O Sonho com Nárnia

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Ela? Eu? Por que eu? Que que eu fiz dessa vez? Me encolho na cadeira sob o braço de Simon que me abraça mais forte, todos me encaram e eu começa a tremer. Merda, merda, merda. 

-Kyle, por que ela te prende aqui? -Pergunta Gabs também confuso. 

-Você ainda me pergunta? Parece que nessa casa eu sou o único que tem consciência do que ela fez! Que droga, ela abortou um bebê! Isso é inumano, mas vocês parecem não perceber! Essa garota precisa ser internada! Se eu for embora é capaz que ela mate algum de vocês! - Kyle se exalta. 

-Eu não mataria ninguém.... -Digo com a voz falha, eu não acredito que ele está falando essas coisas de mim. Ele solta uma risada sádica.

-Não? Falando assim até parece que você não abortou um bebê tirando a oportunidade dele  VIVER! Se eu fosse você eu tomava cuidado, Simon, amanhã você pode não acordar mais. -Ele diz e solta uma risada sádica. 

-Qual o seu problema? Por que você está falando isso, Kyle, eu já me arrependi, já aprendi! Que droga, para de falar essas coisas de mim! -Digo com meus olhos ardendo te tanto segurar as lagrimas. 

-Sabe, pessoas como você que deveriam morrer no lugar de seus bebês! Vocês são uma escoria! Não prestam para nada, não sei o que você está fazendo aqui ainda! Se você já tivesse se matado, nos pouparia muita coisa! - Seus olhos estão saltando da órbita e as veias do seu pescoço estão saltadas e eu paralisei. 

-Kyle, você está passando dos limites!! -Minha mãe praticamente gritou de olhos arregalados. 

-Como você pode desejar a morte da própria irmã? O inumano aqui é você! - Sibilou Gabs e Kyle soltou mais uma risada.

-Viu? Vocês ai defendendo ela, como se ela não tivesse feito nada! Por isso eu não vou, se eu for embora essa família vai acabar! E por culpa de quem? -Ele are os braços e olha para mim. -Sua, pura e unicamente sua. -Uma lágrima cai solitária. 

-Ótimo, vou ali resolver seu problema!! -Grito e saiu da sala e vou para meu quarto e bato a porta que quica e continua aberta, passo a mão pelo meu cabelo e minha visão se turva pelas lagrimas que escorrem rapidamente.

Segundos depois Simon entra e me abraça por trás me apertando forte e apoiando a cabeça na volta do meu ombro. 

-Ninguém deveria ouvir isso... -Ele sussurra enquanto beija meu pescoço. Já não se ouvi mais gritos na casa. Apenas meus soluços que apenas eu e meu primo ouvimos. Apoio minha cabeça em seu ombro e amoleço meu corpo, muito estresse psicológico. 

-Eu sei.... -Respondo quase sem voz. 

Saiu do abraço dele e puxo ele até a cama onde nos deitamos e ficamos abraçados e quietos, não era preciso que ninguém falasse nada, o aperto que seus braços proporcionavam em meu corpo já me confortava. 

Quanto tempo passou? Eu não sei. Horas, talvez. Quando dou por mim eu tinha acabado de acordar, com um braço pesando nas minhas costas e o sol atravessando a janela. Soltou um gemido confuso e Simon me puxa para colar meu corpo ao seu.

-Bom dia, minha deusa.... -Ele sussurra em meu ouvido e sorri. 

-Bom dia, Simon... -Digo bocejando.

-Que soninho bom, gente. -Diz ele rindo e beijando meu nariz. -Eu queria paralisar o tempo agora. Assim, do jeito que estamos.

-Mas é melhor não. -respondo convicta e ele se afasta um pouco franzindo a testa.

-Por que...? -Pergunta hesitante.

-Porque se não vou ficar molhada de xixi. -Digo e solto uma risada e me aproximo dele me aconchegando e ele ri. 

Férias Com Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora