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Percebo meu celular tocando, retiro ele do meu bolso e atendo a ligação.

Ligação on.

-Alô?
-Oi Becky, é a Lucy.
-Oi mãe!
-Como foi a viagem?
-Foi ótima, bem tranquila.
-Ah que bom. Mas então... não vamos poder pegar vocês no aeroporto porque temos que resolver algumas coisas no cartório sobre a mudança. O.k?
-Ok. Então nós vamos de taxi?
-Sim. Mas peça para ele trazer vocês aqui pro cartório, tenho que conversar com vocês duas.
-Tá. Tchau!

Ligação off.

Desligo e aviso para Layla que não iríamos para casa agora. Chamamos um táxi, esperamos uns minutos e entramos no carro.

-Então senhoritas, para onde vocês querem ir? -O taxista pergunta enquanto nos ajuda com as malas.

-Vamos para o Consulate General of Brazil in New York. -Falei.

-Hum... deixa eu ver... acho que daqui para lá são uns 20min. Tudo bem? -O motorista pergunta ajeitando o retrovisor do carro.

-Sim, sim. -Layla afirma.

Nós duas ficamos conversando o caminho inteiro com o taxista, perguntando os melhores lugares para Turismo na capital. Conseguimos o roteiro para as férias inteiras.

Chegamos no nosso destino, pagamos e agradecemos pelas dicas. Olhamos para cima e vimos um lugar enorme, lindo, tinha colunas enormes e era praticamente todo branco e bege.

Entramos, não foi preciso procurar meus pais, eles vieram nos receber com uma felicidade eufórica.

-Que saudades! -Minha mãe fala cantarolando e dando beijos nas nossas testas. Meu pai simplesmente nos deu abraços apertados.

-Também estávamos com saudades de vocês. -Falo e nós duas os abraçamos.

-Então Layla, já sabe o que vai fazer nas férias? -Lucy pergunta.

-Sim! Becky e o taxista que nos trouxe me ajudaram a fazer um roteiro de viagem bem legal!

-Que bom! Mas então filha. -Minha mãe fala a segunda frase se virando para mim. -Te chamei aqui para dizer que você vai morar sozinha!

-Ãn??? Sério? Que legal! -Falo demonstrando bastante empolgação.

-Aqui nos EUA é permitido com 17 anos morar sozinho. Eu e seu pai decidimos que seria bom para você ter um pouco de responsabilidade. Compramos um apartamento para você, esse é o endereço. -Lucy fala me entregando um papel com um endereço.

-Obrigada obrigada obrigadaa! -Falo dando beijos bochechas dos meu pais. -Posso ir lá agora?

-Pode. Ahhh e Layla ficará com você até o fim das férias.

-O.K mãe! Vem Lah! -Falo, acenando para meus pais e saio desesperadamente do cartório.

Deixamos as malas com eles, estava prestes para ligar para mais um táxi, mas Layla pergunta apontando para o outro lado da rua.

-Vamos de bicicleta?

-Ãn... vamos!

Alugamos duas bicicletas em um ponto próprio para isso, e o mais legal é que poderia devolver em qualquer lugar da cidade que fosse da mesma empresa. Elas eram amarelas e tinham detalhes pretos. Saímos seguindo o endereço que estava no papel. Passamos por ruas super movimentadas e coloridas pelos carros e outdoors espalhados por toda parte. Pedalamos por 50min até chegarmos em um edifício enorme revestido de espelhos, entramos e vimos uma recepção com paredes em tons de branco e algumas salas de espera com alguns sofás bege, outros cinza, alguns detalhes como flores e lustres eram vermelhos. Era maravilhoso.

Perguntamos para a recepcionista aonde era o nosso apartamento, ela nos levou até ele. Subimos de elevador, até o andar 12. Tinha um corredor enorme com paredes em um tom bem claro de bege, as portas dos apartamentos eram brancas, algumas com enfeites de Natal, já que estamos em Novembro.

A recepcionista nos desejou boas vindas com um sorriso simpático, retribuimos o mesmo. Ela saiu, nos deixando sozinhas para conhecer o apartamento.

-UAU! -Lah falou maravilhada.

-É lindo! -Falei.

Já estava mobiliado, mas a decoração era muito séria e sem cor, o chão era branco, assim como a maioria dos móveis, as paredes eram cinza bem claro (eu gostei), na sala de estar tinha uma parede de vidro que dava para ter uma visão maravilhosa da cidade.

Passamos uns cinco minutos sozinhas até ouvirmos alguém tocar a campainha. Abri a porta e vi um senhor de aparentemente 50 anos.

-Posso ajudar?

-Estou aqui para lhe ajudar, na verdade. Sou o responsável pelo edifício. No nosso contrato de compra do apartamento, temos uma cortesia, estaria interessada em saber, senhorita? -Ele fala

-Ãn... me desculpe mas qual é seu nome? -Pergunto um pouco confusa.

-Ah! Me desculpe, me chamo Alby. -Fala dando umas risadinhas.

-Prazer, Alby. -Aperto sua mão. -Mas então, que cortesia é essa?

-Se você não gostar da decoração ou móveis, você tem um mês para mudar o que você quiser, por nossa conta. -Ele fala.

-Mas se você fizesse isso com todos você não iria falir? -Perguntei.

Ele dá um risada simpática e fala:

-Essa cortesia só é válida para estudantes que vieram do exterior. É um tipo de "projeto" para que os adolescentes se sintam melhor com as mudanças que sofreram na troca de países.

-Que legal! Estou interessada, como funciona?

-Use esse cupom em qualquer loja de decoração da cidade e depois nos entregue os recibos das lojas.

-Okay -Falo recebendo o papel.

Me despeço de Alby e vou até o quarto onde Layla estava, contei o que acabara de acontecer, seus olhos brilharam de alegria.

Os nossos pulos de felicidade foram interrompidos pela ligação de meu pai.

Ligação on.

-Alô?

-Oi querida! Gostou do apartamento? Já te falaram da cortesia?

-Oi pai! O apartamento é bem grande, eu amei. Sim, já me falaram da cortesia. Com certeza vou usá-la a decoração é muito séria.

-Hum... que bom que gostou. Eu e sua mãe vamos levar suas malas e as de sua prima aí essa noite, levaremos o jantar também.

-O.K! Estou à espera de vocês. Beijos!

-Até

Ligação off.

Uma paixão adolescente {Revisando}Onde histórias criam vida. Descubra agora