ฯ Capítulo 10- Surpreendida ฯ

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Abri meus olhos quando senti que estava sendo observada e percebi que estava envolta em lençóis negros.
Rhett. Ele estava sentado do outro lado da cama king-size de dossel, seus olhos negros me observavam resignados. Uma descarga de energia atravessou meu corpo e eu ofeguei, tirando um sorriso pervertido dele, mordi meu lábio inferior numa tentativa árdua de manter o controle.
Pensa, pensa, pensa.
Meu corpo estava tentando me trair, mas não deixaria aquilo acontecer novamente.
Recobrei minha racionalidade e fiz o óbvio.
-Onde estou?- perguntei puxando os lençóis até meu peito.
-Na minha casa, mais especificamente em meu quarto- respondeu.
-Eu acabei desmaiando...- passei a mão pelo cabelo- Desculpa por ontem, eu...
-Tudo bem- ele cruzou os braços- Estou acostumado com aquele tipo de reação, na verdade já até esperava por aquilo ou por algo até pior.
-Então é verdade, você é...
-Isso, uma aberração- ele se levantou e voltou a se sentar mais próximo de mim- Não ligo para isso, talvez eu realmente seja... Talvez não. Eu sou. Mas não me importo com isso.
Ele estava próximo demais de mim, e eu podia sentir seu perfume sedutor confundir meus sentidos.
-Não faça essa cara Mädchen- ele beliscou levemente o lóbulo sensivel de minha orelha- Eu sinto uma vontade louca de morder você...
Abri meus lábios para dizer algo, mas fui interrompida pela porta do quarto que havia sido aberta repentinamente.
-Afaste-se cara- era Cirius- Essa garota é boa demais para você, não se esqueça de sua redenção.
-Cala a boca idiota- Rhett se levantou e pôs as mãos no bolso.
-O que estava tentando fazer com ela cara? Não acredito que estava querendo seduzi-la, para que ela desse o sangue dela a você. Seu maldito. Bastardo.
-Se não calar a boca agora, eu vou arrancar sua língua e te mostrar quem é o bastardo- apesar de irritado ele parecia estar se divertindo.
-Então Katlin, você não está nua por debaixo desses lençois não é?- Cirius estreitou os olhos para mim.
-Claro que não idiota- corei.
-Sai daqui Cirius- Rhett o fitou.
-Ah tudo bem cara, não vou ser o empata foda da casa, esse mérito é da Sacha- ele ergueu as mãos e saiu assobiando.
-Não precisa ficar corada, ele já saiu- Rhett ameaçou um sorriso- Se bem que você fica...
Ouvimos batidas na porta, e Susan entrou correndo para mim.
-Você está bem?- ela me apertou num abraço.
-Estou, não acha melhor irmos para casa.
-São três da manhã- ela disse.
-Vou deixar vocês duas ai, voltem a dormir se quiserem e...- ele passou a mão no cabelo parecendo desconfortável- Susan, foi mal pelo tapa.
Ele saiu rapidamente, nos deixando meio pasmas.
-Nossa...
-Por que não ficou tão surpresa Susan?- fitei-a mudando de assunto.
-Claro que fiquei, afinal aquilo foi um pedido de desculpa.
-Não é disso que estou falando. Lá na festa, quando você soube que eles eram essas criaturas?- fiz um gesto com a mão indicando a porta.
-Na verdade eu já sabia da existência deles a muito tempo. E sentia um ódio irracional por eles, principalmente quando me tornei escrava de um...- ela pareceu abatida de repente.
-Escrava?
-Sim, você pode se tornar escrava de energia deles, e eu era uma, até Rhett chegar naquele dia e matar aquele vampiro maldito. E eu fiquei tão feliz porque eu estava morrendo e ele me salvou- seus olhos brilharam- E foi tudo por causa de você.
-Estou tão confusa, não sei nem o que pensar- ela me deixava daquela forma, com suas explicações atrapalhadas.
Um lado meu dizia que aquilo tudo era uma mentira descabida, que aqueles criaturas não existem. Mas o meu outro lado, estava gritando que era melhor eu despertar e tomar minha decisão. Decisão a qual eu não sabia.
Olhei para o lado e Susan já estava ressonando. Me levantei da cama e percebi que ainda estava com as mesmas roupas da festa. Abri a porta e sai pelos corredores silenciosos e pouco iluminados.
-Se perdeu garota?- ouvi uma voz atrás de mim.
-Não- meu coração estava acelerado, mas eu não deixei transparecer o meu medo.
-Otimo- era a garota ruiva que eu havia visto- Você é a escrava de Rhett?
-Não- respondi, dando um passo para trás. Ela deveria ser uma vampira também.
-Então por quê que ele não me deixa tocá-la?- ela ergueu a mão, mas não a encostou em mim- Você já deve saber o que somos, não é?
Assenti.
-Fico feliz por não ter saído correndo, ainda. Na verdade...- ela estreitou os olhos para mim- Você não parece tão surpresa assim.
O que ela queria que eu dissesse? Que na verdade, eu estava mais surpresa comigo por estar reagindo daquela forma, calma demais, quase como se no meu subconsciente eu já soubesse daquilo tudo.
-Ótimo- ela sorriu- Agora acompanhe-me, vamos ir ver o que os meninos estão fazendo na sala de reuniões.
Sem nem entender exatamente, eu acabei seguindo-a. Chegamos a portas duplas de madeira esculpida e ela a abriu sem cerimônia.
-Olá meninos, por que me chamaram?- ela disse me puxando pelo braço- E olha o que eu achei no caminho.
Rhett estava em pé e me observava sério enquanto os outros estavam sentados em poltronas.
-Podem sair. Já acabei de explicar que queria de vocês- ele disse e todos se levantaram calmamente e se direcionaram para a porta.
-Eu avisei a você Kat- Theodor soprou para mim com pesar.
Eu estava quase dando as costas, quando ouvi sua voz grave reverberar em meus ouvidos.
-Quero que fique Katlin.
-Tudo bem- abaixei meu olhar para meus pés descalços.
O que será que ele iria dizer? Talvez quisesse meu sangue.
-Algum problema?- me aproximei, quando todos sairam nos deixando a sós.
-Na verdade, agora que descobriu o que somos você tem que jurar que não contará nada a ninguém- ele disse.
-De qualquer forma, quem iria acreditar em mim?- revirei os olhos.
-Acredite, á muitos lunáticos por ai. E se não acreditassem, não existiriam tantas coisas por ai falando sobre nossa espécie- deu de ombros.
-Verdade- assenti pensativa- Eu não iriei contar.
-Sei disso, mas agora que sabe sobre isso deve tomar cuidado. Principalmente porque mexemos com um clã muito forte hoje- um sorriso sombrio surgiu em seus lábios- E com certeza eles iram querer vingança, e acho que podem ir atrás de você e sua amiga para tentar nos atingir através de vocês.
-Atingi-los? Somos somente humanas- franzi o cenho- Por quê coneguriam atingi-los conosco?
-Uma longa história- ele ficou de costas para mim.
-O que está acontendo realmente?- dei alguns passos até ele, mas pausei.
-Nada que a interesse por enquanto. De qualquer forma, eu...- ele fechou as mãos em punho e se voltou para mim- Eu irei protegê-la.
-... - estava sem palavras- Mas por quê?!
-Chega de perguntas, pode ir agora- ele indicou a porta com seu olhar irritado.
-Mas...
-Saia Katlin- ele disse entredentes.
Dei as costas e sai sem dar uma unica olhada para ele, contrariando minha vontade.
Eu irei protegê-la.
Como assim? Por que? Ele não tinha qualquer obrigação sobre isso. Mas na verdade ele parecia estar sendo obrigado de alguma forma a isso, mas... não conseguia entender como ou por quem.
Quando cheguei ao quarto Susan ainda dormia como uma pedra.
Me deitei na cama, mas não conseguia para de pensar no que estava acontecendo. De uma hora para outra havia descoberto que aquelas criaturas sanguinárias existiam, e agora que eu iria ser protegida por uma.  Tinha alguma coisa por trás disso tudo. Eu sabia, meu lado intuitivo estava em modo alerta e a qualquer momento uma luzinha vermelha iria brilhar indicando algo.
Mas por enquanto eu continuava no escuro...

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