Eu estava quase quebrando a maçaneta com a força que eu exercia sobre ela. Soltei-a e enxuguei o suor de minhas mãos na minha Skinny.
- N-nada, é só, err, nada... eu, nossa, é claro que nada! Por quê a pergunta?
Ícaro parecia se divertir com meu constragimento, mas logo ele voltou ao seu estado sério. Eu estava sentindo o gosto enferrujado do sangue em minha boca, causada pela forte mordida em meu lábio inferior.
- Como nada cara - ele lavava as mãos agora, secando-as em seguida. - Tem tipo, uma bola de golfe roxa no seu olho!
- Não é nada Ícaro...
- Então tá -ele deu de ombros. - Err... Será que gente podia conversar?
Meu Deus, como assim conversar?!? Conversar o quê??
- Eu já perdi a primeira aula, eu tenho que ir, até!
Eu praticamente saí correndo em disparada para o corredor G, onde encontrei minhas coisas ainda espalhadas no chão ao chegar lá.
Apanhei minhas coisas e segui para a sala de aula. E quando eu cheguei na porta, o sinal tocou, e eu praguejei mentalmente.
O primeiro dia de aula perfeito...
Abri a porta e a Sra. Gertrudes olhou-me com um feição séria. A segunda aula também havia sido dela, então acho que me ferrei.
- Tarde demais Sr. Oliveira, teve muito tempo para entrar na sala, mas parece que preferiu o lado de fora - os alunos riram de mim. Eu baixava a cabeça e meus cabelos caiam, cobrindo meu olho roxo. - Talvez goste de continuar aí.
Eu a olhei bem nos olhos e sorri falsamente. Talvez eu me arrependesse arduamente do meu próximo ato e seria uma experiência única, já que eu nunca ousei falar algo assim.
- Eu odeio você, sua velha morta-viva!
E tranquei a porta da sala outra vez, caindo ao lado da porta. Com a bolsa em meu colo suspirando pesadamente, e pensando como eu odeio tudo isso.
Ícaro chegou logo após, e colocou a mão na maçaneta da porta da sala. Pensei em avisá-lo que talvez Gertrudes Morta-Viva, não o deixasse entrar, mas preferi deixá-lo saber por si próprio.
Após ouvir Gertrudes o proibir de entrar na sala, e ouvir ele fazer pouco caso disso, Ícaro se virou e olhou-me ali no chão. Eu não ergui a cabeça, estava ocupado analisando o som de American Idiot nos meus fones.
- Bom - percebi Ícaro sentando-se ao meu lado no chão. - Já que aquela velha não deixa eu entrar, que tal trocar uma idéia?
Eu apenas continuei concentrado em decifrar as mensagens da música do Green Day, sem dar muita atenção a Ícaro.
- Olá? Você tá me ouvindo?
Todo aquela sensação de que Ícaro não exercia qualquer tipo de emoção em mim foi embora quando sustentei sua face com meus olhos. Meu coração acelerou e minha boca ficou entre aberta, procurando palavras para responder aquela simples pergunta, que naquela hora paracia a mais difícil que já me fizeram.
- An... Sim, eu... estou te ouvindo...
- Achei que iria me ignorar o resto do dia - ele sorriu e se encostou mais uma vez na parede. - Então, o que acha de trocar uma idéia?
- Já estamos aqui né? Fala aí - nessa hora eu rabiscava algo no meu caderno, sem saber direito o que seria.
- Primeiro, deixa eu te conhecer melhor! Ne conta sobre a sua vida.
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Meu Bad Boy Preferido
Ficção AdolescenteDepois daquela brincadeira, Donatello nunca mais conseguiu esquecer o gosto dos lábios de Ícaro. O garoto era daqueles tatuados, bad boys, donos do mundo... A vida de Donatello vira uma montanha russa de confusões. Seus problemas em casa, no colégio...