Parte 1 / Prólogo

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No pequeno e pálido ponto azul havia um certo alvoroço. Não como o de um campeonato esportivo mundial, algo mais singelo e sutil.

Para quem sabia das possibilidades meio aterrorizador também.

Ligou o computador e começou a conversar com seus amigos, todos tinham um ar de brincadeira quando afirmavam e criavam as ficções apocalipticas catastróficas, mas, numa parte escondida de suas mentes havia o temor. Implantando pelas fantasias literárias e cinematográficas o temor de que Wells não fosse um escritor, e sim um profeta. Se levantou e foi para o jardim de casa, olhou para cima, na noite passada um eclipse havia acontecido, não somente um eclipse, mas, um eclipse E uma super lua... Profético. Olhou para o horizonte e imaginou a camera um pouco acima de seus ombros, tremendo um pouco, rodeando ele e focando no seu rosto. Nenhuma música.

Voltou para a cozinha para preparar seu almoço, ainda havia tempo até a verdade surgir, pensava em muitas coisas, a maioria cotidiana e mundana, mas, a única constante é: "E se o anuncio for sobre..." e comia sem perceber, fitando a parede como um quadro branco onde rascunhava suas ideias. Voltou ao computador, tinha que terminar um trabalho. Criar personagens para uma animação. As linhas saiam vagarosamente da cabeça para a tela, percebeu que estava divagando demasiadamente sobre aquilo. Decidiu escrever, terminaria os desenhos depois. Foi até sua Olivetti Lettera 82, pegou o "Tropas Estelares" que estava lendo na noite passada, folheou de maneira randômica, parou em uma folha e leu uma frase. Fazia isso como um ritual sempre que ia escrever, pegava um livro que estivesse lendo e lia uma frase qualquer, algo como uma benção para começar. E se pôs a escrever, a história era de certa forma um clichê, mas, ele não escrevia aquilo para vender, sabia que não iria levar nada daquele universo a frente, mas, precisava escrever sobre o jovem que queria ser astronauta e ainda no seu treinamento na agência espacial recebeu a notícia de que existe possibilidade de vida em marte. Parou para pensar, não era tão clichê assim, mas, ele estava se baseando em uma animação japonesa que assistiu anos atrás. Engraçado que o amigo que havia indicado a ele a animação disse que ia ser "inspirador", havia ignorado o comentário na época, agora somente lhe parece... Profético.

Olhou para o relógio mais uma vez, faltavam horas, decidiu sentar pra ver como os amigos estavam. TODOS ESTAVAM ANIMADISSIMOS. QUE DESCOBERTA! Abriu o link as pressas, alguem disse que a transmissão aconteceria mais tarde, e por conta disso ele estava atrasado. Perguntou a todos o que estava acontecendo, explicações rápidas, rasas, mas muito, MUITO animadas!

A tarde foi longa com conversas divertidas e soltas sobre a descoberta.
Todos foram dormir em paz. Uma ultima noite de paz ele pensou. Fechou seus olhos e caiu no sono. Acordou assustado quando finalmente percebeu "Eles sabem que nós sabemos... Perderam o ataque surpresa! Se existe uma hora de nos invadir é..."

Uma queda de energia na cidade


Resistência de RumaOnde histórias criam vida. Descubra agora