Capítulo 9 - Impulsivo

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O meu relacionamento com Matteo acabou, como vocês, caros leitores, já devem ter imaginado. Eu não esperava isso dele, e estou muito decepcionada. Eu que sempre defendi que nenhuma mulher deve chorar por homem, estava aos prantos por todos os cantos do colégio.

Ao contrário do irmão, Micaella sempre esteve ao meu lado nesse momento, e eu a agradeço muito. Passei exatamente dois meses chorando e me escondendo de todas as outras pessoas do colégio. Ao que parecia, Matteo não estava junto com a Bruna, o que me deixou aliviada, de certa forma, porque, se eles tivessem algo, era sinal de que não fui importante na vida dele.

Matteo não se sentava mais na mesma mesa que eu e o resto do nosso grupo. Ele sempre se sentava na mesa que ficava perto do lixo, onde ninguém nunca se sentou. Confesso que por um lado, não queria ele ali longe, sentado perto daquela porcariada toda, mas por outro lado, eu não o queria próximo de mim. Eu ainda estava muito magoada com tudo o que vi.

Minha rotina continuou normal, e eu frequentava o clube de canto. Vencemos a primeira fase da competição e a segunda seria no sábado daquela semana que já estava na quinta-feira.

Nessa competição eu estava mais nervosa, porque eu cantaria uma música sozinha. Eu já havia escolhido a música, mas estava insegura, por mais que meu professor já houvesse me visto ensaiando-a, eu não sabia se daria certo. Se seria o suficiente para que ganhássemos.

- Nervosa? - Maria me perguntou assim que me encontrou no meu esconderijo secreto, que para ela não era tão secreta assim.

- Muito. - Tentei sorrir.

- Você vai arrasar! - Ela riu.

Ficamos sentadas juntas como era no ensino fundamental. Não falávamos nada, apenas olhávamos para a parede a nossa frente e sorriamos de vez em quando. Maria e eu dávamos certo, porque uma não invadia o espaço da outra. Ela estava feliz com o Ricardo, e eu estava feliz por vê-la feliz; Micaella e João Guilherme estavam igualmente felizes e até já aconteceu o pedido de namoro.

- Vamos dormir? - Levantei chamando-a.

- Não vai comer? - Ela me olhou com os olhos arregalados. Eu sempre comera muito, e naquela semana, eu não havia feito uma alimentação completa em nenhum dia.

- Estou sem fome! - Sorri amarelo. - Vou descansar. Talvez mais tarde eu tome um suco e coma algo. - Pisquei para ela e segui para o meu quarto. Deitei na minha cama e dormi a noite inteira.

A sexta-feira passou rápido, e não sai muito do quarto, apenas para comer alguma coisa bem rápido e para ir ensaiar no teatro. Tirando esses momentos, fiquei no quarto para adiantar as tarefas. Não queria deixar nada atrasado e acumulado.

Sábado pela manhã, recebemos a roupa da competição. No clube de canto, haviam muitos meninos a essa altura e isso era bom, as vozes davam um toque especial nas músicas. A roupa que as meninas usariam, pelo menos, era um vestido azul e uma sapatilha preta. O cabelo era do jeito que escolhêssemos, o que seria bom, eu apenas lavaria meus cabelos e os deixariam soltos.

Sairíamos da escola ao meio dia. E todos os alunos deveriam almoçar até 11:30. Eu comi um pouco, não estava com fome. Na verdade, bebi mais suco do que comi.

Sentei-me no ônibus sozinha, não queria que ninguém se sentasse comigo, mas Matteo sobrou, e acabei tendo que dividir o banco com ele. Nosso caminho até a outra escola foi silencioso, eu sentia que ele me olhava as vezes, mas não liguei. Não queria vê-lo e por esse motivo, o caminho todo, admirei as paisagens na janela.

- Turma? - O professor nos reuniu quando faltavam alguns minutos para nossa apresentação. A terceira escola, já apresentava a sua segunda música, e daqui a pouco já era a nossa vez. - Eu confio em vocês! Vamos dar o melhor! - Ele fechou os olhos e sorriu.

Todos assentimos e eu fui para o meu cantinho. Queria um tempo para me acalmar. Reli a letra da música, pela enésima vez, só por precaução e não correr o risco de esquecer.

- Ânica, é a sua vez. - O professor me lembrou quando chamaram o nome da nossa escola.

Assenti e entrei no palco vacilante. Encontrei o microfone com facilidade, mas me obrigar a andar foi uma coisa complicada. Posicionei-me de frente ao microfone e te rei cantar, mas não consegui. Haviam muitas pessoas me olhando. Virei-me para sair do palco, derrotada. Foi quando ouvi a voz. A voz dele.

- When I was younger I saw (Quando eu era jovem eu vi)
My daddy cry and curse at the wind (Meu pai chorar e amaldiçoar o vento)
He broke his own heart and I watched (Ele partiu seu próprio coração e eu assisti)
As he tried to reassemble it (Enquanto ele tentava consertá-lo)
And my momma swore that she would (E a minha mãe jurou que ela)
Never let herself forget (Nunca mais se deixaria esquecer)
And that was the day that I promised (E foi nesse dia que eu prometi)
I'd never sing of love if it does not exist (Que eu nunca cantaria sobre amor se ele não existisse)

- But, darling, you are the only exception (Mas, querido, você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)
Maybe I know somewhere (Talvez eu saiba que em algum lugar)
Deep in my soul that love never lasts (No fundo da minha alma que o amor nunca dura)
And we've got to find other ways (E temos que achar outras maneiras)
To make it alone or keep a straight face (De fazer isso sozinhos, ou ficar com uma expressão séria)
And I've always lived like this (E eu sempre vivi assim)
Keeping a comfortable distance (Mantendo uma boa distância)

And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness (E até agora eu tinha jurado a mim mesma que eu estava satisfeita com a solidão)
Because none of it was ever worth the risk (Porque nada disso algum dia valeu a pena)

- Well, you are the only exception (Mas, você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Você é a única exceção)

- I've got a tight grip on reality, but I can't (Eu tenho muita noção de realidade, mas eu não consigo)
Let go of what's in front of me here (Deixar o que está na minha frente)
I know you're leaving in the morning when you wake up (Eu sei que você estará partindo quando você acordar de manhã)
Leave me with some kind of proof it's not a dream, whoa (Me deixe com uma de prova de que isso não é um sonho)

- You are the only exception (Você é a única exceção)
You are the only exception (Você é a única exceção)
You are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Mas, você é a única exceção)
You are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Mas, você é a única exceção)
You are the only exception (Você é a única exceção)
Well, you are the only exception (Mas, você é a única exceção)
And I'm on my way to believing (E eu estou a caminho de acreditar)
Oh, and I'm on my way to believing (Oh, e eu estou a caminho de acreditar)

Essa era a música que cantaríamos no dueto a dois meses atrás, quando vi Matteo beijando a Bruna. Quando terminamos de cantar, estávamos de mãos dadas e Matteo me beijou, o que me pegou desprevenida, mas valeu a pena. Eu estava sentindo falta dele, por mais durona que eu quisesse ser. O beijo não foi longo porque tínhamos platéia, mas ainda assim o beijo aconteceu.

A platéia nos apaludia muito e eu sorri. Por mais que quisesse dar uns tapas no Matteo, eu sorri olhando-o.

Cantamos a nossa última música e fomos classificados para a final, que aconteceria junto com o final do ano letivo. Teríamos bastante tempo para planejá-la, e naquele momento, eu só queria um banho e a minha cama eternamente.
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Olá lindos.
Ainda sinto falta dos comentários! :(
Até a próxima.
Xoxo',
Natyê.

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⏰ Última atualização: Nov 11, 2015 ⏰

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