— Tem certeza que você quer fazer isso, Dallas? Foi quase uma tortura pra você da última vez.
Escuto a voz do meu pai ao longe. Ele devia ter ido à porta e aberto pra ela, já que Wilmer simplesmente ignorou a campainha insistente enquanto me ajudava com as roupas que eu ia levar para a Clínica.
Vamos combinar que ele não é um mestre nisso.
— Will, você tá louco? Esse vestido é de festa, o que é que eu vou fazer com um vestido de festa num lugar daqueles?
— Sei lá, você podia vestir ele quando eu fosse te visitar. Eu gosto dele. — Revirei os olhos com a desculpa esfarrapada.
— Você sabe muito bem que eles não deixam usar qualquer tipo de roupa. E aliás, esse vestido nem cabe mais em mim.
— Sério? Eu juro que caberia agora. Quer dizer, você está mais magra e-
— Eu entendi, eu entendi — dei de ombros e voltei a prestar atenção nas barbaridades que ele tinha colocado na mala.
— Quer dizer, não que você fosse gorda na época que não cabia, mas... — Ao ouvir o que ele tinha começado a dizer, olho para ele com reprovação e roubo-lhe um beijo. Tinha gosto de pasta de dente. Era bom sentir essa sensação de paz entre nós, para variar.
— Acho que você não tá me ouvindo direito. Eu já entendi. Não precisa se atropelar com as palavras, não me magoou — digo, trocando cada ponto final por um beijo. — Que tal assim: quando eu sair de lá, a gente faz um jantar aqui em casa e eu uso esse vestido pra você me admirar o tempo que você quiser.
— A gente uma vírgula, você não sabe fazer nem ovo estrelado sem queimar a frigideira inteira— ele exibe um sorriso travesso ao fazer a piadinha, e isso faz com que eu me afaste de seus braços que me seguravam gentilmente.
— Você não precisava ter dito isso. — Cruzo os braços, fingindo estar emburrada com o comentário. — Vai receber a Dallas que você vai ser muito mais produtivo.
— Não mesmo! Da última vez que eu me encontrei nesse apartamento com ela, ela quase me engole viva e eu fiquei lá, tendo que engolir as cobras que ela me jogava. — Lembrei de dois dias atrás, quando houve aquela confusão infernal nesse pedaço de imóvel, e ele ainda tem a cara de pau de dizer para mim que ficou calado, que ele era a total vítima da situação. Até parece. —Tá bom, não precisa me olhar com essa cara de reprovação, eu admito que eu gritei um pouquinho também.
— Você só faltou voar em cima do pescoço da minha irmã e nós dois sabemos de quem foi a culpa.
— Nem ouse pensar que a culpada foi você, porque-
— Wilmer, foi você quem disse que a culpa era minha. Nem comece — Ele me olhou assustado e me deixou arrumando minhas coisas sozinha.
Não demorei muito tempo; sem ele ali, eu conseguia me organizar melhor e ficar mais focada. Estava quase tudo arrumado, até que vejo minha lâmina no fundo da gaveta. Não, eu não ia fazer isso. Eles iriam me matar se soubessem que eu cogitei em levá-la.
Escondo-a entre as roupas e fecho a mala, indo contra meus instintos.
— Pronta? — escuto a voz de Dallas atrás de mim.
— Não, mas eu tenho que estar,não é mesmo? — Abro um sorriso forçado ao virar minha cabeça para vê-la.
— Demi, não faz isso comigo. Você sabe que é difícil para todos nós. Para mim, inclusive.
— Você não precisava ter vindo — Não ouço nenhuma resposta e,quando volto a encará-la para ver se ela ainda está ali, encontro uma Dallas com os braços cruzados e fazendo uma pose bem irmã mais velha, coisa que eu nunca me acostumei muito, para falar a verdade.
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old ways || demi lovato
Фанфик"E a melhor parte disso é que eu sou a única que pode fazer alguma coisa" 2015-2016 © Plágio é crime! © Correção realizada em 2016