ฯ Capítulo 18- Lost in the Night ฯ

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Ai vai mais um capítulo.
O primeiro desse ano :3.
Happy new years para todos vocês. Boa leitura, espero que gostem.
SEM REVISÃO

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Seu corpo caiu inerte sobre mim e eu a segurei forte. A peguei em meus braços e a deitei em sua cama, depois peguei os materiais que havia usado e os coloquei na mochila, depois limpei o risco em forma de circulo do chão de madeira, olhei para meu pulso e vi uma cicatriz se formando no lugar do corte, um "K" dentro de um círculo. Dessa forma eu poderia saber quem está mexendo com a cabeça dela e a tempo de impedir que ela absorvesse a essência de Morgana, aquela vadia maldita.
Depois de tudo devidamente guardado em minha mochila eu parei e a observei adormecida com uma expressão pacífica e parecia quase feliz.
Nunca cheguei a dormir daquela forma nem quando criança, eu era sempre atormentado por algo que se infiltrava em meus sonhos os transformando em verdadeiros horrores. Depois de perceber que ela estava bem, e de que se Alice aparecesse ali e observandobservando a filha dela daquela forma psicótica, com certeza não iria gostar.

Assim que coloquei os pés no meu quarto ouvi uma batida na porta.
-Pode entrar- revirei os olhos, eu realmente estava afim de descansar um pouco. Tinha algum tempo que eu não me alimentava da energia vital de alguém, e eu estava evitando absorver energia das trevas, já que eu não conseguia prever se eu perderia o controle ou não.
-Então trabalho feito?- Cirius perguntou.
-Claro que sim, sou eficiente no que faço. Agora ficará mais facil de ter contato com ela, e impedi-la de absorver a essência de Morgana- joguei minha mochila no chão e tirei a camisa.
-E eu tentando criar tolas esperanças de que você estava começando a sentir algo por ela- ele balançou a cabeça- Principalmente quando você espancou aquele cara, o amigo dela, e ele nem encostou na garota. Pensei que estivesse com ciúmes.
Ciúmes? Eu estava com ciúmes? Não, com certeza não.
-Tenho que proteger ela de qualquer coisa que se apresente como um possível perigo- voltei minha atenção para a conversa- E eu não estou com ciúmes dela.
-Sim esse sentimento de posse que você tem por ela se chama ciúmes- Cirius revirou os olhos- E fora que ele não era um perigo, o cara só queria dar um beijo nela e isso não foi um motivo claro para espanca-lo.
Claro que esse é um bom motivo de levar uma boa surra, ela é a minha namorada e mesmo não sendo real ele tinha que respeitá-la por esse motivo. Mas e se ela quisesse beijar ele, e eu...
Droga.
Droga eu não queria imaginar aquele cara tocando naquela pele cor de chocolate que ela tinha, e se ela gostasse daquele cara? Aquilo me deixava furioso.
-Rhett respira cara, você está ficando vermelho- Cirius me olhou divertido.
-Ele é um lobo- respondi saindo de meus pensamentos- Mas, ainda não descobri qual a classificação dele.
-Entendo, mas acho que você está sendo muito protetor cara- ele bateu em meu ombro.
-Protetor?- olhei-o incrédulo e ri- Se eu falhar com Katlin, serei aprisionado no primeiro círculo do inferno. E eu realmente não estou afim de ir pra lá tão rápido assim. Acho que eu não fico legal bronzeado.
-Você não tinha me dito essa ultima parte- disse pasmo, mas logo se recuperou- Que tal irmos em algum bar hoje? Espairecer.
-Pode ser, eu preciso beber um pouco- mas não era nenhuma bebida alcoólica que eu queria.
-Ótimo, vou chamar os outros- ele caminhou para a porta.
-Não. Sacha está com visitas, e você sabe que eu não confio nos outros. Só nós dois- disse ríspido.
-Tudo bem então, vou pegar minha jaqueta- ele saiu batendo a porta.
-Eu espero você lá fora então- gritei.
Tomei um banho rápido e olhei para meu pulso de relance e vi a marca do meu pacto desaparecendo lentamente, eu a tinha marcado e agora estava mais fácil.
Depois de alguns minutos de espera, vi Cirius sair pelas portas duplas da frente. Com sua expressão de desleixo. Entramos no carro e saimos pela noite a fora atrás de algum bar legal em St. Louis para beber.
Lost in the Night, era o nome do lugar em que estávamos agora bebendo variados tipos de bebida, eu já estava um pouco tonto e os barmans e as garçontes que estavam dando em cima de mim, estavam abismados por eu ainda não ter entrado em coma alcoólico. Mas eu era muito resistente ao álcool, assim como todos os vampiros é claro. Depois de ter terminado mais uma garrafa de whisky.
-Uma garrafa de tequila por favor- pedi a garçonete.
-Senhor pode demorar um pouco pois hoje aqui, está bem lotado- uma garçonete chamada Shirley sorriu para mim, com um decote apelativo.
-Não era você que queria um emprego?- Cirius me cutucou com o cotovelo.
-É estamos contratando- a mulher piscou- E nem precisa de curriculo para um bonitão como você.
-Interessante, amanhã eu passo por aqui.
Ela se foi com um sorriso imenso no rosto.
Eu precisava de algo para me concentrar, já que eu não fazia mais nada de minha antiga rotina e estava começando a enlouquecer naquela casa, com aquelas pessoas ao meu redor, tentando despertar meu lado psicótico. Quando olhei para o meu lado esquerdo vi Cirius se levantando e indo para o fundo do bar com uma mulher loira e de peitos enormes provavelmente falsos. Mas pelo cheiro que exalava denotava que ela era uma humana saudável, uma ótima fonte de alimento.
-Então quer dizer que você o Imperador das Sombras está por aqui? Na humilde St. Louis?- ouvi uma voz rouca carregada de sarcasmo, ao meu lado.
-Zenon- o olhei com escárnio- Você já deve saber o porque de eu estar por aqui.
-Claro, tenho que me manter informado sempre- piscou seus olhos castanhos- Soube da garota que está protegendo, o que houve cara? Você não protege ninguém, você mata.
-Pois é, eu realmente adoraria matar agora- sorri.
-Wou- ele ergueu as mãos em sinal de paz- Você não mudou seu olhar ameaçador, então o psicopata ainda está ai?
-Zenon, saia daqui. Não atrapalhe um cara que está bebendo na paz- avisei, sentindo meu sangue ferver aos poucos.
-O quê a garota está te amolecendo cara? Me disseram que ela é bem bonita, se não funcionar com você eu posso experimentá-la?- ele riu e se levantou- Você sabe que esta difícil achar humanas realmente saudáveis, e realmente bela como dizem que a sua. Mas eu ja estou indo, foi um prazer revê-lo.
-Aqui sua tequila bonitão- aquela mulher estava de volta...
-A propósito adoraria saber qual o gosto do sangue dela, e qual a sensação de tê-lo descendo por minha garganta- ele sussurrou enquanto passava por mim rumo a saída.
-Não quero mais nada- murmurei dando uma nota de cem dolares para Shirley.
Zenon já havia saido do bar, e eu fui atrás dele a minha psicopatia tinha voltado com tudo e naquele momento eu não sentia nenhum sentimento tentando me deter, só um ódio latente e uma vontade de descarregar tudo em cima daquele desgraçado.
Eu o via caminhado tranquilamente enquanto algumas prostitutas próximas a um beco qualquer fazia poses insinuativas para ele. Eu me mantinha invisível graças a um feitiço. E aguardava ancioso pelo momento em que eu agiria, e quando o momento chegou senti aquela euforia que a algum tempo eu não sentia.
Ele entrou numa rua mais silenciosa e pouco ilumimada. Perfeita para ensiná-lo a ter modos para falar de uma garota e fazê-lo pensar duas vezes em ir atrás de Katlin.
-Então quer dizer que você veio atrás de mim- ele se virou na minha direção.
E confesso que até fui pego de surpresa, mas uma surpresa passageira. Eu deveria saber que Zenon faria uma armardilha para mim, algo tipico dele e eu adoraria porquê assim eu não descarregaria minha energia somente nele e sim nos outros seres pateticos que deveriam estar escondidos nas sombras esperando o momento certo para me atacar.
-Então quer dizer que cai mais uma vez em sua armadilha- quebrei o feitiço de invisibilidade e apareci para ele.
-Ah não seja rancoroso, ainda lembra daquilo? Aposto que nem fala com Terry, vocês deveriam ser mais unidos afinal ela foi a unica de sua familia que sobreviveu a fúria do Imperador das Sombras- ele sorriu mostrando os dentes amarelados. Senti uma vontade intensa de arranca-los um por um.
-Então que tal resolvermos logo isso, estou afim de relaxar. E nada melhor do que espancar um rato sujo e imundo como você- ele me olhou um pouco assustado, mas sua expressão logo se suavizou.
-Que bom, então eu tenho uma diversão bem melhor do que me espancar- ele estalou os dedos, fazendo aquele som ecoar pela rua vazia e silenciosa.
Lacaios sairam da escuridão e eu os conhecia bem. Criaturas altas de aparência monstruosa como se fossem cobertos por um lodo escuro de olhos vermelhos com dentes pontiagudos e chifres grotescos, sempre com bastões prateados naquilo que se pareciam com mãos. Quando estava a ponto de finalizar minha vida pensei em trabalhar para demonios, e teve uma época que até aquelas criaturas me temiam.
Mas quem poderia fornecer aquela criaturas a um animal idiota como Zenon? Mesmo não sendo muitas, foram proibidas de vim para a terra pelo Conselho e eu sabia muito bem que nada passava na fronteira do mundo deles para aqui sem permissão, mas por que? Deixei as perguntas para descobrir de lado e me concentrei para que pudesse usar toda a minha força e velocidade, porque caso contrário eu apanharia feio. Nem mesmo eu poderia lidar com aquelas criaturas sem uma D.T. e eu não tinha direito de usar uma, pois também pertencia as trevas.
-Então Rhett, vai ficar ai pensando se vai correr para os braços de sua garota ou nos enfrentar como um ex-cavalheiro de...- ele riu, aquele desgraçado sabia que não podia pronunciar o nome de um demonio em vão- Quase, quase. Se o mestre aparecesse aqui e eu não estivesse com a esmeralda dele, ele me mataria. Sua garota anda bem disputada ultimamente sabia?
Do que ele estava falando?
-Pois é me disseram que ela é a lider da Ordem dos Caçadores. Quanto poder nas mãos de uma fedelha que até pouco tempo era uma humana, mas logo isso irá mudar, ela é muito importante no que está por vim- ele olhou para mim dos pés a cabeça- Basta saber se você está forte o suficiente para...
-Diga logo- o segurei pela gola do sobretudo sujo que ele usava e o empurrei na parede, fazendo com que ela rachasse- Ou eu arrancarei sua cabeça.
-Cadê a maldição? O psicopata que eu conhecia já está de volta?- perguntou com desprezo- Pois é com ele que eu quero conversar.
-Ótimo, pois eu também quero muito conversar com você- afundei meu punho em seu rosto, ouvindo sons de ossos estalando.
Mas ele não estava sozinho e logo fez com que os Lacaios que o acompanhavam me puxasse de seu corpo ensanguentado.
-Seu maldito, você vai me pagar- ele riu fazendo um sinal para que os Lacaios me atacassem, enquanto limapava o sangue do rosto.
Eles pularam para cima de mim, me derrubando com força no chão, e eu só senti as dores causadas pelos bastões de prata contra a minha pele. Resolvi não reagir, pois eu só faria gastar minha energia como um tolo, sabendo que não os venceria numa luta contra eles desarmado. Eles só cessaram quando eu estava a beira da inconsciencia afogando numa poça de meu proprio sangue.
-Tenho ordens para não te matar aqui mesmo- Zenon se aproximou de mim e me chutou- Mas eu poderia lhe dar uma lição singela, eu sei que você aguenta muito mais que isso. Mas por hora é só... Agora eu tenho uma esmeralda para visitar.
Ele cuspiu em mim e desapareceu por entre as sombras da rua.
Me mantive parado por algum tempo esperando meu corpo se recuperar gradualmente, quando já podia respirar sem que minhas costelas doessem eu me levantei. Ouvi alguns ossos meus estalando, mas eu iria sobreviver e ainda faria pagar quem me deixou daquela forma.
Olhei para as sombras da rua e lembrei da época em que conseguia me transportar por elas. Talvez eu ainda podesse, mesmo depois de ter quebrado o contrato com o Mestre.
Eu iria tentar.
Fechei meus olhos me concetrei nas palavras que deveria dizer.
-Pelo poder a mim concedido, pelo senhor das trevas eu exijo que se abram para e me guiem por seus mundos até o meu destino desejado...- fechei meus olhos e sussurrei o nome que para mim era mais do que familiar- Ravnos.
Uma névoa negra começou a emergir do muro de tijolos vermelhos, se alargando e ficando mais espessa, até eu puder ver um buraco negro emitindo uma luz avermelhada em seu centro. Entrei nele tranquilamente e senti meu corpo se arrepiar, no mundo das Sombras as trevas e demônios reinavam em absoluto. Se transportar pelas sombras na verdade era atravessar portais que iam de lugares simples até outras dimensões e planos, mas claro que aquilo poderia matar e envolvia muito mais do que uma simples invocação.
Senti algo como se as particulas de meu corpo estivessem se agitando e se separando. De repente e então eu cai de joelhos num gramado.
Olhei para cima e vi a casa em estilo vitoriano a minha frente, eu tinha chegado na casa de Katlin.
Tudo estava muito silencioso, subi até a sacada de seu quarto e senti um alívio monstruoso ao vê-la deitada na cama. Ela se mexeu de repente e se levantou olhando para a sacada na minha direção, seu olhos verdes brilhavam como esmeraldas, na luz que iluminava parcialmente seu quarto. Ela se levantou da cama e veio até a sacada, abrindo suas portas e me abraçando de súbito.
-Pensei que fosse te perder- ela me apertou, então se afastou me encarando fixamente fazendo nossos olhos se encontrarem- Não me deixe nunca mais, mesmo que...
Mas do que ela estava falando? Talvez fosse algum pesadelo que ela tivesse tido.
Mas de repente seu corpo caiu inerte em meus braços, e eu a segurei com força.
Zenon a tinha atingido com alguma coisa que a fez desmaiar daquela forma. Ele me olhou surpreso, talvez pelo fato de eu ter chegado ali primeiro que ele.
Babaca.
É claro que aquele inútil deveria ter se perdido em meio a seus pensamentos torpes e ido para o lugar errado.
Mas dessa vez ele estava sozinho.
-Seu mestre o abandonou? Talvez ele esteja cansado de suas sarnas- sibilei.
-Quem você pensa que é? Você é tão sujo quanto eu, só que de formas diferentes- cuspiu- Será que sua protegida sabe do que é capaz de fazer? Do que foi capaz de fazer?
Naquele momento eu fiquei sem palavras, ela poderia até visto algum ruim do meu passado com Meneía, mas aquilo nem deve ter sido a ponta do icebergue do meu passado.
-Será que ela pediria para você não deixa-la se soubesse o que fez com sua própria família? Fora as outras pessoas inocentes, graças a sua psicopatia e ao interesse- seu sorriso aumentava na mesma proporção que meu ódio- Você é um bastardo ainda pior do que eu. Tudo o que fez é imperdoável, e sabe que o Conselho só não lhe mandou para o inferno ainda, por quê essa garota é preciosa para eles por enquanto.
Retirei a faca que eu mantinha presa a minha calça e corri para ele no momento em que este invocava mais um portal. No calor da corrida caímos os dois dentro do portal, depois de uma fraca resistência dele eu já o havia domado.
-Quero que diga o que o Conselho planeja para ela- forçei a lâmina da faca em sua jugular, cortando a sua pele.
-Não só com ela Rhett, com você também- ele riu- Você é o psicopata e eu o suicida.
-Não sou mais o psicopata que era antes, mas isso não significa que eu tenha me tornado bonzinho. Agora diga antes que eu arranque sua traqueia- forçei a adaga com mais força- Você sabe que não fugirá, estamos presos aqui e somente um de nós saíra, e com certeza não será você.
-Sabe estou cansado mesmo dessa merda. Já falhei em pegar a garota- ele riu seus olhos castanhos ficando sem foco de repente- Quando ela tiver Morgana, os cavalheiros de Platim virão para esse plano.
-Cavalheiros de Platim?- perguntei sem entender, nunca havia ouvido falar neles.
-Perguntem aos demônios ou ao Conselho- ele ficou sério de repente- Você não é nada importante Rhett... Acho que já estou indo, já posso ver meu Mestre, agora posso arder no...
Ele desapareceu numa nuvem de cinzas sob minhas mãos, antes que eu o fizesse sofrer. Me ergui.
Cavalheiros de Platim. Pensando bem aquilo não me era estranho. Voltei para o quarto de Katlin, e a vi olhando para mim com seus brilhando de exultação.
-Katlin, vo...
-Por favor, não. Quem era aquele homem e o que ele queria?- perguntou ácida.
E lá estava ela com toda a sua firmeza.
-Queria lhe levar para o Mestre dele- resondi.
-Mestre?- ela franziu as sobrancelhas escuras e bem desenhadas.
-Algum demonio pro qual ele tenha vendido a alma ou trabalhe- respondi.
Ela parecia um pouco chocada e eu lembrei que ela ainda não estava acostumada com esse mundo.
-Entendo- respondeu sem emoção.
Ela parecia tão exausta, como se estivesse lutado com um batalhão. Katlin sentou na cama e olhou para os próprios pés.
-Ela disse que estaria de volta em breve- disse- E que o nosso destino juntas finalmente se concretizaria. E-ela, ela não me deixa dizer.
Me ajoelhei em sua frente e segurei suas mãos pequenas e agora frias.
-Ela está drenando sua energia, eu sei que ela está em sua mente- e ela assentiu, e de repente começou a chorar.
-Eu não consigo pertencer a esse mundo- ela balançou a cabeça- Ainda mas sem saber o porquê de estar nele.
Ela parecia tão desolada.
-Antes eu até sabia. Mas agora não tenho mas certeza de nada. Não que eu confiasse no Conselho, mas eu nem sei mais no que acreditar- a puxei para mim, e ela veio fácil- Independente de quem esteja querendo fazer mal a você, eu não deixarei entendeu?
-Sim, mas e você?- seus olhos grandes me miraram.
-Eu estarei bem- ameaçei um sorriso.
-Eu ouvi o que aquele cara disse a você- ela segurou meu rosto com suas mãos- Você não é mais uma aberração, sei que se arrepende, por mais que não tenha aceitado isso em si mas, você não é aquele cara.
-Nem sei mas o que eu sou Madchën, só sei que estou aqui agora.
Ficamos abraçados por algum tempo até que ela se afastou de mim.
-Você esta muito machucado- ela pôs a mão em meu rosto-Você ouviu isso?
Eu tinha ouvido, aquele maldito estava ali novamente.
-Sim, é Adam- respondi- Sua mãe está em casa?
-Acho que sim.
-Então não posso sair, estou com sangue até os poros- levantei do chão.
Ela olhou para mim e aquiesceu.
Já tinha algum tempo desde que Katlin havia descido para ir falar com ele e eu já estava ficando furioso com aquilo. Olhei-me no espelho e vi que a minha camisa e a jaqueta eram o que estavam mais sujos de sangue, então sorri com a ideia que tive. Retirei a jaqueta e a camisa, lavei o rosto que havia sangue e não só o meu e desci as escadas.
Como já imaginava lá estava aquele lobo imbecil dando em cima dela novamente, senti meu sangue ferver, mas me controlei o máximo possível respirei fundo e fui até Katlin.
-Linn quando você irá subir?- a puxei pela cintura e ela ficou paralisada, senti sua respiração se alterar e o sangue correr mais rapidamente por suas veias a fazendo corar.
-Você a chamou de Linn?- Adam nos fitou incrédulos- E ainda estão juntos?
-Claro que sim, por que não estariamos?- sorri beijando o topo de sua cabeça.
-Só falta você me dizer que estão noivos e ela é uma de suas posses- ele disse.
-Na verdade sim, e ela está grávida- eu não sabia de onde aquilo tinha saido, mas estava me controlando o máximo para não rir da expressão dele.
-Adam é melhor você ir, e eu não estou grávida- ela olhou para mim- Seu babaca.
-O quê?- me fiz de desintendido. E ela revirou os olhos.
-Tudo bem- ele disse resignado.
Nós o acompanhamos até a porta, e eu acenei para ele sorrindo.
-Enviaremos convites do batizado- gritei- São gemeos.
Adam se virou furioso e machou até os portões frontais, fechei a porta e quando me virei senti meu sorriso murchar.
-Você por acaso é idiota?! Não esquece, você definitivamente é um imbecil que se faz de idiota- bradou.
-Querida, sua mãe deve estar dormindo não?- perguntei tentando acalmar a fera em minha frente.
-Não me chame de querida, e lembrei que minha mãe não esta em casa- ela foi para a cozinha- E provavelmente nem virá.
-Ah entendi- fui atrás dela- Então por que estava tão cedo na cama?
-Por que estou morrendo de cólica, isso responde sua pergunta?- ela respondeu na ofensiva, seus olhos furiosos.
-Wou, entendo homônios a flor da pele- ergui as mãos em sinal de paz- Perdoe-me por minha insolência Srtª. Wesh.
-Rhett pelo amor de Deus!- gritou- Fica quieto.
-Você quer algo?- perguntei.
-Minha D.T pra atirar em você- ela passou por mim me empurrando.
Ok, ela realmente estava furiosa, era exatamente nesse ponto que eu não entendia as mulheres, elas chegavam a ficar mais assustadoras do que eu.
Fui para a sala e liguei a tv de plasma eu adorava aquele aparelho enorme e maravilhoso, zapeei os canais atrás de algum filme e senti um movimento do outro lado, era ela sentando no sofá enrolada por cobertores.
-Está sentindo frio?- perguntei.
-Sim, estou com febre- resmungou com os braços cruzados.
-Já tomou algum remédio?
-Não, mal consigo respirar de tanta dor- ela olhava fixamente para a tv.
-Ok, eu procuro pra você- me levantei do sofá.
Depois de meia hora voltei para o sofá com uma bandeja com remédios, agua e chocolate quente e até arrisquei fazer algumas panquecas para ela. Quando entreguei a bandeja ela me olhou perplexa, e até sorriu.
-Obrigada- ela tomou os remédios e depois o chocolate com as panquecas.
O filme de terror agora mostrava alguns caras que tentavam salvar uma família que morava numa casa cheia de espiritos malignos.
O clichê de sempre.
Depois de algum tempo percebi que ela ainda tremia, então audaciosamente a puxei para meu colo e a prendi com minhas pernas, no inicio ela resistiu mas quando a envolvi com meus braços ela parou de tremer e se acalmou.
Senti meu corpo ficar tenso com o contato dela, seu corpo emanava um aroma doce que me deixava calmo e excitado.
Que cheiro seria aquele? Talvez, baunilha. Talvez não, certeza de que aquele cheiro delicado era de baunilha. Aquilo me fazia fazia salivar, eu queria morde-la.
Antes que pudesse me controlar, e estava deslizando minha lingua pela tez morena e delicada de seu pescoço. Ela ficou tensa, mas eu percebi que já estava dormindo.
Sorri.
Deslizei meus dedos por seus cabelo incrivelmente cacheado, e meu dedo ficou preso em uma daquelas molinhas escuras, ela estava quente então resolvi prender seu cabelo num coque.
Senti minhas presas se alongando lentamente, e uma ânsia de morde-la cresceu em mim, minha respiração se alterou e eu levei minha mão a boca.
Tinha algum tempo que eu não fazia aquilo mas, eu não poderia morde-la sem seu consentimento, pelo menos não ela. Finquei minhas presas na palma de minha mão bebendo o meu proprio sangue e controlando parcialmente monstro dentro de mim. As batidas de meu coração diminuíram o ritmo acelerado e eu me acalmei.
A olhei de soslaio e percebi que ela ainda ressonava serena, sob meu peito.
Voltei minha atenção para o filme, que já estava na parte em que uma garotinha se sacrificaria por toda a sua família, e aquilo me deixou tonto de repente.
Olhei para Katlin.
E percebi o quanto de carinho que eu sentia por aquela garota, àquilo me deixava atordoado e acima de tudo assustado, a ultima garota pela qual eu tinha sentido e admitido isso foi por minha irmã, mas não era somente isso. Afinal eu sentia uma vontade louca de empurra-la na parede e mostrar o quanto prazeroso era o mundo da volúpia.
Depois que o filme acabou, e a peguei em meus braços e a levei para o quarto. Quando a depositei na cama macia, ela me abraçou. Com muito esforço a desvencilhei de mim e a cobri com uma coberta, sua febre havia passado e agora estava até sorrindo.
Beijei seu rosto, e antes de abri um portal de sombras eu passei pela frente de um espelho enorme que havia em seu quarto, vi meu reflexo ali.
Aquele não era eu, eu não era bom, gentil, engraçado, carinhoso... Era um assassino impiedoso.
Mas aquele também não era mas eu.
Eu havia mudado, e nem me reconhecia mais...

ฯฯฯ

Quando cheguei em casa, fui até o quarto de Sacha e bati na porta. Quando a abriu ela me olhou dos pés a cabeça por cima de seus óculos e se encostou na porta.
-Você sabe que eu não gosto dessas coisas não é? Então nem venha me propor sexo- piscou.
-Ah Sacha, por favor, tenha paciência- revirei os olhos- Quando foi que eu propus sexo entre nós dois.
-Não sei, você pode estar sobre efeito de algo- deu de ombros- Você sabia que vampiros podem ficar sob efeitos das drogas humanas?
-Sei Sacha, por que acha que eu bebo?- arrqueei as sobrancelhas.
-Ah tudo bem- ela abriu a porta- Entra, mas se tocar em algo eu corto seu objeto. Entenda como quiser.
O quarto de Sacha parecia um museu de tantas obras de artes, estatuas gregas e esculturas estranhas e outras coisas metodicamente organizadas. O quarto dela era gigante.
-Você ficou com o maior quarto da casa- me senti indignado.
-Nem fique com essa cara- ela riu- Eu só fui a mais inteligente dos três. A proposito até quando os amigos de Cirius vão ficar por aqui?
-Depois de acabarmos com a ceita Virthai eles irão embora- me sentei numa poltrona feita de ursinhos.
-Por que esta com cheiro de baunilha?- perguntou com um sorrisoo malicioso se abrindo em seu rosto
-Você deve estar imaginando coisas- a empurrei para longe, quando ela se aproximou demais.
-Eu sei quem tem esse cheiro, não me diga que vocês...- ela estreitou os olhos.
-Não comece com suas insinuações, não aconteceu nada entre a gente- respirei fundo- Vamos para o assunto que eu vim tratar com você.
-Pode dizer. Fique a vontade, haja como se estivesse em sua casa.
-Tecnicamente eu estou em minha casa- soltei. Tentei me concentrar- Quero saber se você já ouviu falar dos Cavalheiros de Platim.
-Cavalheiros de Platim...- repetiu pensativa- Não que eu lembre. Mas eu irei pesquisar, sei que estará sem tempo essa semana. A proposito o que aconteceu com você? Por quê está sem camisa?
-Longa historia- respondi me direcionando para a porta- Tchau.
-Depois não quer que eu pense besteira- resmungou alto.
Fui para meu quarto tomei um banho rápido e fui para a biblioteca. Aquele horário ela já estava fechada, mas eu tinha a chave.
Assim que abri a porta e entrei dei de cara com Stella.
-Rhett- ela sorriu- Então veio finalmente visitar a mim e aos livros?
Seus olhos quase dourados brilhavam felizes em contraste com a bela pele negra, e seu cabelo de trancinhas.
-Como está o Mishito?- perguntei.
-Ele está triste pelo colégio- ela sorriu singela- E também pela garota que foi assassinada, que ele me disse que era um prodígio.
-Eu sinto muito.
-Sei disso- ela sorriu- Espero que peguem quem fez isso.
-Claro que sim. Mas eu não vim aqui resolver isso- eu disse e ela assumiu sua postura sabia costumeira- Quero saber se você conhece algo sobre os Cavalheiros de Platim?
-Cavalheiros de Platim?- seus olhos se arregalaram- Isso não é bom Rhett, nada bom...

Me joguei na cama grande e vazia e me deixei ser arrastado até as terras de sombras.

Abri meus olhos e percebi que estava numa especie de floresta coberta de branco, a neve caia lentamente mudando ainda mais a paisagem, o frio me deixava mais alerta.
Olhei para cima e me concentrei nas estrelas que resplandeciam no céu escuro. De repente um murmuro doce me tirou de meus pensamentos, alguém parecia cantar ao longe.
-Minha doce flor, com olhos de esmeralda, sua bela cor mais que me agrada.
Cheguei a parte da floresta que era uma pequena clareira com um pequeno rio congelado dividindo-a, havia uma garota com cabelos escuros e cacheados dançando e cantando num tom lamurioso.
Ela vestia um vestido branco e leve, que quando ela girava seu pequeno corpo fazendo o tecido do vestido se erguer. A neve caia ao seu redor deixando aquela imagem perfeita
-Eu lhe amo desde o dia em que a vi, pois meu coração eu entrego a ti...- ela parou e sorriu para mim.
Seus olhos verdes brilhavam intensamente, e havia um sorriso imenso e contagiante em seu rosto.
-Katlin- eu disse quase sem fôlego.
Ela nada disse só observou minha aproximação. Ela ergueu a mão pequena para mim e quando estava prestes a segurá-la ela caiu de joelhos com as mãos no peito. Seu vestido foi rapidamente manchado pelo sangue que brotava da ferida aberta no centro de seu peito. Mesmo naquele estado ela olhou para mim e sorriu.
Seu corpo agora jazia aos meus pés, e eu simplesmente não conseguia me mover só observá-la daquela forma. De repente uma figura idêntica a mim saiu do meio das sombras com uma adaga nas mãos, a mesma que tínhamos feito o nosso pacto de união.
-Você não pode fugir de mim- ele sorriu deslizando a lâmina ensanguentada da adaga por sua língua saboreando o sangue- E eu sou você. Afaste-se dela antes que eu começe a agir.

Dagger of BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora