- Fani, você não vai pra escola?
Acordo assustada com o meu pai me balançando.
- Sim.
- Então vai se arrumar, se não você vai se atrasar. E assim que sua aula terminar vem direto pra casa, vamos almoçar no shopping hoje.
Me levanto correndo e vou logo pro banho. Tomo um banho rápido e troco de roupa. Pego minha mochila e vou logo pra escola.
Chegando, o portão ainda estava fechado, não vejo ninguém conhecido. Mas estava cheio, olho para todos os lados e não vejo ninguém, acho que quem eu estava mesmo procurando era o Daniel.
- Fani.
- Oi, Manu.
- Quem você está procurando?
- Você já sabe né?
- O Daniel?
- Sim.
- Eu vi ele ali na frente. - ela fala apontando pra um grupo de meninos que agiam feito animais.
- Vamos lá comigo?
- Nem a pau, olha ali como eles estão.
- Por favor.
- Eu sei que tem muito tempo que você não o vê, mas eu não vou ali não.
- Eu o vi ontem.
- E ele te viu? - ela fala batendo palmas e sorrindo.
- Sim, nós jantamos junto.
- O quê? - ela fala com cara de assustada, parecia que eu tinha cometido um crime. - Como foi? O que aconteceu?
- Fora a parte dos nossos pais também estarem lá, foi mágico, ficamos olhando um pra cara do outro sem dizer nada, somente pensando, mas também meu pai estava lá não dava pra conversar e ele me deu um beijo no canto da boca.
- Seus pais? Beijo? O que? Me conta isso direito.
Depois de todos os fatos esclarecido o sinal bate e nós entramos.
Entro na sala, me sento na cadeira e fico ansiosamente esperando pra que ele apareça pela porta, a cada pessoa que passa por aquela porta meu coração bate ainda mais rápido!
Assim que o vejo tudo que está ao meu redor some, era como se nós dois estivéssemos ali naquele momento, meu coração está quase explodindo e meus dedos já não tem como estralar mais! Ele não podia estar mais bonito, com aquele sorriso espontâneo e meigo, ele vem em minha direção, a cada passo que ele dá, fico mais apreensiva ainda.
- Oi. - ele fala se sentando ao meu lado.
- Oi. - respondo sorrindo.
Ele vira pra frente e fica olhando pro quadro, parece estar pensando, parece nervoso, pela sua postura, o jeito que está sentado não me passa muita confiança.
A aula da início, é uma terça-feira qualquer, ensolarada de verão, o clima está ótimo o único clima que não está ótimo e o meu com o Daniel! Mas tudo bem isso vai mudar.
Os dois primeiros horários passam e o sinal do recreio bate, assim que escuto, me levanto e desco com a Manu.
Não o vejo o receio inteiro, será que ele está fugindo de mim? O que será que aconteceu? O sinal bate e lá estou eu no corredor da minha sala, andando, acho que um pouco decepcionada, esperava mais dele, esperava um reencontro caloroso, era como se ainda nós estivéssemos sentados a mesa de jantar com nossos pais à nossa frente!
