Capítulo 2- Interesse de Taylor

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Interesse de Taylor.

   - Não se esqueçam de fazer o essay! - Relembra o Msr.Albert. Adormeci nesta aula e tive o mesmo pesadelo. Tenho tido o mesmo pesadelo todos os dias e não percebo o que ele significa. Eu sempre corro atrás de uma loira que desconheço e a Ella agarra-me sempre com uma força inacreditável. O sonho será sobre a loira ou a Ella? Se for sobre a Ella deve significar que ela me prende. O sonho não faz qualquer sentido, a meu ver.

   Uma semana já passou e eu já estou com saudades de não fazer nada, mas neste momento só penso em almoçar. Entro na cantina, vejo a mesa do Frank e caminho até lá. Frank é o meu melhor amigo. Conheci-o o ano passado numa festa. Ele estava muito bêbado e começou a falar comigo. Eu não queria falar com ele, mas ele estava me a perseguir e tirou-me o telefone da mão. Ele desapareceu e eu fiz queixa na policia. Ele pediu-me desculpas depois de me dizer que eu ia ficar sem dentes e então eu retirei a queixa.

   Uma vez andamos à porrada. Ele piscou o olho à Ella e eu estava alterado nessa noite pois fazia 11 anos que o meu pai tinha morrido. Fiquei diferente o resto da semana. Andava de discoteca em discoteca com o meu BI falso, a ver miúdas, a estar com miúdas, a fazer coisas com miúdas. Miúdas bonitas, feias, gordas, magras, loiras, morenas, asiáticas, hispânicas, baixas, altas, galdérias e santas. Consigo lembrar-me da cara de algumas, mas o nome delas era informação a mais. Nessa altura eu tinha uma grande nuvem preta à frente dos olhos. Em vez de água, a nuvem tinha raiva. Somente raiva.

   - Hey mano! Estás a pensar na morte?- se eu estou a pensar na morte? Nessa semana realmente eu estava morto. Tudo isso causado pelo meu pai. Pela morte do meu pai. Digamos que sim, estou a pensar na morte dele e no conforto tóxico que arranjei para me distrair. 

   -Não. - simplesmente respondo.

   Sento-me e começo a comer. Boa! Esqueci-me do talheres. Mas que merda, nem comer descansado posso. Levanto-me e vou buscar os talheres.

   Na ida, enquanto ia apenas a olhar para o lugar onde eu tinha de ir buscar os talheres que me esqueci, fui contra uma miúda. Tenho de começar a olhar para a frente, mas ela também poderia ter se desviado. O rosto dela mostra que está chateada mas parece linda na mesma. É bem-constituída , com bochechas coradas e o seu cabelo está amarrado com um rebuliço no topo da cabeça. Parece que não teve tempo para se pentear, mas está perfeito desse jeito.

  -Desculpa!Eu apanho. -Ofereço-me com o meu melhor sorriso e apanho o que parece ser um diário, um diário aparentemente antigo. Deve ser pelo diário que ela está chateada.

  -Não faz mal, estava distraída .- ela diz enquanto olha para o diário na minha mão. Ela parece nervosa e envergonhada. Ao mesmo tempo confiante e irritada. Isto são opostos!

  -Eu também - digo - como te ......

  -Desculpa, tenho de ir. - diz ela apressadamente .

  Digo adeus, vou buscar o que queria e volto para a mesa. A reação dela foi estranha. Se calhar estava apenas com pressa mas não parecia. Ela não queria falar comigo?

  -Quem era?- pergunta o Frank . Ele é sempre tão intrometido.

  -Quem? - digo parecendo esquecido .

  -A rapariga que tu quase atropelas-te - diz soltando uma risada.

  -Não a atropelei. - defendo-me - não sei, ela estava com muito pressa .

  -Nunca a vi por ai. - diz o Frank

  Tenho quase a certeza que nunca a vi na vida. Mas também tenho a sensação que a conheço. Merda, isto é tão desconcertante ... Porque é que eu nunca sei a resposta a uma simples pergunta? Eu conheço-a ou não?

Anne - The Switch (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora