Resistência de Ruma

Parte 2

"Está ficando frio..."
A voz de Ana alertou pelo rádio.

"Vocês sabem que eles são mais rápidos assim, então se apressem"

Do outro lado do rádio Caique e Rudiney assentiram.
Posicionaram as minas no chão como o Comandante Gabs pediu, se as informações que a equipe de Emília levantou estiverem corretas um comboio com escravos deve passar por aquele ponto em alguns minutos.

Com as minas posicionadas eles voltam a posição de Ana, ela já os esperava e em silêncio ordenou que se abaixassem. Sussurrando após ambos estarem no chão.

"Eles se adiantaram"
A expressão de medo em cada palavra que ela proferiu foi marcada como ferro quente no rosto dos dois soldados.

O plano era danificar o veículo carregador e então contar com o suporte aéreo, mas, enfrentar eles assim? Cara a cara? Mesmo que eles seguissem o padrão de 2 escoltando, seriam 3 humanos contra 4 de lá. Quem já tentou fazer isso morreu. Simples assim.

"Vocês podem fazer isso..."

A voz doce da Marechal do Ar entrou na frequência do rádio.

"Estou providenciando suporte o mais rápido possível, mas, vocês precisam começar isso, eu mesmo vou ai depois. "

Ana, que estava paralisada se encheu com uma coragem que só a Marechal do Ar poderia inspirar.

Olhou para Caique que sorriu apoiando seu rifle no tripé. Rudiney contava os explosivos na sua bolsa e levantou a cabeça resmungando:

"Só por que ELA pediu..."

Ana olhou o que seria o campo de batalha, um descampado do outro lado da estrada e umas poucas árvores rodeando o pequeno declive onde estavam...

Teve uma ideia.

Pegou a bolsa de Rudiney e correu para o descampado. Com o susto ele se levanta e grita por ela, antes que pudesse gritar uma segunda vez ele avista no horizonte um pesadelo vindo sem pressa.

Ana também avista, mas não tem mais volta , já no descampado ela começa a espalhar os explosivos, Caique, incrédulo, observa pela luneta do Rifle o que mais lhe parece um acesso de loucura.
Quando apenas uma granada de mão sobra na bolsa Ana trata de voltar, sem olhar pra trás. Ela tem que voltar a tempo do comboio ainda passar por cima das minas terrestres para que seu plano tem alguma chance de êxito.

Se jogando em cima de Rudiney ela chega ao declive. Caique começa a contagem para a detonação da mina que está projetada para atingir a traseira do transporte.

5, 4, 3, 2, 1...

Começa a operação.