima: "Há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia". Mas no fundo elas não acreditaram. Só as pessoas que me conhecem de verdade e sabem que eu não inventaria tal coisa, é que realmente acreditaram em mim.

Não estou escrevendo para ganhar dinheiro, ou fazer sensacionalismo, eu apenas quero fazer isso. Sinto que devo fazer isso. Não vou mostrar a ninguém meus escritos, a não ser que me peçam. Eu faço isso por mim.

No entanto, minha família acredita, e é isso que vale. Se eles acreditam, é o que basta. Mas eu, Ricardo e Evandro sabemos o que aconteceu, porque nós estávamos lá quando eles apareceram, e vou contar como foi.

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