Capítulo 20

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Tirei o pijama e coloquei uma calça jeans, uma blusa caída nos ombros e uma rasteira, não fiz maquiagem apenas coloquei um gloss não estava muito afim de me arrumar e só íamos dar uma volta por perto. Soltei o cabelo, peguei minha bolsa onde guardei o celular e desci as escadas, perto do telefone tinha um bilhete que não havia notado antes, era dos meus pais avisando que chegariam tarde. Ótimo, não precisava dar explicações sobre sair com outro garoto se gostava do Gus.
Alguns minutos se passaram e a campainha tocou, o Bruno esperava na porta. Ele estava lindo, com uma calça jeans e a camisa de manga, um tênis de cadarço e um topete lindo. Seus olhos eram castanhos claros, não eram tão bonitos quanto o do Gus mas tinham algo que chamava a atenção assim como o seu sorriso.

- Boa noite Ju.
- Boa noite Bruno.
- Você está linda. - ele disse tímido.
- Muito obrigada! - disse sorrindo.

Então saímos de casa, ele andando ao meu lado e seu cheiro forte de perfume me deixando tonta. Por um momento senti vontade de abraça-lo, ele já não parecia ser o monstro descrito pelo Gus. Mas talvez eu estivesse enganada e isso fosse só um teatro, e se o Bruno tivesse agido assim com a Gabi? Eu seria só mais uma. Não queria ser mais uma, queria ser única.

- Você está pensativa. - disse o Bruno me observando.
- Não é nada. - disse mentindo enquanto andávamos.
- Eu sei que está pensando em algo, poderia por favor me dizer o que é? Sinto que o Gustavo está envolvido.
- Por que você sempre tem que falar nele? - Eu estava irritada.
- Nós não nos damos bem e eu tenho medo que ele te machuque. Sei que são só amigos mas e se rolar algo mais?

"São só amigos". E a frase se repetia na minha mente junto com o beijo que o Gus me deu. Não podíamos ser só amigos. Então eu lembrei de quando ele se declarou pra mim, não dava pra ser só amizade.

- Você está estranha. É sério, eu tenho observado você desde o dia que chegou naquele colégio e você não é assim. Eu te vejo rir o tempo todo.
- Hoje não estou em um dia legal.
- Tenho certeza que o Gustavo fez alguma coisa.
- Ele fez. - Eu disse triste, quando vi já estava contando tudo, que o Gustavo se declarou e que nos beijamos no cinema, que o vi conversando com a Mari e que ele me ignorou e por isso estava triste. Bruno me ouvia com atenção e vi seus olhos encherem de lágrimas algumas vezes.

- Eu preciso te falar uma coisa. - O Bruno agora estava sério.
- Estou ouvindo.
- É sobre o Gustavo, mas não posso falar aqui. Vamos para sua casa.
- O que? Não mesmo! - Eu disse, ele estava querendo se aproveitar da minha fragilidade. Não ia cair nessa.
- Você é muito teimosa, só vamos conversar por favor! Você precisa saber.
- O que?
- Eu te conto na sua casa, é melhor.

Então voltamos para casa, já tínhamos andado bastante em volta do bairro. Mais alguns metros e estaríamos em casa. Estava nervosa, o que ele falaria sobre o Gus?

Era AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora