Parte 8

5 0 0
                                    

"Essa coisa entregou nossa posição!"
"Ou ele somente de alguma forma que não podemos explicar captou a mensagem no ar e sei lá, começou a falar ela."
"Você aposta sua vida nisso Gabs? Eu não sei você, mas, eu já enfrentei muita coisa para deixar algo assim me derrubar! E eu não quero morrer pela sua aposta!"
"E agora tanto faz! Se o que ele diz é verdade então não adianta focar nisso, temos que pensar em um plano para nos defender Kaio."

"Não Gabs, não vamos nos defender."

O ultimato da Marechal sempre fazia todos se calarem. Ela sabia que não poderia enfrentar uma força massiva dos de fora. Não naquele momento. O melhor a se fazer era pegar o que desse e fugir para a próxima base. Seria um soco na resistência, mas, era o que dava pra ser feito.

"Não temos como nos defender, não sabemos quantos deles vão vir, prefiro arriscar uma fuga."

 Gabs não podia acreditar, era óbvio que aquele era PH, ele sentia isso! Como eles poderiam estar tão cegos?  Desistiu de argumentar e iria agir.


"Vou providenciar o transporte do máximo de suprimentos, com licença."

Ainda não sabia um maneira de provar que o Marechal havia voltado dos mortos, mas iria ganhar tempo para isso.

==

Os primeiros dias foram os piores. 

Ficamos divididos em acreditar que ia passar rápido e não acreditar em nada. Nas primeiras semanas a humanidade conseguiu resistir bem. A força militar terrestre conseguiu manter alguns pontos estratégicos. Nossas armas ainda eram efetivas, as primeiras forças que chegaram deles já estavam sendo reduzidas a pó. Nossos homens ainda acreditavam, a humanidade ainda acreditava. Tínhamos esperança. Esse foi nosso maior erro.

Apesar da guerra a humanidade seguia com relativa normalidade. Foram montados cercos aos chamados "nascedouros". Por alguma razão biológica antes de enviar tropas os de fora enviavam 4 objetos cilíndricos do tamanho de um carro pequeno, depois de algumas horas esses cilindros eram ativados e começavam a liberar um gás que criavam um perímetro de adaptação atmosférica. Veja bem, até descobrirmos isso demoramos alguns meses, mas com essa descoberta eramos capazes de localizar o ponto de surgimento de um nascedouro muito antes dele iniciar a liberação do gás. E eramos bons nisso. Alguns bons soldados de várias localidades foram destacados para essa força tarefa, eu estava entre eles.  Desde a nossa recuperação do ataque surpresa já havíamos realizados mais de 40 desmanches, a intensidade de surgimentos estava diminuindo e nossos cientistas continuavam os estudos a raça dos de fora. Até onde me lembro estavam próximo de alguma descoberta. Cidades estavam sendo reconstruídas e as pessoas já voltavam aos parques. 

Eu estava em casa deitado no sofá quando o telefone chamou. A voz do outro lado comentou de mais de 100 nascedouros. Era inacreditável ouvir. As instruções eram de seguir até a base e de lá partir para um nascedouro em algum ponto da Itália. Aparentemente os de fora eram fieis ao eurocentrismo por que toda as Américas estavam a salvo. A informação se espalhou rapidamente e o caos se instaurou novamente. A esperança de um fim rápido estava indo embora a cada segundo.

Embarquei as pressas no C-130 que me esperava no hangar. Somente eu e os pilotos ocupando aquela aeronave gigante. E antes que você pense alguma coisa, não foi uma viagem solitária apesar das 15 horas, e muito menos eu fiquei me torturando com "100 nascedouros" simultâneos. Nosso pelotão era composto por 5 pessoas e dávamos conta de 4 por dia, não havia motivos para eu pensar que seria muito diferente do normal. Na pior das hipóteses muitas baixas e algumas cidades devastadas. Não queira me vilanizar por pensar assim. 

Estávamos chegando perto da zona de salto e isso sim me preocupava. Apesar dos treinamentos semanais e das dezenas de horas no ar u não gosto de ser jogado de um avião. É algo pessoal sabe?  

A voz do piloto  saiu chiada pelo sistema de som do Hercules, não pude ouvir muito mais do que:

"Zona em 4 min... temperatu... boa sor..."

Esperei que fosse temperatura elevada e me posicionei para o salto enquanto o copiloto descia para me dar suporte no salto. As portas se abriram e o copiloto recebeu alguma informação no rádio enquanto me guiava para a borda. A luz vermelha piscou duas vezes  antes do co-piloto receber uma informação no rádio. Quando a luz ficou verde ele me empurrou e gritou:

"Acabou"

Eu virei pra trás enquanto o Hercules se distanciava. E não demorei muito para ver no horizonte por que ele disse aquilo. Não eram só nascedouros. As naves deles finalmente alcançaram a terra.  E para terminar de piorar tudo? Estava frio para caceta.



Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 25, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Resistência de RumaOnde histórias criam vida. Descubra agora