Capítulo 2 - Instantaneamente anestesiado.

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Era bem cedo e Benjamin já esta de pé, nem precisou ser acordado aos berros da mãe para ir ao colégio. Quando Jasmine e Presley desceram para tomar café da manhã e irem trabalhar, lá estava Benjamin, bem humorado, sentindo-se mais leve e aliviado.

- UAU! Olha só quem já está acordado, nem precisei berrar hoje. - Jasmine diz ao seu filho.

- O que tem demais nisso? Apenas consegui acordar no horário hoje. Apenas. - Benjamin retruca.

Como de costume, Presley e Benjamin não trocam nem ao menos um "Bom Dia". Os dois preferem não se falar, porque sempre que um menciona algo ao outro, surgem discussões desnecessárias.

- E aí, filho, tudo bem com você? Jasmine pergunta, com receio de ganhar um silêncio como resposta.

- É, me sinto bem mais leve do que nos dias anteriores. Parece que tirei metade do mundo das minhas costas. - Benjamin responde, com tom de sinceridade.

- Ah, tá! Como se você passasse por inúmeras dificuldades diariamente, não é mesmo?!

- Mãe! Não começa, por favor! - Benjamin a responde com suavidade, tentando manter o clima estável entre eles, algo meio difícil de ocorrer ultimamente naquela casa.

Benjamin termina seu café da manhã, pega sua mochila e vai para a escola, sem falar mais nada. Presley olha para Jasmine e diz:

- Acho que você dar um pouco mais de atenção ao garoto. Gosto de ver o ambiente desta casa desse jeito, bem calmo, sem brigas desnecessárias.

- Dê você atenção a ele. Tenho mais o que fazer! Já chego em casa com a cabeça cheia do trabalho, e ele não é mais nenhum garotinho, já tem quase 17 anos, isso tudo é birra de adolescente. - Jasmine retruca.

- Tudo bem! É você quem sabe, o filho é seu. Ele não simpatiza comigo, mas independente disso, somos uma família, e família tem que se dar bem.

- Não me enche a paciência agora, amor, por favor! - Jasmine pede.

- Estou indo para o trabalho, e você vê se curte a sua folga, está bem? Beijos e bom dia!

- Pode deixar, bom dia, beijos! Presley responde.

Jasmine é vendedora de uma loja de vestidos de noivas caríssimos, localizada no grande centro de Chicago. Já Presley, era engenheiro em uma empresa bem conhecida de peças de automóveis. A vida deles, no momento, está bem estável, os dois ganhando bem em seus respectivos trabalhos, tudo está nos conformes. Mas mesmo assim, Benjamin não se importa com toda a mordomia que agora tem, antigamente, quando morava com seus avós, sua vida era bastante humilde, mas o pouco que seus avós o davam, se tornava muito, porque era dado com muito amor, e Benjamin é muito grato por tudo que fizeram por ele. E ele trocaria toda essa mordomia e estresse de cidade grande pela vida humilde na pacata cidade e os seus avós de volta.

Benjamin tinha exatos 12 anos quando seus avós morreram num grave acidente de trânsito. A morte deles conturbou bastante a vida de Benjamin a partir dali. O garoto tímido e solitário da pequena Columbus, foi obrigado a ir morar com sua mãe e seu padrasto na grande Chicago.

Benjamin chega ao colégio, e encontra Thomas sentado, o esperando:

- E aí, cara, está melhor? - Thomas pergunta.

- Estou sim, amigão. E quero lhe agradecer por ter me ouvido desabafar ontem. Hoje me sinto bem melhor. Estou instantaneamente anestesiado.

- Que nada, cara, não foi nada. É para isso que servem os amigos, não é mesmo?!

- Concordo! Agora vamos, o portão já está fechando e eu não quero chegar atrasado mesmo chegando cedo na aula. - Benjamin responde em tom de brincadeira para o seu amigo.




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