Anne - The Switch (Editando)

Capítulo 5- De volta ás visões de Taylor Wilson

De volta ás visões de Taylor Wilson

Ela anda até nós. Faz caso como quem fosse pedir alguma coisa. Senta-se na cama e olha para nós. De seguida, do meu monte de almofadas verde tropa, pretas e brancas, ela retira uma preta e põe por cima das suas pernas que estão agora cruzadas.

-Queres dizer-nos alguma coisa?- pergunto á Skylar.

-Bem... não vou exitar. Estava a pensar que poderíamos ir a uma festa ..- ela diz. Será que a Skylar não vê que nem eu nem a Ella estamos com disposição para festas. Á uma hora atrás a Ella estava manca e a chorar como se não houvesse amanhã.

-Porque não?- a Ella diz- Só estou um bocado dorida. Desmaiei provavelmente por queda de tensão não de dores. Quero divertir-me!- ela faz beicinho. Não acredito que ela está a alinhar nisto.

-Não.- digo.-Tens de descansar e não se fala mais disso.- ralho.

-Tu não mandas em mim!- ela impõe-se levantando ligeiramente a voz.- eu quero ir,vou! Não é Skylar?- Parece uma criança que não sabe o que é melhor para si mesma.

A Skylar está a beber água que estava na minha comoda e até se engasga. Abre a boca mas corto-a.

-E se te acontece alguma coisa! Nem pensar!- Digo-lhe.

-EHHHH! E se me deixassem dizer que a festa é amanhã?- a Skylar grita. Mesmo assim, não quero ir a lado nenhum. Porque é que elas querem? Aliás, Como sabe a Skylar de uma festa em New York sendo ela de Seattle.

-Como sabes da festa?-pergunto com ar de desconfiado.

-Que interessa isso?- ela diz.- Foi o Will.

O Will. O Will pode ser muita coisa. Sei lá eu, quem o Will é. O empregado do café, o ex-namorado, o primo, o noivo, um bêbado.

-Quem é esse? O teu traficante? - pergunto-lhe já zangado por ela ter sido tão vaga.

Olho para a expressão da Ella. Ela deve ter visto um fantasma . Ela podia desmaiar agora, está pálida como um morto. Sem cor mesmo e parece sem ar. Ela acha que estamos a falar a sério. Ela é engraçada

-Hello? É brincadeira.- digo-lhe. Tudo parece normal e achei isso patético.

-Então vamos amanhã! Boa! - ela sai com pressa do quarto escapando da nossa conversa.

** Acordo de manhã com a a luz celestial do sol a bater-me nos olhos. Levanto-me da cama e vou até á casa de banho. O meu cabelo está bagunçado e tenho olheiras que nunca mais acabam. Devia fazer alguma coisa quanto a isso, como pentear-me. Pena que estou com demasiada preguiça.

Desço as escadas e vou atá a minha varanda. A varanda com vista para quase toda a cidade de New York é a melhor parte desta grande penthouse. Para mim New York é simplesmente a melhor cidade do mundo.

Sento-me num dos sofás da minha varanda e tiro o masso de cigarros debaixo da almofada. Acendi um com um isqueiro que estava lá dentro. Dei o primeiro bafo, e o segundo e o terceiro. Gosto desta paz. Paz. Juro que oiço pássaros a cantarolar. Ponho os pés em cima do parapeito da varanda. Este sol a bater-me no corpo é caloroso. Não é demasiado quente. É só perfeito.

Estou num daqueles momentos em que ficava assim o resto da vida. Abro os olhos e olho para um prédio de frente ao meu.

Uma  mulher faz videochamada numa janela, na outra duas pessoas se beijam romanticamente, noutra uma mulher cozinha com uma toalha na cabeça. A cidade que nunca dorme está obviamente acordada tão cedo quanto eu.

Estranho espiar assim as pessoas. Observar a suas vidas. Vidas normais , trabalho, namoro, cozinhar ,dia a dia. Eles tem rotina. Eles parecem felizes. Também quero ter uma vida assim brevemente. Olho para todas essas pessoas, outra vez. Só não tenho uma vida assim porque não quero. Sou demasiado burro.