Capítulo 1 - Voltando para o colégio

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Acordei naquela manhã com uma dor de cabeça terrível, provavelmente resultado da noite de bebedeira que tive, até o momento em que meu pai chegou e me tirou daquela festa maldita!

Meu nome é Ânica, tenho 15 anos e curso o primeiro ano do ensino médio. Na verdade, estou de férias na casa dos meus pais, estudo em um colégio interno em outra cidade e gosto de lá, por mais que a diretora não seja tão legal, como em outras escolas. O ensino que temos lá, é quase como que militar, são muitas as regras e ai de quem não as seguem.

Estou em meu último dia de férias e minhas malas já estão prontas. Esse ano não quero voltar para aquela prisão, mas sei que é necessário, ainda mais depois do comportamento de ontem. Levantei-me da cama e deparei com um copo duplo de suco natural de laranja e um comprimido, tomei logo tudo de uma vez e entrei para o banheiro. Fazia muito frio e por isso coloquei o chuveiro no quente, esfreguei-me até minha pele ficar avermelhada, e quando julguei que estava limpa, sai do banho e escovei meus dentes, bem como meus cabelos que estavam molhados após o banho demorado. Corri para o meu closet e peguei a roupa mais quente que eu tinha ali, um conjunto de moletom cinza, uma regata branca e calcei minhas pantufas.

- Bom dia! - Meu pai disse sem tirar os olhos do jornal.

- Bom dia pai! - me sentei ao seu lado e comecei a me servir de café. Não comi nada naquela manhã, meu estômago não estava nada bom.

- Suas malas já estão prontas? - Ele estava sério, o que me dizia que viria algo a mais do que essas simples perguntas.

- Estão sim pai. - Respondi olhando para a minha xícara que fumegava. - Porque a pergunta? - Olhei-o finalmente e percebi que ele havia fechado o jornal e agora me olhava.

- Vou enviá-las hoje mesmo. - Explicou. - Amanhã você sairá cedo para ir para o colégio. - Pegou um copo de vitamina que a Cleide acabara de colocar em cima da mesa. - Não quero confusões Ânica, espero que se comporte esse ano. - Pousou o copo na mesa e me fitou. - Você sabe que sua mãe não está nada bem, e você não deve dar a ela mais um motivo para se preocupar, certo? - Ele olhou tão fundo em meus olhos, que mesmo se eu não concordasse com o que ele dizia, eu concordaria apenas por sentir medo.

- Certo pai! - Voltei a fitar minha xícara.

O resto da manhã passou rapidamente, fiquei apenas em meu quarto assistindo filmes, uma vez que não havia nada naquela casa para fazer, ainda mais no frio. Depois do almoço, tomei um banho quente e não muito demorado, me arrumei, colocando uma calça jeans e uma regatinha rosa com um casaco preto. Coloquei uma sandália, prendi meus cabelos e fui até o hospital visitar minha mãe. Tomei o táxi porque meu pai não estava em casa e o motorista estava a disposição dele naquele dia.

- Oi minha querida! - Ela sorriu fraco quando me viu entrando em seu quarto no hospital.

- Oi mãe! - Beijei-a. - Como a senhora está? - Beijei-a a testa e em seguida as mãos que estavam frias.

- Estou bem, apenas com frio. - Sorriu amarelo me fazendo correr até o armário em seu quarto e pegando uma coberta mais grossa para ela. - Obrigada querida! - Agradeceu puxando a coberta até o queixo.

- Vou para o colégio amanhã cedo! - Olhei-a cabisbaixa.

- Não quer voltar meu amor? - Ela me olhou com ternura. - Você gostou daquele colégio no primeiro instante que pisou naquele gramado. - Ela sorriu ao lembrar.

- Não é isso mãe. - ela segurava minha mão agora. - Quer dizer, na verdade é... É só que... - Hesitei, e ela apertou minha mão para me motivar a continuar o que dizia. - Antes era diferente, agora meu quarto é outro, e todas as pessoas que estavam na minha sala, saíram do colégio, apenas eu continuei. - Olhei-a.

- Não fique assim meu anjo. - ela sorriu e me fez carinho no rosto. - Você pode me mandar mensagem e se comunicar comigo quando quiser. - Ela sorriu ternamente me acalmando. Eu amo a minha mãe e não aceito esse estado em que ela está, quero que ela melhore rápido.

- Obrigada mãe! - Agradeci.

- Filha, está na hora do meu remédio, se importa de pegar para mim? - Ela apontou para uma bandeja que estava em uma mesinha no canto do quarto. Dei a ela o remédio, e logo em seguida em dormiu.

Saí do quarto sem fazer barulho e voltei para casa, já era tardinha quando cheguei e meu pai ainda não havia voltado. Sentei-me de frente para a piscina e comecei a desejar do fundo do meu coração que aquele dia se eternizasse, não queria que o dia seguinte chegasse.

No dia seguinte...

Acordei com a Cleide em meu quarto abrindo as cortinas. Minha única insatisfação era voltar para aquele colégio onde eu não tinha mais nenhuma amizade.

- Bom dia! - Ela sorriu.

- Bom dia! - Respondi obrigando-me a colocar um sorriso no rosto.

- Não vai xingar hoje? - Ela me olhou com as mãos na cintura.

- Na verdade, - comecei. - Não é porque o meu dia vai ser uma bosta que eu tenho que descontar em todos. - Sorri.

Levantei-me calmamente e segui para o banheiro. O meu banho foi como no dia anterior, só que dessa vez mais rápido. Escovei os dentes e os cabelos, coloquei o uniforme da escola e segui para a mesa. Eu estava sem fome. Não me servi de nada, senti alguns olhares do meu pai em mim, mas não dei bola, não queria conversar.

- Vamos? - O motorista do meu pai chamou.

- Espere um momento Edgar. - Meu pai pediu. - Estou esperando que o Ricardo chegue, ele vai para o mesmo colégio que Ânica, e como ele é filho do meu melhor amigo, gostaria que os dois fossem juntos. - Ele sorriu.

Só essa que me faltava, eu ter que aturar aquele moleque o ano inteiro no meu pé. Ricardo não é um menino feio, ele é muito bonito até, mas sempre se achou melhor que os outros e ao meu ver, sempre foi fresco com tudo.

Passados alguns minutos, o projeto de Riquinho Rico chegou e enfim fomos para o colégio.

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A imagem na apresentação do capítulo é da Ânica aos 15 anos!

Oi meus fefuxos! Estou de volta. Então, prometo postar essa história até o final. Mas tenham paciência comigo, estou em reta final de terceiro ano e em época de vestibular. Sempre que eu puder vou postar, não vou combinar um dia ou outro porque acaba complicando para mim, mas sempre que eu puder estarei aqui com um capítulo novo. Eu adoro conversar e aceito críticas, tanto boas quanto ruins (acredito que todas são construtivas), então vem?
Beijos fefuxos,
Natyê

Amor ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora