Capítulo II: A Casa

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    Faltando apenas alguns minutos para chegarem a casa, que ficava no topo da montanha, coberta por uma floresta, com um tom meio sombrio, Lee já estava no seu limite, não conseguia mais manter a concentração na subida. Lara, gentilmente, pediu para assumir a direção enquanto Margot estava preocupada com o sinal do celular - mas não era uma preocupação normal de não usar o telefone, parecia que iria perder uma ligação importante -  enquanto Lucas e Antony dormiam de roncar. Lara então trocou com Lee, que ficou no banco do carona onde ela estava.

- Obrigado por trocar de lugar comigo, ou melhor, por dirigir no meu lugar.

- Que isso Lee, você sabe que eu gosto muito de você e... - travou ela com um olhar meio envergonhado.

- Lara, já falamos sobre isso. Somos amigos há anos. Por que falar de um assunto que quase nos afastou? - disse Lee colocando a mão no ombro de Lara.

- Ooooou, não quero ficar de vela com vocês aí e duas britadeiras ligadas aqui atrás - resmungou Margot.

    Seguindo a estrada, finalmente, chegaram ao seu destino. Durante todo o percurso, talvez por falta de atenção, não perceberam que a estrada que dava acesso a casa de montanha estava mais escura, isso porque estava sem luz, e a iluminação da estrada, é controlada na casa.

- Ahhhh - faz Lucas espreguiçando-se.

- Caramba, ainda estou com fome! Já chegamos? - falou Antony.

- Já e com um problema: estamos sem luz na casa pelo visto. - diz Lee levantando a sobrancelha.

- Ai que ótimo: sem celular e sem energia! - reclama Margot.

    Lee, Lara, Antony e Lucas caminham para a casa já com algumas malas que tiraram do carro e algumas lanternas bem fortes que pegaram quando saíram da cidade. Margot, com seu jeito estranho, ficou para trás na tentativa de ver se o celular pegava.

- Ele só pode tá tentando me enrolar!! - sussurrou ela.

- Lacraia!! Opaaaa, Margot, veeeem! - berra Lara tirando altas gargalhadas dos meninos.

    Agora com todos os amigos juntos, Lee tira as chaves do bolso para abrir a porta da frente da casa, que era feita de uma madeira envernizada com vidros nas laterais. Ao entrar, Lee e seus amigos se deparam com a casa toda escura, assim confirmando o que Lee havia falado sobre a casa estar sem luz.

- Lee, há algum lugar na casa que possamos conferir para ver se o painel de eletricidade está desligado? - perguntou Lara.

- Sim, lá no porão! - exclamou ele.

    Lee, então, pediu para que todos pegassem suas lanternas e colocassem suas malas nos quartos. As meninas ficariam em um quarto e os meninos em outro. Ao descer para o porão, Lee encontra o painel de luz que misteriosamente estava desligado.

- Que estranho! Não me recordo que da última vez que nós estivemos aqui tínhamos desligado a fase - pensa ele fazendo a mesma cara de quando não entendia as matérias de Cálculo II.

    No mesmo instante, Lee liga o painel e escuta vindo do andar de cima, seus amigos comemorando pela luz voltar a funcionar. Ao fechar a tampa da fase, Lee vira rapidamente para as escadas e se depara com Margot.

- MEU DEUS!! Que susto Margot! Caramba - diz ele ofegante.

- Desculpa, mas estava preocupada pela falta de luz. Não esperava por isso - diz ela.

- Por que não esperava por isso? - perguntou ele com a sobrancelha levantada expressando dúvida.

- Ehh..Não......nada! Ehh, só medo mesmo de ficar no escuro - gagueja ela.

    Depois do susto, Lee apaga as luzes do porão e sobre para o pavimento principal da casa, agora com luz, com Margot ao seu lado.

A casa era bem grande. Havia uma sala onde ficava a televisão com um aparelho de DVD e outro de videocassete, uma mesinha de madeira ao centro, um sofá cor de madeira que cabiam bem umas 5 pessoas, uma luminária com ganchos no teto aonde colocavam-se as velas e um tapete redondo que cobria quase toda a sala. A cozinha era toda de madeira, menos a porta que dava acesso aos fundos da casa que era uma longa vidraça bem grossa. A mesa da cozinha era linda, com uma fruteira ao centro e alguns cristais com flores murchas dentro. Havia um banheiro também bem pequeno no pavimento onde ficavam a sala e a cozinha. No piso superior, estavam os quartos. Para acessa-los, era necessário subir as escadas que ficavam na sala. O corredor dos quartos era bem longo. Ao fundo de cada extremidade do corredor, janelas que frequentemente ficavam abertas para a circulação de vento. Eram 4 quartos: o dos pais de Lee, o de Lee e outros 2 para visitas. Como Lee estava entre amigos, resolveu também juntar-se aos amigos no quarto onde os meninos iriam ficar. Quando Lara descobriu que iria dormir junto com Margot, ficou extremamente chateada.

- Poxa Lee, eu sei que a casa é sua, mas nossa, tinha que me colocar para dormir com ela? - sussurrou Lara que mesmo assim, não impediu Margot de ouvir.

- Olha, os meninos e eu vamos dormir no mesmo quarto, mas caso queira, pode dormir no meu - conclui Lee.

- Bem, não vou recusar. Pelo menos assim, talvez vá poder dormir bem, mesmo tendo que respirar o mesmo ar que essa Margot.

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