Capítulo 8- Sequela de evidencias

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  Sequela de evidências

    A minha cabeça é como um realizador de filmes, e a noite passada foi cansativa. O filme se fosse real ninguém o iria ver. Estava sempre a mudar de ideias e cenários. O filme era péssimo e aterrorizador. Eu vi o filme todo a teu ao fim, obviamente. O final não foi nada de especial.

Este realizador que é minha mente é também conhecido como cérebro. Ele usa os meus olhos como televisão quando estes tão fechados. Sendo eu, um espectador obrigatório.

Obviamente tem uma maneira de deixar a sala de cinema. Uma maneira que costuma ser fácil. Gritar nos colocará ausentes da sala. Sala em que sou o único presente. Ninguém daria a minha falta.

Como eu estava a dizer, gritar também só resultará se alguém te acudir. Pois, se ninguém te acudir terá de assistir até ao fim.

O lado bom, porem nada bom, foi que este filme chamado de sonho não me fez gritar. Ele fez-me choramingar baixinho. Então ninguém me iria ouvir ou acudir. E se me ouvissem pensariam que eu estava a fazer outro tipo de coisas.

Contudo, sem o grito, talvez haja outra maneira de sair do cenário. Apesar de nós não sabermos se somos atores ao espectadores do sonho, podemos tomar noção que não é real. Mas não é assim tão fácil. Ás vezes é impossível por isso não tens como te safares.

O meu despertador toca e são 7:15 a.m. Hora de acordar. Parece que cheguei primeiro que o alarme.

3h00m

Estou num mato. Sempre neste mato. Já começo a ficar farto de aqui estar.
O pôr-do-sol hoje está caloroso. As cores dele são verde, roxo...branco, penso. Peculiar mas atraente.

Duas crianças brincam. As mesmas da memória que a Skylar criou. Eu pego no menino moreno que chora no meu colo. Olho para o lado e uma rapariga loira de cabelos compridos pega na criança loira. Percorro as pernas dela até chegar á cabeça e finalmente o desejo de saber quem é realizou-se. A Lauren, minha prima. Ela começa-se a rir. Riso maldoso. Ela veste uma gabardine creme usa uns grandes saltos em bico.

-Achas mesmo que sou eu quem te assombra?- ela ri-se.

Ela estica o pé e manda-me um pontapé. Como ela tem força. Parece um cavalo porra. Caí com os cornos no chão. A  criança já havia desaparecido, Porem, a menina pequena e loira, permanecia a olhar para a minha cara. Olha para mim e só diz: Estás bem? Usando a sua pequena e fina voz de 4 ou 5 anos.

O sangue no meu corpo e o cheiro a gasolina invade-me fazendo-me ficar sem ar.Sinto-me a ser sugado pela terra. Gritos da menina deixam-me surdo.

-AHHHHH- digo acordado.  Recupero o ar. Não conseguirei dormir. Vou esforçar para não o fazer pois não quero uma continuação disto.

4h00m

Estou a tentar, mas o sono apodera-me. Fraco que eu sou.

Bem aqui estou ou a ser sugado. Só vejo escuro á minha volta. Penso que estou a ser puxado para dentro da terra . Eu pensava que estava mal. Porem ficou pior quando me sinto a cair.

A queda não é longa, mas o facto de eu não saber isso, acelera o batimento do meu coração.
Abro os olhos. Estou numa sala em que a unica coisa que não é branca é a terra que eu transporto por todo o meu corpo.

A sala quadrada tem três paredes vulgares e uma de vidro. Levanto-me e componho-me agora sem quaisquer dores. Olho no vidro. Do outro lado está Will. O tal que a Skylar me apresentara na festa. Em pé a olhar para mim.

Anne - The Switch (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora