Nunca Diga Adeus

Memórias

Seis meses após a formatura de Barry e Lúcia, seus pais faleceram. Sua entrada para faculdade foi adiada. Como num piscar de olhos tudo desmoronou. Imagina você presenciar um assassinato e ainda por cima ser de um parente seu ou amigo, pior, ser de seus pais. Imagina você em uma família linda e perfeita onde seus pais amam-se. Sua casa tem um quintal de frente para um campo e mas ao longe um bosque, e melhor, assistir todo dia ao por do sol mais belo?

Isso tudo era que os Rildles tinha, sim uma vida simples mas feliz. O que levou ao assassinato, um motivo fútil. E o que intriga, se eles queriam tanto o carro por quer não o levaram?

Agora passara-se 3 meses da morte de seus pais, ainda doí tanto quanto uma ferida cheia de sangue e purulenta. Era como tivesse pegado o coração mais puro e o rasga-se como papel. Barry era o mais forte, não por ele, mas pela irmã. Sabia que ela era mas sensível e sentia tanto quanto ele. Quando pensava em chorar pegava na mão da irmã e a segurava bem forte. Amava tanto sua família, tanto ,que seria capaz de qualquer coisa para proteger-los, ou a Lúcia.

Lu, como era chamada carinhosamente pelo pai, chorava em pensar que iria visitar seus pais em um túmulo. Ficava pensando onde eles poderiam estar, se estavam felizes com seus filhos, se estavam em paz. " Sim, vocês estão em paz!", dizia Lu a si mesmo.

Quando Barry entrou no cemitério de carro com a irmã eles sentiram um misto de tristeza e vazio em si mesmos. Não iam ao cemitério nunca, nem para visitar seus avós. Seus pais não gostavam da sensação de ficar olhando para um lapide. Mas eles precisavam ir la, precisavam cuidar do local de descanso do seus pais. 

Lu levava rosas brancas como sua mãe gostava quando era verão e o sol ficava mas forte. Karen sempre colocava vários jarros de rosas brancas pela casa e isso deixava o ar com um aroma maravilhoso.

Quando sairam do carro e foram andando entre outras lapides, ficaram pensando qual seria a historia daquelas pessoas. Será que elas tiveram uma morte pior que de seus pais? Ou, se sofreram ao morrer? Se sentiram a morte chegar? Tudo aquilo ocupava a mente dos dois irmãos. Quando chegaram as lapides olharam por um bom tempo os nomes escritos.

" Allen Harry Rildles - 1965 a 2014 e Karen Êmile Rildles - 1967 a 2014"

- "Pai e mãe amados"... - Leu Lu na lapide com um suspiro profundo.

- "Coragem e fé são as coisas mais puras que podemos acreditar"! - Terminou Barry com os olhos cheios de água. Os dois se abraçaram e choraram como crianças. - Será ... Será que um dia vamos parar de sentir toda essa dor Lu? Meu coração não suporta tanto.

- Barry, eu apenas sei que vamos. Deus não da um fardo mas pesado do que podemos carregar!

Barry acalmou-se de uma forma tão maravilhosa que pode respirar livremente melhor que nos últimos seis mês. Isso o lembrou do mesmo tipo de sensação quando leu As Crônicas de Nárnia, quando os irmãos, Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia ouviram o nome de Aslam pela primeira vez. Seus pais sempre liam esse livro para eles quando pequenos. Falavam que Deus nos mostra de várias formas como Ele é grandioso e bondoso conosco. Barry sabia que no fundo ele não estava sozinho.

Lúcia colocou as rosas na lapide e pensou ter visto murcharem e depois florescerem novamente para se tornarem mas belas e cheirosas do que antes. Se aquilo foi verdade ela não soube dizer, mas agora ela sabia que seus pais estavam no melhor lugar possível.

...

Quando chegaram em casa, os irmãos ficaram sentados no chão da sala enfrente a lareira olhando fotos deles pequenos, de seus pais e de quando eram jovens. Sem dúvida a mãe deles era uma beleza extraordinária, seu pai não poderia se ver menos apaixonado. Com um sorriso esplendido e os cabelos loiros ate a cintura, Karen mostrava como era doce e gentil. Allen, era um homem muito bonito, dos cabelos castanhos escuros e os olhos iguais aos do Barry. Era como se os filhos fossem uma cópia dos pais. Isso os confortava.