O desapego territorial

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O dia já ameaçava amanhecer no horizonte de Madriac, nas ruas apenas o mercadores arrumando suas barracas e produtos, uma névoa cobria a todos e Ira sentiu frio com as roupas de serviçal. A carroça agora já havia atravessado a cidade e se dirigia ao portão final, os guardas já nos olhavam de longe.

- Descansar, homens. Disse com autoridade Emma.

-Senhora! Repetiram eles.

Até onde Ira conseguia enxergar, existiam 14 guardas na área do portão. O portão era de madeira, porém, incrivelmente grosso, era alto ao ponto de tampar o sol naquela área e na base superior do portão, mais guardas em guaritas. Do lado de dentro existia uma cabana que ficava do lado do suporte que abria o portão. Ira não conseguia tirar os olhos daquilo. Hakon então pediu para que abrissem os portões e o soldado que parecia responsável se aproximou da carroça com olhar envergonhado.

- Senhor, preciso da autorização para liberar passagem. Disse o soldado.

- É uma missão especial para o General Ogham, soldado. Preciso partir de imediato. Respondeu Hakon.

- Tudo bem,senhor. Mas sabe quais as regras do portão, preciso da autorização. 

- Soldado, eu entendo, mas são ordens diretas do General Ogham e tenho certeza que se eu voltar ao castelo para pegar uma autorização, ele vai querer saber quem atrasou a missão de extrema importância.

O soldado então assentiu e recuou ate outros soldados onde cochicharam algo um com o outro, alguns saíram da roda e foram em direção a alavanca que abria o portão, Ira não acreditou que iria funcionar, saindo do portão, Madriac não poderia mais segura-los.

- Hmmm, onde vocês pensam que vão, bebês ? Disse uma voz no topo do portão, um vulto negro.

Ninguém respondeu, os soldados que iam até a alavanca pararam e olharam de volta ao vulto. O vulto então saltou. Um salto daquela altura renderia alguns ossos quebrados e uma chance grande de morrer em consequência do impacto. Hakon, Emma e Ira não esperavam e isso fez com que ficassem estáticos.

Com um estrondo e fazendo subir fumaça, finalmente puderam reconhecer o vulto negro, era Septimo, um dos integrantes dos DECEM, a força de elite de Madriac. Os portadores de armas mágicas. Hakon e Emma congelaram e isso fez com que Septimo viesse rindo em direção a carroça, andando de forma despreocupada e sua espada na bainha.

- Acha mesmo que deixaríamos a princesa sair assim ? Irmãos Naka, depois de entenderem da chance que nós demos, vocês se jogam de novo nessa loucura ? Sinto dizer que acaba aqui essa historinha. Disse Septimo do lado da carroça erguendo o braço para segurar Ira que tentou se afastar, mas os braços musculosos e compridos chegavam sem dificuldade.

Septimo agarrou o braço de Ira e a puxou, Ira protestou e quando foi invocar as chamas para se proteger, Septimo foi arremessado contra o portão com uma força esmagadora e o barulho de ossos quebrando foi perceptível. Ira sem reação olhou para a direita e viu Bobo com o braço estendido e com determinação nos olhos.

- Não se machuca uma dama. Disse Bobo.

Os soldados sem reação só conseguiam olhar de Septimo para Bobo até que um deles tocou um alarme, um instrumento de sopro e o barulho ensurdecedor preencheu os ouvidos de todos.

- Rápido , temos que ir agora! Disse Hakon.

- Por que veio aqui, Bobo ? Agora eles vão te perseguir. Questionou Ira preocupada.

- Não se preocupe, eu vou ficar bem. Vocês esqueceram suas bolsas de suprimentos, vim trazer. 

- Obrigado Bobo! Disse Ira admirada.

Ira Stonewall  - A Herança de MadriacOnde histórias criam vida. Descubra agora