RSSA 7:03 DA MANHÃ 09/11/2028
Ric estava de certa forma frustrado por não ter aula novamente, pelo menos ele poderia relaxar jogando futebol com os amigos como sempre faz, mas aquele dia foi diferente.
- Mais um dia sem aula... - disse uma voz no banco atrás de Ric - Estou ficando cheio disso.
Era Gustavo, um menino de uns 16 anos, com cabelo liso e pele morena, ele claramente tinha descendência indígena. Ric não falava muito com ele, mas ele era uma boa pessoa.
- Eu também - Disse Ric com um sorriso torto - Parece que isso nunca vai acabar. -
Gustavo fez que sim com a cabeça e voltou a olhar para fora. Ric viu que eles estavam a uns minutos da área urbanizada finalmente, ele estava enjoado de ver pastos para todos os lados. Ele estava meio perdido em pensamentos quando ele ouviu uma sirene muito alta e viu pelo menos uns 25 veículos militares na frente do ônibus vindo em uma velocidade considerável.
- SE ABAIXEM! - Gritou o cobrador enquanto se jogava no chão pra se proteger.
Ric não estava entendendo o que estava acontecendo, só conseguiu ver um dos veículos militares explodir em chamas antes dele se abaixar.
A única coisa que ele ouvia era o som de tiros de metralhadoras e canhões, o medo das pessoas no ônibus, que não desacelerava nem por meio segundo, mas uma coisa fez ele parar: uma bola de fogo caindo do céu explodiu na frente do ônibus.
Ric tinha a mania de se sentar sempre nos últimos bancos do ônibus, Luis dizia que era uma mania sem sentido, mas naquele dia, ela salvou sua vida.
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RFB 00:12 DA NOITE 10/11/2028
John estava destruído, de todas as formas. Depois de ficar uma hora chorando sem acreditar no que ouviu, o médico permitiu que ele fosse ver sua mãe. Eles subiram uns 3 andares e quando a porta do elevador se abriu John se viu em mais um labirinto de corredores tão limpos que ele chegava a ficar tonto, ele seguiu o doutor pelos corredores cheios de enfermeiras passando correndo e famílias que esperavam algum parente que poderia estar nas mesmas condições de sua mãe, ou piores, havia muito sofrimento naquele lugar. Eles chegaram a uma porta de uma sala sem janela para o corredor.
- Chegamos - Disse o doutor abrindo a porta.
John entrou rapidamente e viu um jovem de jaleco mexendo em uns aparelhos e tomando notas em uma prancheta de plástico.
- Ela está estável, doutor - Disse o jovem que deveria ter seus 22 anos de idade.
- Obrigado Lucas, pode nos dar licença? - Disse o doutor.
O jovem fez que sim com a cabeça e saiu. Antes dele passar pela porta, John já estava do lado da cama de sua mãe, ela parecia tão calma, como se nada de ruim importasse no momento. John queria chorar, mas já tinha chorado tanto, que se segurou para manter a mínima compostura, o que não fazia sentido já que o doutor já deveria estar acostumado a ver pessoas entrando em desespero pelos outros pacientes. Ele deve ter ficado ali por uns dez minutos, apenas olhando para o rosto de sua mãe sem saber como seria dali para a frente.
- Você deveria descansar meu jovem - Disse o doutor pondo a mão em seu ombro - Vamos, eu te levo até seu quarto. Não se preocupe, vamos cuidar dela.
Ele não queria sair dali, mas só de pensar em dormir ele já ficava sonolento.
Ele seguiu o Doutor pelo mesmo caminho de antes, eles estavam andando quando uma porta grande se abriu e uns médicos passaram pedindo espaço para uma maca que carregava um garoto loiro que deveria ter a mesma idade de John, parecia que ele escapou de um incêndio, pois suas roupas estavam chamuscadas, mas fora isso ele parecia bem.
- Dr. Pereira! - Lucas apareceu e falou algo que John não entendeu para o Doutor, que fez que sim com a cabeça.
- Ok, leve o menino para o quarto dele.
Lucas assentiu e falou para John o seguir. Eles seguiram por um corredor, chegaram até o elevador e entraram.
- O que houve com o menino - Perguntou John.
Lucas pensou um pouco antes de responder.
- Parece que ele veio do norte e foi pego no meio do fogo cruzado, ele teve sorte de ter sido salvo do meio das chamas do ônibus que ele estava por um soldado brasileiro.
John assentiu pensativo. Do norte? Isso quer dizer que ele era da RSSA. Mas como ele veio parar tão longe da fronteira, Vitória era no mínimo uns 80 quilômetros da fronteira! John ficou curioso, mas estava cansado demais para pensar nisso, a única coisa que ele fez quando chegou em seu quarto foi deitar e dormir.
A seguir em "Guerra Civil":
Ric estava quase cochilando quando ouviu um estrondo grave nos andares de baixo, ele pulou da cama meio sem saber o que fazer, então ele viu o garoto que ele tinha acabado de conhecer abrir a porta de seu quarto correndo.
- Precisamos sair daqui! - Disse John puxando Ric pela manga da camisa.
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Gerra Civil
ActionA guerra civil no Brasil já dura mais de dez anos e os outros países americanos se preparam para o pior, mas a guerra está longe de acabar. Dois garotos de realidades distintas podem mudar o rumo da guerra?