Vivendo de Sonhos.

Capítulo 7 - Um pouco mais amigável.

Depois que Thomas foi embora, Benjamin resolveu ligar a TV e assistir alguma coisa, mas logo desistiu, não tinha nada de bom passando. Olhou fixamente para o teto e viu o tédio começar a lhe consumir de pouco a pouco. A cada minuto passado, o tédio lhe consumia mais e mais, e ele sentia-se cada vez mais inquieto, impaciente e irritado.

- Droga, tenho que arrumar algo para fazer, já me informei bastante sobre NASA, astronomia e astronautas hoje, não tem mais o que pesquisar. Por hoje já deu. - Benjamin resmunga.

Benjamin tentou dar um cochilo, mas sem sucesso, virava de um lado para o outro da cama e nada do bendito sono chegar. Ele ficou impaciente e resolveu sair do quarto e perambular pelo resto da casa para ver se achava algo útil a se fazer... também sem sucesso. E quando estava igual uma barata tonta andando de um lado para o outro, seu padrasto, Presley, aparece:

- Parece que alguém está impaciente, não é mesmo?

- Esse tédio está me matando, não aguento. - Benjamin responde.

- Sei como é, fins de semana são sempre chatos. Um tédio total! Por que não dá uma saída? Ver os amigos, encontrar alguma garota, sei lá. Tenta se ocupar com alguma coisa.

- Sabe quando você não suporta mais o tédio, mas ao mesmo tempo quer permanecer em casa sem fazer nada? Então, estou com essa sensação esquisita aí. Enfim, mudando de assunto, e aquele seu amigo lá que trabalha na NASA... Você ainda tem contato com ele? - Benjamin pergunta, todo curioso.

- Tenho sim! Mas a última vez que falei com ele já tem algumas semanas, Por que?

- Nada não, só curiosidade...

- Certeza? Olha, se estiver precisando de alguma coisa, é só falar comigo, tudo bem?

Benjamin para, e fica se imaginando um dia poder conseguir nem que seja fazer apenas uma visita à NASA, e conhecer pessoas influentes que possam, talvez, o ajudar a realizar seu sonho...

- Benjamin? Está tudo bem? - Presley o cutuca.

- Quê? Ah! Tá tudo bem sim... Acabei pensando demais aqui e viajei na maionese.

- É, eu percebi. -Presley solta uma gargalhada.

Benjamin para novamente e decide contar sobre seu sonho para seu o padrasto. Essa é a segunda vez no mesmo dia em que eles conseguem manter um diálogo promissor.

- É sério isso? Caramba, Benjamin, que fantástico! Se você quiser, eu posso conversar com esse meu amigo e ver o que ele pode fazer... Sei lá, lhe dar algumas informações, dar algumas dicas, e quem sabe lhe apresentar pessoas influentes que possam levar você até às instalações da NASA. E aí, o que acha? É uma boa ideia? Posso ligar para ele amanhã mesmo.

- Sério que você faria isso por mim? - Benjamin pergunta, surpreso.

- Mas é claro, por que eu não faria? Você é filho da minha esposa, podemos ter começado com o pé esquerdo, por isso a nossa convivência esteve um pouco conturbada, mas podemos reverter essa situação. Eu estou totalmente disposto a mudar isso, podemos ser grandes amigos.

- Verdade, eu concordo! Então, com certeza você pode ligar para o seu amigo, estarei esperando ansiosamente pela resposta. Nem vou conseguir dormir direito. - Benjamin fica eufórico.

- Tudo bem, farei isso amanhã cedo. Mas essa ligação é apenas uma tentativa, está bem? Não vou lhe prometer nada, mas tentar é preciso. Extremamente preciso.

- Está bem, sem problemas. Já estou ciente das possibilidades, tanto positivas quanto negativas. Mas independente disso, muito obrigado por estar tentando me ajudar. E vou lhe ser sincero, você era a última pessoa que eu iria recorrer a alguma ajuda, antes de termos essa conversa. Sempre achei que a gente nunca iria trocar uma palavra sem precisar de discussões. Muito obrigado! - Benjamin aperta a mão de Presley, e o mesmo lhe puxa e lhe dar um abraço.

Benjamin estava extasiado de tanta felicidade. Ele sabia que aquele telefonema era o início de muitas coisas boas que estavam por vir. A felicidade era tanta que ele nem conseguiu dormir, ficou a madrugada inteira preso a seus pensamentos e rezando para que tudo desse certo.