Dia de caça

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O fato de estar a noite não diminuía a animação de seus cidadãos, a rua principal era larga o suficiente para 3 carruagens passarem com folga, de cada lado da rua existiam casas de até 3 andares e funcionavam como comércio, a frente dessas casas existiam barracas que vendiam de tudo, desde roupas a comidas. Mesmo que a rua principal fosse larga, o grande número de pessoas tornava o trânsito complicado, Ira lembrou imediatamente do centro do Rio de Janeiro, especificamente a Uruguaiana, um local enorme onde se vendia de tudo, desde eletrônicos a roupas falsificadas. Quando Ira era muito pequena e seu pai precisava comprar algo, ele sempre comprava algum jogo novo para ela, momentos muito bons. Hakon e Emma foram vender os cavalos, Ira e Galahad os responsáveis por achar a estadia daquela noite, o ponto de encontro era a praça central de Uruk, onde aconteceria um festival qualquer.

Ira perguntou para alguns vendedores lugares bons para se alojar e depois de uma pesquisa chegaram a Taverna Esperança, um sobrado de dois andares duas ruas da rua principal, o preço condizia com o que Hakon havia pedido, Galahad subiu para os quartos enquanto Ira finalizava o acordo com o homem responsável. Depois de subir, viu que Galahad havia separado uma blusa de algodão cor de areia e uma calça marrom de apertar, disse que tomaria um banho e que encontraria com ela logo depois. Ira decidiu reunir as suas coisas e também separar a roupa que usaria, enquanto estava em Callune, lavou a roupa que saiu de Madriac, uma roupa de servente de castelo, que mesmo assim parecia de luxo perto das pessoas que frequentavam a cidade de Uruk. Após trancar os dois quartos contratados, foi para um dos banheiros e descobriu que tinha alguns baldes de água quente esperando por ela, tomou um banho relaxante e depois de esfregar muito a sua pele, percebeu que não estava tão bronzeada mesmo, era em grande parte sujeira da estrada. 

Trajando sua roupa de serviçal, foi até a recepção e pediu uma tesoura, fez algumas modificações para deixar a roupa mais comum e foi esperar Galahad na entrada como haviam combinado. Depois de alguns minutos ele apareceu, finalmente limpo e ambos foram andando olhando as lojas e barracas até o centro da cidade, que levaria menos de 15 minutos andando. As pessoas pareciam felizes, o comércio na rua parecia movimentado com diversas negociações, Ira pode ver pessoas jogando jogos que nunca havia visto, Galahad toda hora ficava para trás ficando vidrado com alguma coisa e obrigando Ira a puxa-lo pelo braço. Madriac era um reino gigantesco, mas tinha sua própria cultura, era um povo mais fechado, não era fácil passar pelos portões sem alguma intenção, só comerciantes poderiam passar com certa facilidade e mesmo assim era necessário realizar um cadastro, o que fazia de Madriac uma nação reclusa aos seus moradores. Uruk tinha tudo diferente, tochas e mais tochas por todos os lugares transformavam aquela cidade em um grande espetáculo.

Chegando perto do centro, Ira avistou uma estátua enorme no centro dela, a maior que ela já havia visto e era um homem pequeno montado em um dragão, tudo parecia ser mármore, mas Ira não sabia dizer com precisão, aquela figura a intrigava de uma maneira. 

- É Volgan, lembra? Perguntou Galahad parando ao lado de Ira.

- Volgan, o Pequenino. Lembro sim.

- Cuidado, se alguém escuta isso, podem te fazer mal. Volgan é considerado o libertador para o nosso mundo, zombar dele é uma blasfêmia.

- Desculpa, não era minha intenção, quando eu disse pequenino, estava falando de você. Brincou Ira.

- Paraaa. Disse Galahad morrendo de rir.

- Não acredito que vocês tomaram banho, EU PRECISO ! Disse Emma aparecendo logo atrás deles.

- Um banho quente, só para dizer mesmo. Rebateu Ira.

- Banho quente? Que isso? É de comer ? Perguntou Hakon ainda sujo de fuligem.

- Estamos perto da rua principal, pegamos dois quartos e já deixamos algumas roupas e tecidos lá para lavar, querem ir para resolverem logo ? Perguntou Ira.

Ira Stonewall  - A Herança de MadriacOnde histórias criam vida. Descubra agora