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Decidi sair do meu quarto. Vesti uma calça e um casaco para esconder os cortes. Para mim aqueles ferimentos já não bastavam queria simplesmente MORRER. Fui até a Ponte do Queensboro, me sentei na beira da grade de proteção, estava decidindo se ia pular ou não. Meu rosto estava todo manchado pela maquiagem borrada, em nenhum minuto as lágrimas paravam de cair, eu soluçava e não conseguia controlar os gritos de vez em quando. Estava nos meus últimos minutos de vida até que um menino alto, olhos verdes, pele branca e cabelos pretos caídos pelos olhos veio em minha direção e me fez uma pergunta:

-Você está bem? -Ele coloca a mão no meu ombro de forma acolhedora- Posso ajudá-lá?

-Eu tenho cara de quem está bem? É lógico que não estou bem! -Falo meio rude, mas me desfaço em lágrimas de novo e o abraço.

Ele meio sem jeito retribui o gesto e fala.

-Vamos sair daqui. Quem sabe eu posso ajuda-la?

-Isso é sério? Você vai ajudar uma estranha que mais parece uma psicopata prestes a se jogar da ponte? -Falo desfazendo o abraço.

-Não tem problemas. Se for para ajudar alguém. Vem vamos conversar. -Ele fala.

-Você acha que eu vou sair por aí com um desconhecido para contar meus problemas?

-Acho! Eu não sou nenhum Serial Killer não tá? -Ele fala, me arrancando um sorriso discreto.

-Tá! Mas só porque eu preciso desabafar!

Saí do meu "lugar para suicídio" , eu e aquele menino que eu ainda não sabia o nome fomos para uma pizzaria la perto, até porque Meu Deus pizza é vida! Sentamos em uma mesa com vista para a rua, pedimos uma pizza de frango à catupiry que por coincidência era a nossa favorita.

-Sim, você pode me contar o que foi que aconteceu para você estar desse jeito a ponto de até querer se matar? Você quer me contar?

-Tem um menino que eu conheci em um voo, conversei muito com ele. Até que no primeiro dia de aula eu o encontrei na mesma sala que a minha. Nós viramos grandes amigos, na verdade nós até ficamos. Eu contava com ele para tudo! E era do mesmo jeito para ele (pelo menos eu achava). Eu o amava... até que hoje ele decidiu simplesmente ficar com a minha inimiga! -Desabafo.

-Meu Deus! Que menino canalha! -Com esse comentário eu começo a rir meio pensativa. -O que foi?

-Não... nada! É só porque é engraçado ver meninos falando que outros são canalhas. Acho que todos são! Acham que mulheres não tem sentimentos e são apenas seus brinquedos que podem ser descartados quando ganham um mais novo.

-Eu não sou assim!

-Hum... e o pior que não posso nem discordar porque não te conheço. Afinal qual o seu nome?

-Meu nome é Ian. E o seu?

-Ah é! Eu não me apresentei! Sou a Becky... ops Rebeca. É o costume, desculpas.

-Sem problemas... Becky.

A pizza chega, na hora que fui me servir a manga do meu casaco sobe um pouco mostrando alguns dos cortes.

-Ai meu Deus! Você também se cortou! Arghhhh! Quero matar aquele menino! Nem lhe conheço direito, mas ferir os sentimentos de uma dama! Isso já é demais! -Ian fala.

-Pois é! Também queria mata-lo ou pelo menos dar um murro na cara dele! Ah se ele passasse na rua aqui neste momento! Ele ia se ver comigo!

Parecia que tudo que eu desejava naquele dia se tornava realidade! Lucky apareceu na janela da pizzaria.

-Olha ali ele! -Falo apontando para a janela e saindo do meu lugar e indo para onde estava Lucky.

-Cara, você está me perseguindo ou o que? Em todo lugar que eu vou você vai também!

-Becky, precisamos conversar! Porque você está agindo estranha assim comigo? -Lucky pergunta.

-Ah é? Estou sendo estranha? Você me iludiu esse tempo todo, imaginei que nós dois éramos mais que amigos. Mas o que é que acontece? Você beija a Natalie.

-Foi uma aposta, Becky. -Ele fala pegando no meu ombro.

-E você não era homem suficiente para não aceitar? Ferir meus sentimentos era melhor? Ah deixa eu responder por você! Era!

-Sério que você vai se afastar de mim por causa disso? Eu te amo. -Ele fala se aproximando de mim e tentando me beijar. Dou um grito, Ian vem correndo.

-Sai de perto de mim! -Grito.

-O que está acontecendo aqui? -Ian pergunta.

-Ele queria me beijar! -Falo.

-Não se meta com ela ou vai se entender comigo! -Ian fala.

-E quem é você para falar assim comigo? -Lucky pergunta apontando para Ian.

-Longa história... -Falo

-Tenho tempo. -Lucky rebate.

-Ah você quer saber mesmo? Você magoou os sentimentos de uma dama, como consequência ela se cortou e tentou se matar. E você ainda acha que está tudo bem? -Ian fala.

-Ai meu Deus Becky! Você tentou se matar! Se eu soubesse que ia ser assim nunca teria aceitado a aposta! -Lucky fala.

-Ah é? Não teria aceitado? Foda-se! Agora não tem mais volta! Eu te odeio!

Oi oi meus lindos, maravilhosos, perfeitos leitores! Próximos capítulos cheios de surpresas!

Uma paixão adolescente {Revisando}Onde histórias criam vida. Descubra agora