5.

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O dia amanhecia, e junto com ele, eu despertava com as milhões de dúvidas que tanto me atormentavam.
Levantei e rapidamente olhei para o relógio que não despertou.
- Merda! Perdi a hora para o trabalho. - Disse eu, para mim mesma.
Percebi que não valeria a pena se eu fosse, mesmo que atrasada, para recuperar o dia. Então me sentei na beirada da cama e observei o panfleto, que eu havia posto no dia anterior na mesa de cabeceira. Peguei-o e comecei o analisar. Como de qualquer forma eu não iria ao trabalho, decidi que iria até o endereço que constava no panfleto.
Depois de tomar café e me arrumar, suspirei fundo e com a cara lavada resolvi enfrentar a insegurança e acabar de vez com a curiosidade que tanto me consumia.
Chegando em frente ao local do endereço, avistei uma casa humilde, porém, acolhedora. E em seu muro, contia o mesmo símbolo do panfleto: A sombra de uma águia. Me aproximei e percebi que foi pintado á mão. Em seu portão, contia um pequeno sino. Resolvi tocar, e depois de 3 badaladas, uma senhora bem velhinha e meio debilitada, veio me atender, sinalizando para que eu entrasse.
Depois de adentrar a casa, me surpreendi com um ambiente rústico e uma energia estrondosa. Muitas imagens e quadros religiosos preenchiam o lugar. E só uma grande mesa redonda preenchia o centro.
A senhora se sentou e sinalizou com as mãos para que eu sentasse á sua frente.
Me sentei e senti um clima meio pesado, então quis logo falar.
- Senhora, eu queria saber...- Fui interrompida.
- Shhhhhh! Tudo tem a sua hora, e ainda não chegou a sua de falar. - Disse ela, com os olhos fechados, quase ignorando a minha presença.
Comecei a questionar o "porque" de estar ali. Me pareceu uma grande perda de tempo. Mas continuei imóvel e calada.
Aos poucos ela foi abrindo os olhos, e finalmente abriu a boca.
- Então... O que você procura aqui? - Disse, com um sorriso meio forçado.
- Bom. Eu vim através desse panfleto. - Disse, colocando-o sobre a mesa.
- Hm...Entendo. Então você veio atrás de respostas? - Riu.
- É. Acho que sim. - Bastante confusa.
Ela fechou os olhos novamente, e eu fiquei em silêncio automaticamente, antes que ela me mandasse calar a boca de novo.
- Me dê suas mãos e feche os olhos. Preciso que você concentre toda a sua energia em mim. - Disse ela, enquanto pegava minhas mãos.
Quando nos tocamos, foi quase como um choque. Parecia que tudo envolta tinha sumido. E depois de um tempo, até a velha senhora desapareceu.
Quando eu abri os olhos, só havia eu naquela velha sala. De repente começou a aparecer um pequeno vulto sobrevoando toda a sala, com uma risada familiar.
- Espera aí! Eu conheço essa voz. Era você que apareceu no meu quarto um dia desses, não foi? - Disse eu, com um pouco de medo.
E quanto mais eu cobrava respostas, mais a criaturinha ria. E por um instante, ela parou em minha frente e eu pude ver a sua anatomia. Era uma... Fada?

Um amor de outras vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora