Capítulo 5

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— Já disse pra você me soltar. — Comecei a me debater, mas ele era mais forte que eu.

— E eu já disse que você é minha, não disse? Então, você é minha!

— Para Eduardo. Para com esse desejo sobre mim. Para de achar que manda em mim. Para com isso tudo. Para com essa possessão que você acha que tem sobre mim. Para!

— Becca, será que você não enxerga mesmo meus sentimentos? Ou será que você se faz de cega. Eu gosto de você Rebecca. De verdade.

— Eu não consigo, não consigo imaginar eu e você. Porque não existe eu e você. Nós somos amigos. Melhores amigos. Apenas isso. Será que da pra você parar com essa obsessão?! Eu não gosto de você Eduardo. Não como você deseja neste momento.

— Becca? Becca? Rebeca, acorda. Ta na hora minha filha. Seu celular já despertou umas 3 vezes.

Am? Eduardo me chamou de filha?

Assim que abri os olhos vi minha mãe. Só então percebi que eu havia sonhado.

— Rebeca, você está bem?

— Sim mãe. Por que  não estaria?

— Acho que você estava tendo um pesadelo. Pois ficou se debatendo quando toquei em você.

— Ah, não mãe. Bobagem, era só um sonho agitado. — Sorri.

— Sendo assim. Então ta bom. — Mamãe sorriu e se levantou da beirada de minha cama.

— Mãe, meu pai. Como está indo em relação ao tratamento?

— Até que ele tem agido bem. Não tem sido cabeça quente. Ta tomando todos os remédios na hora certa. Ouve o que os médicos falam com bastante atenção. Então, graças a Deus. Está tudo em seus conformes. — Enquanto falava, seus ombros caíram como forma de relaxamento por estar comentando isso com alguém.

— Ótimo. Que ele continue assim. Ele vai melhorar rapidinho. E não vai beber nunca mais.

— Sabe Becca. As vezes eu me sinto culpada pelo seu pai ter bebido tanto. — Sentou na cama novamente. E seu rosto caiu como se estivesse em  desamparo.

— Não se sinta mãe. Isso foi só um empurrão do tempo. Para mostrá-lo algumas consequências da vida.

— É, mas. Foi por culpa minha esse empurrão. Fui eu quem pediu um tempo. Eu que não aguentava mais.

— Sim. A senhora não aguentava. Mas não aguentava por culpa de quem? Isso. Por culpa do meu pai. Por mais que a senhora o ame. Ele estava errado. E sim. Temos que admitir isso. E hoje é dia de cada ato dele no passado, ter suas consequências. Sejam elas grandes ou pequenas.

— Obrigada meu anjo. Eu te amo tanto Rebeca. Eu precisava apenas desabafar um pouco mesmo. E você é perfeita para isso.

— Pode contar comigo para tudo mãe. Eu também te amo. — Mamãe se levantou de minha cama mais uma vez. E foi em direção a porta.

— Obrigada. Agora vou indo. Preciso passar na farmácia. Beijos. — Mandou beijinhos no ar para mim, e eu sorri em troca.

Aproveitei a saída da minha mãe e fui para o banheiro correndo. Aposto que estou atrasada. Minha mãe disse que meu celular já havia despertado umas 3 vezes. E por sorte hoje, não tinha sinal nenhum de irmãos no banheiro.
Tomei um banho a jato. E corri para o quarto. Vesti meu uniforme e quando decidi ver as horas. O relógio marcava 7:21. Sim, hoje só vou chegar no segundo tempo. E tenho que correr para isso. Desembaraçei meus cabelos e fiz um coque caído. Peguei minha mochila, troquei os cadernos. Peguei uma maçã na cozinha, peguei meu long, e saí de casa as 7:32. Fui praticamente voando durante o trajeto. Agora sei porque meus irmãos não estavam em casa. Eu estava mega atrasada.

Louca ConscienteOnde histórias criam vida. Descubra agora