Dede que comecei namorar o Allan parece que tudo está no lugar exato, os pássaros cantam mais, as flores estão mais cheirosas, as cores, mais vibrantes e vivas. Acredito que o mundo reflete nossas emoções e convenhamos que do jeito que estou me sentindo, até o Sol se deixou levar e passou a brilhar mais forte. Mas nada brilha mais do que aquele par de olhos azuis que sorriem toda vez que me vê e nada brilha mais do que o sorriso que escapa da minha boca sempre que vejo esses olhos. Aí meu Deus, eu estava parecendo uma boba toda apaixonada, ok, talvez eu estivesse mesmo bem boba apaixonada, é que dessa vez parecia ser diferente então me entreguei de vez, sem amarras. Ele também não me ajudava a não me apaixonar por ele, Allan me dava flores, chocolates e até me buscava no colégio, era tão bom vê-lo lá no portão, lindo parado me esperando. Hoje meu dia estava lindo, porque lá estava ele.
- Oi meu amor! Vim te buscar para irmos almoçar. Vamos? -ele disse logo depois de me dar um beijinho na testa.
- Vamos si...
- Vamos nada! Você combinou de almoçar comigo Lana, desgruda um pouco dele que eu não To aguentando mais. Que saco! -Disse Kitty, com aquele ar de amiga trocada. Eu não tinha percebido, mas realmente eu tinha meio que abandonado ela.
Então Allan foi embora (leia-se mandado embora pela Kitty) e eu e ela fomos almoçar.
- Lana! Você tem que parar com isso, vocês não nasceram grudados, isso já está me dando nojo. -Kitty falou logo que nos sentamos.
- Deixa eu ser feliz com o meu namorado. Aliás, por que você não arruma um?
- Deus me livre! Já imaginou se eu fico igual você? Eca! Não gosto nem de pensar!
- Ficar igual a mim como? Feliz? Porque é assim que eu estou.
- Não Lana, você está cega, isso sim! Você nem percebeu que o João foi embora de vez né?
- Como assim foi embora de vez? Quando?
- Faz algum tempo já. Mas você só tem olhos para o Allan. Lana, sério, não faz isso com você, você nem sabe se esse namoro vai durar!
- Kitty! Para com isso, eu acho que a vida é minha né?
- Não está aparecendo que a vida é sua, já que você está vivendo só pro Allan e nem sequer está percebendo isso.
- Quer saber? Vou para casa, não preciso de ninguém me falando o que fazer.
- Isso, vai mesmo, aposto que vai ligar para ele. Sério Lana, eu quero seu bem, eu estou te avisando. Cuidado, por favor.
- Tchau Kitty.
Sai do restaurante pensado "Poxa, será que a Kitty não percebe que eu estou feliz do jeito que estou? Não tenho culpa do ciúme de amiga dela." Mas durante a caminhada até em casa fui ruminando a nossa conversa e percebi que realmente estava deixando quase tudo de lado para viver em função do Allan. Mas não me culpo tanto por isso, amar assim não é o fim do mundo e afinal, não é isso que toda adolescente apaixonada faz? Por que eu não posso fazer também?
Cheguei em casa e fui tomar um banho, nem liguei pro Allan, quando saí do banheiro fui checar meu celular e havia muitas mensagens do Allan, ele achava que eu estava brava com ele por não ter ligado. Talvez realmente eu o tenha acostumado com o meu grude. Depois de explicar tudo certinho para ele, que foi compreensivo mas falou que gostava do meu jeitinho chiclete, fui estudar. Perdida nos cadernos, nem vi o tempo passar, fui folheando voltando no tempo, para revisar, acabei que quando me dei conta já era noite e minha mãe já havia feito o jantar.
- Oi mãe!
- Oi querida, estudando?
- Bastante, tinha que revisar alguns assuntos.
- Finalmente tirou um tempo para você né.
- Você também não mãe! Aliás, o Allan me chamou para ir na sorveteria, beijos, amo você.
Quando saí de casa, tinha um cara de preto, montado em uma moto em frente de casa, recuei um pouco, mas assim que me viu, ele tirou o capacete e deu aquele sorriso que eu reconheceria até de olhos vendados.
- Uma moto?
- Como você sabe, meu espírito aventureiro algum dia iria atacar de novo. Vamos?
- Vamos! - coloquei o capacete, subi na moto e segurei nele, quando ele ligou a moto e saiu andando, parecíamos voar, o vento batia suave, até que saímos da cidade, ele acelerou e o vento batia forte aumentando a adrenalina, só me restava fechar os olhos e segurar firme nele. Ah, que sensação incrível! Liberdade, leveza, alegria, agora eu entendia o "espírito aventureiro" dele, era incrível! Só quando ele parou que eu consegui raciocinar de novo.
- Ei! Não íamos na sorveteria?
- Meu espírito aventureiro prefere tomar sorvete aqui.
Era um lugar lindo, parecia um parque em um canto havia uma pedra grande e lisa, iluminada pela lua, Allan tirou a jaqueta de couro, ele estava com uma camiseta cinza por baixo, me pegou pela mão e me ajudou a sentar na pedra, nesse momento vi que realmente tinha sorvete, mas aquilo era um mero detalhe diante da vista que eu estava vendo. Um bosque, com árvores bem cuidados, flores por todos os lados e no centro, uma lagoa que refletia a imagem da lua.
- É lindo né? Descobri esse lugar quando estava passeando de bicicleta por aí.
- É perfeito!
- Que tal se aqui for o nosso cantinho? Só para nós dois ficarmos aqui, sozinhos, você apreciando a natureza e eu apreciando você. - ele disse com um dedo no meu queixo, logo depois me deu um beijinho e passou sorvete no meu nariz.
- Ei! Vai ter volta - eu falei, já com a colher de sorvete na mão, ele segurou minha mão, comeu o sorvete que estava na colher e puxou minha mão até eu ficar perto dele, ele encostou sua testa na minha e disse:
- Eu te amo!
Eu olhei nos seus olhos, que já me encaravam e depois de algum tempo finalmente disse:
- Eu te amo!
Ficamos ali abraçados até minha mãe ligar para mim pedindo para eu voltar para a casa.
Tomei um banho e fui para a cama, quando estava quase pegando no sono ouvi algo na janela, alguém batendo.
- Allan? Já passa da meia noite, seu louco!
- Ah, você sabe, meu espí...
- Espírito aventureiro, já sei! O que ele quer agora?
- O que ele sempre quis, te fazer feliz. Vem comigo
- Espera, amanhã eu tenho que levantar cedo.
- Não creio que você vai recusar uma noite andando por aí comigo.
- Andando por aí?
- Aham, a vida é muito curta para fazermos só o necessário, ou só coisas que tem um propósito. Por isso decidi que queria andar sem propósito nenhum e claro, te levar comigo, porque quando você está comigo, até um passeio sem rumo se torna a coisa mais linda do mundo.
- Com você falando isso eu não consigo negar. Vamos logo!
Saindo de casa, Allan me levou ao mercado e compramos chantilly, muito chantilly e morango. Depois fomos para o nosso lugar e tentamos comer os morangos com chantilly, mas como somos um casal nada convencional, obviamente logo começamos a atirar chantilly um no outro feito crianças, são desses momentos que escapam minhas mais espontâneas gargalhadas e é isso que eu quero para sempre. Cheguei em casa e fui direto para o banheiro, eu estava totalmente coberta de chantilly, depois do banho, dormi feito um bebê.OOOPAA! Olha quem voltei, desculpaaaa, sério, mas agora voltei e vou postar mais frequentemente, aliás no próximo capítulo terá uma surpresa. Beijos <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
POR ACASO?
RomansaExistem coisa que são pra ser, não importa o que aconteça, não importa o tempo que passe, se for pra ser, nada disso importa, apenas acontecerá. A história de Alana e Allan começa cedo demais e acaba cedo demais também, tão cedo que pode não ser o...