Capítulo 1

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A música era quase ensurdecedora, meu corpo movia-se na batida da música, assim como as outras pessoas. Olhava em volta, tentando entender o porquê de estarmos ali aquela noite, mas nada respondia essa questão. Havia algo faltando, mas o que? Eu estava esquecendo algo.

Alex aproximava-se de mim com um sorriso malicioso no rosto. A garota movia os longos fios âmbar de um lado para o outro conforme o ritmo da música que tocava, além de arriscar algns movimentos inusitados. Ela estava visivelmente alterada e eu sabia que Alex bêbada era uma garota problemática. Torcia para que suas amigas viessem buscá-la e a levassem para casa.

— Sozinho, Brad? — perguntou movendo-se lentamente ao som da batida eletrônica.

— Não. — respondi dando um gole em minha bebida.

— Não é o que parece. — olhou em volta, sem tirar o sorriso do rosto.

— Só vim pegar uma cerveja. Já estou voltando para a minha mesa. Você deveria fazer o mesmo.

Ela encarou-me confusa e respirei fundo. Sem dizer mais nada, segurei seu braço e a guiei até a mesa onde suas amigas estavam. Hailey pareceu surpresa ao ver a amiga comigo, então apenas apontei a direção para onde Alex deveria ir e assim ela fez.

— Cuidem melhor da amiga de vocês. — repreendi.

Olhei mais uma vez para a multidão, sentindo que deveria encontrar alguém, sem saber ao certo quem. Caminhei até a mesa onde só haviam os dois rapazes de antes: Oen e Fred e tudo fez sentido. Eu já sabia quem estava faltando.

— Cadê o Garry? — perguntei confuso.

— Onde você acha que ele está? — Fred revirou os olhos.

— Rebecca? — perguntei surpreso e entediado.

— Bingo! — Oen bufou.

— Mas ela não foi convidada!

— E você acha que ela precisa de convite para se meter nas coisas dos outros? — Fred resmungou.

— Então a "noite dos caras" já era? — perguntei incrédulo.

— Bingo! — Oen repetiu, com ainda menos animação na voz.

Não sei o que passa na cabeça do Garry desde que ele começou a namorar a Rebecca. Essa garota fez uma lavagem cerebral completa no meu melhor amigo e eu não posso fazer nada, porque ele está simplesmente cego por ela.

Sinto muita pena dele, porque além de sonsa, ela é uma parasita. Rebecca não era do tipo de garota que sairia com Garry a menos que precisasse de algo dele, o que é irônico, já que Garry não tem nada além de afeto para oferecer. Ela é um tipo de robô sem apego emocional e sentimentos por ninguém, além de Holly, a pitbull dela.

— Você devia falar com ele, Brad. — Oen deu um gole na cerveja que entreguei.

— Mais do que já falei? Ele está caidinho por ela. Chega a dar nojo. — olhei em volta e encontrei os dois em um canto do clube.

Garry estava com os cabelos bagunçados, típico de toda vez que eles se encontravam. Sua blusa quadriculada estava com os primeiros botões abertos e seu rosto estava manchado de batom. Rebecca vestia um vestido pink justo e brilhante que fazia os olhos doerem se olhássemos por muito tempo, mesmo com a baixa luminosidade da festa. A parte de trás de seu cabelo estava bagunçada porque Garry puxava algumas — muitas — vezes.

— Qual é o problema dele? — Fred encarava, com a mesma expressão confusa e enojada que eu.

— Não sei. — respondi — O que acha que ela quer dessa vez?

Depois de um SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora