CAPÍTULO 18

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- Oi - ele fala com a cabeça baixa.

- Oi - respondo, também com a cabeça baixa.

- O que aconteceu ontem? O que seu pai falou?

E agora? O que eu faço? Olho pra Manu assustada!

- Vamos entrar Fani? - A Manu diz.

- Vamos. Depois eu te conto Daniel.

- Ok.

- Obrigada Manu - falo longe do Daniel.

Logo entramos pra sala de aula, aproveito cada minuto nesse lugar, não vou votar a ve-lo tão cedo. O sinal do recreio bate e meu coração se acelera.

Ele vai me perguntar novamente. Falo ou não falo? Mas se eu sumir repentinamente ele vai ficar magoado. E eu não quero que isso aconteça. Já no pátio ele vem em minha direção, tudo em volta de mim para.

- Agora da pra você me falar?

- Olha Daniel eu vou ser direta, talvez essa vai ser a última vez que nós nos vemos por dias.

- Porquê?

- O meu pai vai me mandar amanhã pra casa da minha tia em São Paulo.

- O que? Ele não tem esse direito.

- Pior que tem.

- Então... - ele me da um beijo no meio do pátio, flutuei, foi um beijo cincero, um beijo cheio de amor. Um beijo de adeus.

Assim que ele se afasta de mim as lágrimas começam a cair e tem algumas pessoa nos olhando.

- Vamos sair daqui. - ele fala.

- Sim - falo entre as lágrimas.

- E se...

- Não, ele está decidido! - falo o interrompendo.

- Que dia você vai?

- Amanhã.

- Não, não posso deixar - ele me abraça. - Sua mãe concordou com essa loucura?

- Ela conversou com ele mas foi sem sucesso.

O sinal bate. Ficamos ali no canto por minutos depois subimos. A aula passa rápido, uma pena.

Faço o máximo de hora na sala, não quero sair daqui, fico com os olhos cheios de água.

- Não fica assim princesa! - O Daniel fala.

Me viro e dou um sorrisinho tímido.

- Vamos descer a professora está chamando no corredor.

- Vamos - falo olho do por toda a sala.

Saimos da escola, guardo cada detalhe. Dou um abraço muito apertado na Manu, no Gus e por último no Daniel.

- Vamos embora Estephania! - escuto a voz do meu pai atrás de nós. Dou um selinho no Daniel e saio. Entro no carro. Não perco tempo e ja começo a chorar novamente.

No carro fica um silêncio total, olho pela janela e lembro de todos os momentos que passei com os meus amigos nessa escola. O acampamento, as fofocas - um risinho sai espontaneamente quando me lembro disso, mas nessa hora que choro mais, quando será que vou voltar aqui?
Chego em casa, minha mãe está no sofá, vou direto pro meu quarto.

Me deito na cama e começo a chorar! Choro durante horas. Sou surpreendida com a porta se abrindo.

- Filha - minha mãe fala entrando.

ERA UMA VEZ MINHA PRIMEIRA VEZOnde histórias criam vida. Descubra agora