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Fui correndo até a sala, todos já tinham entrado, apenas eu e Ian tínhamos sobrado no pátio do colégio.

-Ai Meu Deus! Me desculpe professor! Posso entrar? -Pergunto ofegante, abrindo a porta com um gesto bruto.

-Ãn... deixa eu pensar... depois da sua nota na minha matéria você ainda quer que eu deixe você entrar? -O professor de história americana fala.

-Claro! Se eu não entrar como eu vou aprender a matéria para recuperar a nota? E afinal foi um sete, a nota não foi tão ruim assim, foi na média! -Falo.

-Para mim nota boa é acima de 9,9. Agora entra garota!

-Obrigada! Ah e como eu me sairia bem numa matéria que fala de um país que moro faz 1 mês e meio? -Retruco me sentando em uma das carteiras atrás de Lydia.

-Faça silêncio e preste atenção na aula! Uma palavra e você sairá da sala! Estamos entendidos? -Ele pergunta, apenas aceno de forma positiva com a cabeça.

Assisto o resto da aula, mas só fisicamente. Minha cabeça talvez estivesse em Júpiter ou Saturno. Aí você pensa... "tá pensando no Lucky ou no Ian". Mas NÃO gente! Eu estava pensando no Guto. Porque? Não sei! Talvez estivesse precisando rir um pouco. Tudo o que tinha acontecido nessas semanas estava me matando! Lucky, meu pai, os cortes... TUDO!

A aula acaba, agora seria aula de Biologia que por sinal, eu ODEIO! Depois de mais ou menos 15 minutos de puro sofrimento ouvindo aquela "Górgona" da professora decidi que não aguentava mais ouvir nenhuma palavra daquele assunto. Várias coisas vinheram na minha cabeça, brigar com a professora ou até com um aluno, fingir um desmaio, convulsão... mas não fiz nada disso. Fingi estar com dor de cabeça, tontura e náusea.

-Professora? -Me levanto da carteira, fingindo uma cara de doente.

-Sim? -Ela fala se virando para mim.

-Eu não estou me sentindo muito bem... eu poderia me retirar da sala? -Pergunto ainda fingindo.

-Pode sim.

Comecei a arrumar minhas coisas, falo com minhas amigas, explico bem resumidamente o que estava acontecendo e abro a porta da sala para sair. Na hora que abri a porta percebo alguém também se levantando, olho, era Guto também fingindo estar doente, mas surpreendentemente ele era um ótimo ator. A professora estranha por alguns segundos o fato de duas pessoas supostamente doentes no mesmo minuto, mas acaba cedendo.

Parece que o universo adora me provocar... sempre quando eu penso em alguém ele aparece na minha frente do NADA!

Saí da sala, o esperei no corredor.

-Becky? -Ele sai da sala.

-Oi! Você tá bem? -Pergunto.

-Eu que tenho que perguntar, você está bem? -Guto pergunta pegando em meu ombro.

-Fisicamente sim. Mas emocionalmente estou péssima. Sei lá! Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e ainda ter que ver o Lucky todo dia, olhar para a cara dele é meu maior desafio a enfrentar. E só de saber que estou indo mal na escola meus olhos já se enchem de lágrimas. -Desabafo.

-Mas como? Você acabou de ganhar um prêmio pelo simulado! -Ele pergunta confuso.

-É complicado...

-Tenho tempo. Sou seu amigo, pode contar comigo!

-Tá, mas vamos pelo menos sair daqui para a professora não desconfiar que foi mentira a história da dor de cabeça.

-Ok.

Descemos, fomos até a recepção.

-Então... na verdade não estudei para a prova pois estava muito preocupada com o Lucas e tal. Mas depois, no simulado estudei bastante porque Lydia me ajudou.

-Hum... você vai falar com a diretora para sair da escola? -Guto pergunta.

-Vou! Você vai?

-Acho que sim. -Ele fala.

-Porque você saiu da sala?- Pergunto.

-Na verdade não sei... vou admitir que não suporto aquela professora!

-Hum... eu vou ali falar com a diretora. Tchau! Se cuida! -Falo.

-Ok.

...

-Diretora? -Falo batendo na porta, abrindo-a.

-Pode entrar.

-Senhora Fernández, sabe o Ian... -Falo me sentando em uma cadeira em frente à sua mesa.

-O filho do senhor Gilson? O dono da escola? -Christiane, a diretora pergunta.

-Sim sim.

-O que tem ele? -Chris pergunta.

-Ele é um amigo meu sabe? Estou querendo fazer uma festa lá em casa e quero convida-lo, você poderia me passar o contato dele? -Pergunto.

-Se você é amiga dele, porque ele nunca te deu o contato? -Ela rebate.

-Não sei, mas preciso do contato dele. -Ela escreve o número em uma folha, ainda um pouco desconfiada.

-Mas... porque mesmo você tá fora de sala? -Ela fala me entregando o papel.

-Estou com dor de cabeça e tontura... o outro motivo para ter vindo foi para pedir autorização para sair da escola. -Falo.

-Pegue. -Ela retira a autorização de um dos cantos da mesa.

-Obrigada.

....

Vou para casa, visto um pijama, preparo um café, sento na minha cama e começo a ler um livro.

Depois de algumas horas ouço a campainha tocar.

-Meu Zeus! Será que não posso ler um livro em paz! -Grito bufando de raiva.

Abro a porta, vejo que era o Ian.

-Como você sabe meu endereço? -Pergunto.

-Lembra no dia dos curativos? Eu te deixei aqui na frente do prédio. Falei para a recepcionista que era um amigo seu, daí ela me disse qual era o seu apartamento.

-Hum... quer entrar? -Pergunto abrindo mais a porta.

-Claro! -Ele fala entrando.

-Sem querer ser rude mas... porque você veio?

-Queria te ver. -Ele fala.

-Só isso? -Pergunto.

-Sim.

-Quer assistir um filme? -Pergunto.

-Sim! Você gosta de que gêneros?

-Ãn... terror, por mais que morra de medo, gosto. Comédia e romance também são legais.

-Eu também gosto de terror.

-Ok então. Você liga a TV e escolhe o filme. Eu faço a pipoca.

Olá queridos leitores! Estava sumida porque estava viajando, mas voltei! Próximo capítulo cheio de emoções!

Uma paixão adolescente {Revisando}Onde histórias criam vida. Descubra agora