Capítulo 19

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  O dia acabou e o Gus não falou comigo, resolvi voltar andando pra casa e deixei minha mãe voltar sozinha de carro. Quem sabe esse tempo fosse bom para pensar, eu tinha sido muito grossa com o Bruno e ele não tinha me tratado mal. De repente ouvi alguém gritar meu nome.

- Júlia! Júlia! Júlia! - virei o rosto e avistei o Gus, então parei de andar.
- Oi Gustavo.
- Júlia, eu... eu... - Ele estava cansado.
- Fala.
- É que você não falou comigo o dia todo!
- O que? Você tá falando sério? Eu falei com você e me pediu um tempo. Aliás, o que tá rolando entre você e a Mari?
- Eu estava irritado e acabei descontando em você amor.
- Ok, vou andando e depois a gente se fala.
- Não quer me ver mais tarde?
- Não, sou eu que preciso de um tempo agora. - eu disse e o Gus respirou fundo.
- Você acha que eu não vi você conversando com o Bruno?
- É, ele veio saber o que eu tinha já que você não se importou com isso.
- Agora sou eu que não me importo?
- Não sei, me diz se sua atitude foi certa.
- Eu já pedi desculpas! - Ele estava irritado.
- E eu já ouvi, agora quero ir pra casa descansar.
- Beleza Júlia.

  Então eu sai andando sem me despedir e deixei o Gus falando sozinho. Ele não tinha me dito o que a Mariana e ele conversaram, nem foi carinhoso e tentou se mostrar arrependido. Seu pedido de desculpas parecia uma obrigação.
  Cheguei em casa e meus pais não tinham chegado ainda. Então resolvi tomar um banho e dormir. Enquanto tomava banho ouvi o celular tocar, pensei que era minha mãe ou o papai, mas na verdade eu não tinha o contato salvo, só podia ser o Gus tentando falar comigo. Assim, vesti meu pijama e me deitei, o celular não parava de tocar então, resolvi atender.

- Alô? - eu disse.
- Oi Júlia... É o Bruno! - Ele tinha conseguido meu número, que raiva! Apesar disso, eu poderia ser educada e me redimir por hoje cedo.
- Oi Bruno, tudo bem?
- Na verdade não. - Sua voz parecia triste.
- O que aconteceu?
- Você está namorando o Gustavo?
- Sinceramente, eu não sei. - Minha ficha caiu, eu não era a namorada do Gustavo. Eu não podia exigir dele explicações. Eu me sentia descartável, segurei a vontade de chorar.
- Você quer ir andar um pouco comigo?
- Não posso, não estou bem hoje. - Admiti.
- Então deixa eu te fazer ficar melhor.
- Não sei se é possível.
- Confia em mim. Estou indo na sua casa certo? Até logo!
- Tudo bem.

"Confia em mim." Talvez fosse o mais difícil, depois de tudo que o Gus me falou. Eu não poderia sair sozinha com o Bruno, o Gus ia me odiar. Eu precisava ligar para ele, disquei o número e chamou várias vezes e ninguém atendeu. Então deixei uma mensagem:

"Gus te liguei várias vezes e você não me atendeu. O Bruno ligou e me chamou para andar um pouco, prometo não ir longe e por favor confie em mim. Com amor, Júlia."

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