RFB 13:12 DA TARDE 10/11/2028
John tinha acabado de comer o almoço que uma enfermeira havia trazido para ele. Ele não era fã daquele prato, mas o sabor da comida era o menos importante no momento, pois dez minutos depois ele foi até onde sua mãe estava para ver como ela estava. Ela dormia como uma criança, John pensava que pelo menos ela não estava sofrendo, e não sabia do que havia acontecido com o pai de John. Quando John lembrava de seu pai ele sentia vontade de chorar e ficar sozinho para sempre, mas ele sabia que não podia fazer isso, pela sua mãe.
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RFB 13:02 DA TARDE 10/11/2028
Ric estava sentindo uma grande dor de cabeça, mas isso não impediu ele de acordar. Ele abriu os olhos com esforço e viu um teto branco, mesmo sem forças ele conseguiu olhar em volta e ver que estava em um hospital, ele viu um relógio na parede e um calendário atrás da porta, além de uma tv fina na parede, não havia passado nem um dia inteiro desde a última vez em que ele estava acordado, ele não tinha percebido ainda, mas uma mulher fardada, claramente um soldado, estava em pé na frente da cama olhando para ele. Ric não estava entendendo, parecia um hospital grande, nada parecido com os hospitais que ele ia.
- O-onde eu estou? - Perguntou Ric a mulher na sua frente.
- Em um Hospital - Disse ela, como se não fosse óbvio - Em Vitória, você tem sorte menino, se eu não tivesse ido até onde aquele helicóptero caiu, não estaríamos tendo essa conversa.
Ric não acreditava em sorte.
- Você me salvou? - Ric achou estranho considerando que os países dos dois estavam em guerra - Mas eu nem sou daqui.
- Pode não ser, mas isso não muda nada, você e todas as outras pessoas não tem nada haver com esse conflito inútil.
Ric pensou por uns segundos e finalmente disse.
- Obrigado - Agradeceu Ric, e a mulher assentiu - E os outros que estavam comigo?
Ela não respondeu, o que era suficiente para se poder entender, Ric abaixou a cabeça por um minuto, tentando processar tudo isso. Todos naquele ônibus, eram no mínimo 50 pessoas lá dentro, e apenas ele sobreviveu, a tristeza diminuiu um louco quando lembrou que Luís não estava naquele ônibus, talvez ele esteja bem, ele pode estar procurando Ric agora mesmo, com sua mãe. Sua mãe! Quando ele lembrou disso ele se preocupou novamente.
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RFB 14:00 DA TARDE 10/11/2028
John estava voltando para seu quarto, ele ja havia gravado o caminho, e o doutor havia permitido a ele sair para ver sua mãe sempre que quisesse, ele estava chegando no elevador quando uma mulher do exército saiu de um quarto a sua direita, ele achou incomum, ele olhou pela janela do quarto e viu o garoto de antes, agora com roupas limpas, ele parecia inteiro. John olhou envolta, o corredor agora estava vazio, então ele decidiu abrir a porta e falar com o garoto.
- Ei, você está bem? - Disse John entrando no quarto.
O garoto pareceu se assustar por um segundo.
- Estou bem - Ele respondeu com um olhar confuso - Quem é você?
- John, eu vi quando você chegou aqui - Disse John - Qual seu nome?
O menino parecia estar avaliando-lhe com o olhar.
- Ric - Disse ele estendendo a mão.
Eles se cumprimentaram.
- O que aconteceu com você? Você não é daqui.
Ric explicou tudo que aconteceu.
- Nossa, eu sinto muito - Falou John.
- Obrigado - Respondeu Ric com um sorriso torto.
- Tenho que ir agora, espero que melhore.
John se despediu e saiu pensando que talvez os dois poderiam ser amigos. Ele desceu no elevador até o andar de seu quarto, e quando a porta se abriu ele se deparou com uma cena aterrorizante: Três homens mascarados faziam as pessoas de reféns enquanto outros dois passavam nos quartos roubando tudo de valor das pessoas que estavam lá, ninguém notou ele, apenas o Dr. Pereira, que arregalou os olhos quando o viu e cochichou algo: "Chame a polícia". John achou isso muito óbvio, mas não era o melhor momento para fazer piadas, pois no mesmo momento um homem mascarado o viu e gritou para seus comparsas, John no mesmo momento apertou o botão do elevador que se fechou. Ele pegou seu celular no bolso e ligou para a polícia. Ele estava muito nervoso, e não conseguia entender como cinco homens armados até os dentes conseguiram entrar lá e subir 3 andares sem chamar atenção de ninguém.
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RFB 14:27 DA TARDE 10/11/2028
Ric até achou aquele garoto legal, mas ele estava preocupado com sua mãe, a soldado disse que assim que ele se recuperasse, seria providenciado um transporte para casa. Ele não podia imaginar que estava naquele país, ele tinha ouvido rumores sobre o Brasil, de que as cidades de lá tinham grandes prédios com alta tecnologia, ele não acreditava nessas coisas, mas olhando pela janela, a vista era espantosa, a cidade era iluminada e barulhenta, ele também nunca havia visto uma TV com uma tela tão fina quanto aquela, ele chegou perto para olhar, ele passou a mão embaixo da tela e quase morreu do coração com a TV ligando, ele deu um pulo e ficou assustado por um segundo, mas depois riu de si mesmo por se assustar assim. Depois de um tempo daquele garoto ter ido embora, Ric ouviu umas sirenes passando a toda velocidade lá fora, mas ignorou, ele decidiu descansar um pouco. Ric estava quase cochilando novamente quado ouviu um estrondo grave alguns andares abaixo, ele levantou da cama meio sem saber o que fazer, então ele viu o garoto que ele tinha acabado de conhecer abrir a porta do quarto dele correndo.
- Precisamos sair daqui! - Disse John puxando Ric pela manga da camisa com seu braço bom.
Ele seguiu John pelos corredores.
- O que foi?! - Ele estava mais assustado com isso do que com a TV - O que está acontecendo?
- Eu explico depois - Disse John entrando em um quarto onde tinha uma mulher deitada em uma cama, ela era muito parecida com o garoto e Ric assumiu que deveria ser a mãe dele. Eles entraram no quarto e John trancou a porta com uma cadeira e fechou a cortina da janela.
- O que está acontecendo?! Me fala! - Ric já estava assumidamente desesperado.
- Tem bandidos no prédio, fizeram reféns - Disse John tentando manter a calma - Eu chamei a polícia, mas eles estão fugindo para os andares de cima.
Ele olhou para Ric por um segundo e então falou algo que fez Ric arrepiar.
- Eles estão executando todos.
Nos próximo capítulo de "Guerra Civil"
- Ok - Disse Ric nada confiante - E agora, qual o plano?
- Nós defendemos esse lugar - Disse John pegando um instrumento afiado da mesa de cirurgia.
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Gerra Civil
ActionA guerra civil no Brasil já dura mais de dez anos e os outros países americanos se preparam para o pior, mas a guerra está longe de acabar. Dois garotos de realidades distintas podem mudar o rumo da guerra?