A Floresta da Morte

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A coluna de fogo diminuía aos poucos e correndo o mais rápido que conseguiam estavam Hakon, Emma e o gatuno Callum. Foram se aproximando até que viram uma mansão em chamas roxas, os irmãos Naka não poderiam fazer nada, a casa estava despencando aos poucos.

- Saiam da frente. Disse Callum empurrando os dois.

Sacando a espada do pano, correndo em direção a uma carrocha e a usando como trampolim, pulou e desferiu um golpe no ar, bem em frente a casa em chamas. Hakon achou que ele estava maluco, como um golpe de espada poderia causar alguma coisa a chamas mágicas. Assim que Callum alcançou o chão, o fluxo de fogo presente no meio da casa simplesmente apagou.

Emma deu um passo a frente e não acreditou como aquilo seria possível, apenas com um golpe de espada, bem parecido quando Ira extinguiu as chamas com apenas um movimento de mãos. Callum então correu em direção a porta e quando fez menção de arromba-la, um turbilhão roxo explodiu exatamente onde estava.

Hakon não desejaria um fim daqueles a ninguém, nem mesmo para aquele ladrão metido. Então o turbilhão de chamas rumou para outra direção e Emma apontou com a mão, de algum jeito Callum desviou das chamas e continuava a desviar, ele era um lutador com reflexos excepcionais, desviava do fogo e desferia golpes que diminuíam as chamas gradativamente.

Era possível a vitória, com um mortal para frente desferindo o último golpe, o turbilhão desapareceu. A casa já não queimava tanto.

- Admito que esse mago é forte, mas não o suficiente para a minha espada mágica. Disse Callum.

- Espada mágica? Perguntou Hakon. Lembrou que existiam histórias antigas quando Madriac ainda era uma pequena vila no continente caótico de Erim e vivia em guerra com os povos vizinhos. Certa vez tiveram um conflito contra uma vila que os guerreiros utilizavam armas implacáveis, arcos que disparavam flechas de luz, espadas que cortavam coisas a metros de distância e machados que causavam terremotos. Madriac venceu a batalha tomando as armas como tesouro real do exército.

Hakon nunca achou essa história mentira, sabendo que existiam magos por aí, seria mais possível ainda existirem armas mágicas. Aquele garoto aparentemente tinha uma espada poderosa com o brasão da família Stonewall.

Emma e Hakon se aproximaram de Callum que pela primeira vez parecia cansado, respirava com dificuldade e mesmo assim mantinha o sorriso metido. Escutaram então uma risada escandalosa vindo do topo da casa, mesmo com a luz do luar era difícil enxergar.

- Você é um menino habilidoso. Disse o homem no topo da casa.

Como uma explosão a casa simplesmente desapareceu em chamas roxas que iam até o céu. Em questão de alguns segundos a labareda se extinguiu e para a surpresa de todos, não havia sobrado nenhum vestígio da mansão. A noite se tornou silenciosa e o medo se instalou, onde estaria o mago agora? Ele poderia facilmente elimina-los a qualquer momento.

Passados alguns minutos nada aconteceu, o mago mais uma vez tinha desaparecido, era um dia de derrota, decidiram partir.

- Ladrãozinho, para onde vai? Perguntou Hakon.

- Não te interessa. Respondeu Callum andando com dificuldades.

Foram então em direções opostas, assim que atravessaram as portas do castelo e receberam olhares curiosos dos soldados que faziam guarda, rumaram direto para a ala da família Naka.

- Fomos totalmente derrotados hoje, Hakon. Não tivemos chances nem com o gatuno, muito menos com o mago.

- Eu sei, mana. Se o gatuno que achávamos forte foi feito de bobo daquele jeito, imagine se travássemos uma luta com o mago.

Ira Stonewall  - A Herança de MadriacOnde histórias criam vida. Descubra agora